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Do céu ao inferno

A penúltima rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões não foi muito amistosa com as equipes russas e ucraniana. Afinal, culminou com a eliminação do Shakhtar Donetsk até mesmo da Liga Europa, deixou o CSKA Moscou na torcida contra os rivais e o Zenit São Petersburgo com um compromisso complicadíssimo para avançar às oitavas de final da competição.

A começar pelos ucranianos, maiores decepções desta fase ao lado do Borussia Dortmund. Quadrifinalista na última edição da LC, o Shakhtar era para mim um dos favoritos em seu grupo. Sucumbiu diante de todos e, após cinco jogos, soma apenas dois empates. O time é o mesmo da temporada passada, e com alguns reforços, como o atacante Seleznyov. Mas, ao que parece, Mircea Lucescu não conseguiu manter os pés do time no chão.

Após atuações decepcionantes, a impressão que fica é que o Shakhtar se achou maior do que realmente é. Por mais que o time seja muito bom, Liga dos Campeões é uma competição totalmente diferente dos torneios regionais. A brilhante participação em 2010/11 deixou a equipe, talvez, se achando muito superior a APOEL e até mesmo seu rival entre os novos ricos, Zenit.

Por falar na equipe russa, o Zenit também decepcionou. Ou melhor, Luciano Spalletti decepcionou. O treinador italiano não foi capaz de furar a barreira defensiva do APOEL em momento algum, mesmo com boas opções no banco de reservas. A insistência dele com Roman Shirokov aberto pelo lado esquerdo irrita. Nesse jogo, especificamente, também não percebeu a fraca atuação de Fayzulin e demorou demais para fazer alterações.

No final das contas, o 0 a 0 mantém o time de São Petersburgo dependendo apenas de si para avançar, mas em uma tarefa nem um pouco fácil. Na última rodada joga fora de casa contra o revigorado Porto precisando de um empate. Se mostrar o futebol previsível e cansativo de quarta-feira, será eliminado. Precisa jogar com mais velocidade e inteligência, e não se limitar a apenas marcar. Tem que, pelo menos, ter uma saída rápida nos contra-ataques, porque certamente será pressionado pelos portugueses.

Mas, ao menos, o Zenit ainda chega à decisão dependendo só de suas forças, ao contrário do CSKA. Os moscovitas tiveram uma das atuações mais fracas dos últimos anos. Leonid Slutsky foi refém de seu reduzido elenco, abalado com os muitos desfalques. Sem Doumbia (suspenso), Honda (que voltou a sentir a lesão no joelho, poucos dias após retornar ao time), Tosic e os ausentes de longa data Necid e González, o treinador foi obrigado a escalar Cauna e Oliseh abertos pelos lados do campo e Dzagoev se aproximando de Vagner Love. Atuação pífia de todos.

O letão e o liberiano não apareceram no ataque e não ajudaram na marcação do meio. Já o brasileiro ficou perdido como referência no ataque e não pôde contar, nem mesmo, com a ajuda de Dzagoev, que foi muito mal. De qualquer modo, como tenho ressaltado nos últimos meses, é um absurdo uma equipe como o CSKA Moscou contar com somente três atacantes em seu elenco principal.

Para se classificar, agora, o CSKA precisa bater a já classificada Internazionale em Milão e torcer por um empate entre Lille e Trabzonspor. Não é uma combinação absurda, já que a Inter deve usar um time reserva. No entanto, os reservas interistas goleariam os moscovitas se os tivessem enfrentado na terça.

Foto de Equipe Trivela

Equipe Trivela

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