Treinado por Fabio Grosso, Frosinone conquista terceiro acesso desde 2015 e estará novamente na Serie A

O título da Serie A pode não ter se confirmado, mas o primeiro acesso à primeira divisão de 2023/24 saiu nesta segunda-feira. E o feito é do Frosinone, que retorna à elite italiana depois de quatro anos ausente. Os Canarini se acostumaram a fazer boas campanhas na Serie B ao longo da última década, quase sempre brigando pelo acesso. Nas duas vezes anteriores em que chegaram à Serie A, porém, o descenso foi imediato. A ideia é escrever um final diferente na próxima temporada. Ao que tudo indica, os giallazzurri levarão pela primeira vez o título da segundona. Além disso, contam com um velho conhecido do Campeonato Italiano na casamata: seu treinador é ninguém menos que Fabio Grosso, um dos campeões do mundo de 2006 que tentam alçar voos à beira do campo.

O Frosinone é um histórico figurante das divisões regionais e amadoras, que apenas mais recentemente deu seus saltos profissionais. Fundados em 1906, os Canarini estrearam na Serie B somente em 2006/07. Desde então, tiveram seus dois acessos para a Serie A. A estreia em 2015/16 apresentou uma equipe aquém do nível mínimo da primeira divisão, que permaneceu a campanha quase inteira na zona de rebaixamento e caiu na penúltima colocação, longe de se salvar. Não seria diferente em 2018/19, apesar de contratações mais tarimbadas. Tiveram um rendimento até pior e um descenso mais antecipado. Os gialloazzurri só não foram lanternas porque a crise do Chievo Verona era mais severa.

Desde então, o Frosinone emendou três campanhas de meio de tabela na Serie B. É um clube gerido responsavelmente, que inclusive inaugurou estádio com o dinheiro angariado pelas passagens na elite, enquanto tentou promover técnicos jovens com bagagem no mais alto nível como jogadores. A diretoria apostou em Alessandro Nesta como treinador num primeiro momento e até chegou à final dos playoffs de acesso em 2019/20, mas perdeu para o Spezia. Depois, confiou em Fabio Grosso, e deu tempo para o ex-lateral se firmar no trabalho. Assumiu em março de 2021 e, na temporada 2021/22, manteve o emprego mesmo quando perdeu o lugar nos playoffs de acesso na última rodada, ao terminar a Serie B em nono. Desta vez, conseguiu dar a volta por cima com um desempenho acima da média dentro da segundona, que valeu a promoção antecipada.

O Frosinone ainda sofreu algumas derrotas no início da campanha, sempre fora de casa, até assumir a liderança na décima rodada e não sair mais. O time disparou numa sequência de seis vitórias e, desde então, agarrou a primeira colocação. Até voltou a tropeçar de maneira pontual mais recentemente, com derrotas esparsas. Mas o saldo positivo era bem maior e sustentou as pretensões de acesso. Não à toa, a comemoração acontece com três rodadas de antecipação. Em casa, diante da Reggina de Pippo Inzaghi, a vitória por 3 a 1 confirmou o retorno dos Canarini à Serie A. Puderam comemorar diante de sua própria torcida.

O Frosinone fecha 35 rodadas da Serie B com 21 vitórias e oito empates. O ataque não chama tanta atenção com seus 54 tentos, mas a defesa foi essencial, vazada apenas 21 vezes e com 20 partidas sem tomar gols. E o rendimento em casa, de fato muito superior, fez a diferença. O aproveitamento como mandante supera os 77%, com 13 vitórias e só duas derrotas em 18 duelos. A regularidade tão importante num torneio de pontos corridos explica bastante o sucesso dos Canarini, que agora podem almejar também o troféu da segunda divisão. A vantagem de quatro pontos é confortável para tal ambição.

E um detalhe é que o Frosinone teve concorrência qualificada nesta edição da Serie B, especialmente pelos times rebaixados da Serie A nos últimos anos. Os Canarini não tomaram conhecimento da concorrência de clubes tradicionais presentes na segundona – como Genoa, Parma e Cagliari. O Genoa, aliás, possui uma vantagem de seis pontos na segunda colocação e deve em breve confirmar o acesso direto. Já na zona dos playoffs, além do Parma e do Cagliari, chamam atenção dois times que acabaram de subir da Serie C – Bari e Südtirol. Por outro lado, dois times recentes na elite estão na zona de rebaixamento, Spal e Benevento, nas duas últimas colocações.

Grosso é, obviamente, o nome que mais se destaca no Frosinone. Diferentemente de outros clubes da Serie B, os Canarini não apostam tanto em medalhões. O nome mais conhecido é o de Roberto Insigne, mais pelo irmão Lorenzo do que por ele, embora o rendimento do atacante seja bom. Outra figura notável é o zagueiro Fabio Lucioni, capitão e praticamente uma exceção aos 35 anos. Foi trazido por empréstimo do Lecce e sustenta o apelido de “Chiellini da Serie B”, pela maneira como impulsionou acessos nos últimos anos. No geral, o elenco possui muitos jovens e se valeu essencialmente de empréstimos. O goleiro Stefano Turati e o centroavante Luca Moro, cedidos pelo Sassuolo, foram constantes nas escalações. Já o artilheiro da equipe é o atacante Samuele Mulattieri, emprestado pela Internazionale. Dos 15 jogadores com pelo menos mil minutos na campanha, sete possuem no máximo 24 anos.

A questão sobre o Frosinone é a maneira como o clube vai lidar com a participação na Serie A. O planejamento não foi ideal nos dois últimos acessos, mas os Canarini também merecem elogios por não cometerem loucuras no mercado de transferências. Um ponto é que o nível geral da Serie A melhorou nesses últimos tempos e provavelmente exigirá mais dos Canarini. Ao menos, esta campanha é superior às dos outros acessos do clube e isso tende a oferecer uma base mais confiável para os gialloazzurri escaparem da gangorra. É o próximo passo, já que conquistar a promoção virou praxe.

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? Ho una voglia assurda
Di stare tra la gente, urlare come in curva
Cantare Acqua Azzurra, nudi in riva al mare
Perdere un po' la testa
Stare in strada a ballare
Entrare ad ogni festa
Che poi sì, che ci importa stiamo qui
Fino all'alba con in tasca la felicità!!! pic.twitter.com/5ULPfPxtYY

— Frosinone Calcio (@Frosinone1928) May 1, 2023