Atalanta vira diante do Verona e se mete outra vez na briga pelo título

Duvidar da Atalanta, mesmo longe de uma grande fase, é algo que não se recomenda. A sensação do futebol italiano nos últimos anos tirou mais uma reação da cartola, neste domingo, para vencer o Verona fora de casa pela Serie A. De virada, por 2 a 1, a Dea ficou ainda mais perto da briga pela liderança.

Era uma vez um Verona bastante encardido de se enfrentar, dentro ou fora de casa. Dentro do Marc Antonio Bentegodi, o time de Igor Tudor começou a todo vapor. Sem se limitar a esperar a Atalanta em seu campo, a equipe da casa procurou o gol como pôde e foi recompensada por sua persistência.

Simeone, o infernal

Aos 22, contando com uma ajudinha do goleirão Juan Musso, Giovanni Simeone recebeu uma boa bola no canto direito da área e finalizou cruzado. Musso se posicionou mal e apenas viu o chute passar por debaixo do seu braço e entrar.

A fórmula do Verona de fazer da vida de seus adversários um inferno se repetiu várias vezes nesta temporada. Roma e Juventus sofreram quando tiveram de encarar a equipe de Tudor, que entrega um jogo intenso e bastante organizado. O calcanhar de Aquiles do Verona, como já ficou provado, é a defesa. E Giam Piero Gasperini parecia saber muito bem disso quando traçou a estratégia para o confronto deste domingo.

O gol de Simeone não pode ser considerado uma espécie de acidente de percurso. O Verona teve mais a bola, finalizou em múltiplas ocasiões, mas apenas naquele lance conseguiu furar o bloqueio nerazzurri. Quando a Atalanta fica acuada é que as coisas costumam ficar interessantes. Ao povoar mais o meio-campo e recuperar o controle das ações, os comandados de Gasperini se aproximaram da área. Foi durante uma boa troca de passes aos 37 da primeira etapa que veio o gol de empate: Giuseppe Pezzella acionou Aleksei Miranchuk, que buscava se firmar como uma peça-chave do elenco. O russo teve muita frieza para ajeitar a bola, cortar a marcação e bater seco para vencer Lorenzo Montipò.

A força mental da Atalanta

Com a resposta da Atalanta, o Verona voltou a dominar o jogo, mas não conseguiu converter a superioridade em outro gol. Até os primeiros minutos da segunda etapa, os dois goleiros trabalharam bastante. Sobretudo Montipò, que fez quatro defesas importantes para evitar um sangramento ainda maior dos mandantes. A batalha tática se estendeu até o minuto 62.

Nesse momento, Teun Koopmeiners recebeu um belo passe, matou no peito e teve tempo de armar o chute. A bola desviou na defesa e traiu Montipò, que havia caído para o outro lado. O disparo foi fatal. Ali, Gasperini dava o xeque-mate em Tudor. A Atalanta não precisava mais se arriscar tanto, era só uma questão de administrar o resultado.

O problema, pelo menos para a torcida da Dea, era ter paciência para suportar cada descida do Verona. Nos 15 minutos finais, os donos da casa partiram para o abafa e forçaram Musso a participar mais do jogo. O arqueiro argentino não deu o mesmo azar do primeiro tempo e conseguiu, juntamente com a sua defesa, tirar Simeone e seu parceiro Gianluca Caprari de ação. A Atalanta mostrou os nervos de aço que faltaram na fase de grupos da Liga dos Campeões, provando que foram apenas algumas exibições ruins.

A sequência do ano guarda uma narrativa de reação para Gasperini e seus pupilos: na forma atual, a Atalanta se apresenta novamente com seriedade ao título italiano e deve tentar capitalizar em cima dos tropeços de Milan, Internazionale e Napoli. Pela regularidade apresentada na competição doméstica, tem tudo para rondar o scudetto até o fim. A série de vitórias empolga bastante e faz sentido acreditar que ela se mantenha por mais tempo.

Ao Verona, que tem feito muito com um elenco limitado, o sonho do momento é um retorno à Europa. A 10ª colocação momentânea e a proximidade com a Juventus, que ocupa o sexto lugar, é uma esperança que a torcida pode alimentar pelo futebol que tem sido apresentado. Sem falar na chance de complicar algum grande em duelos nas próximas rodadas.