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Mais uma vez a Itália vive um drama em San Siro e empate classifica Portugal na Liga das Nações

A Itália perdeu a sua última cartada para tentar a improvável classificação para a fase final da Liga das Nações. Diante de Portugal, o empate por 0 a 0 eliminou a Azzurra da Liga das Nações, enquanto classificou os lusos. Mais uma vez, a sensação de quem foi ao San Siro foi de amargor, mas nem só de más notícias o jogo foi feito. A Itália teve postura, pressionou e, sim, faltou precisão no ataque, especialmente para conseguir finalizar dentro da área. A melhora em relação ao time que falhou nas Eliminatórias da Copa 2018, porém, são notáveis.

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O jogo marava a volta da Itália a San Siro, depois do dramático jogo há quase um ano, contra a Suécia, quando o time perdeu a vaga na Copa do Mundo 2018, na Rússia. Foi o jogo 58 da Itália atuando no estádio, cujo nome oficial é Giuseppe Meazza, segundo informou a Calciopedia. Além disso, informa o site, não tem sido um lugar de alegrias para os italianos. A última vitória foi em 2012 e, de lá para cá, quatro empates nos jogos disputados por lá. O último em novembro de 2017, o fatídico 0 a 0 com a Suécia.

De volta a Milão como jogador da Azzurra, Bonucci foi bastante vaiado por torcedores italianos. Cada vez que ele tocava na bola, ouvia-se muitas vaias. Depois de trocar a Juventus pelo Milan em 2017, e ele deixou Milão para voltar a defender os bianconeri, em uma transferência conjunta que levou Gonzalo Higuaín e Mattia Caldara para o clube rossonero, fazendo o caminho inverso.

Portugal, sem Cristiano Ronaldo, teve a sua defesa como o setor mais acionado. A zaga foi formada por José Fonte e Rúben Dias, que foi muito bem. Não teve falhas e, assim, tornou a vida do ataque italiano muito complicada. Os laterais, João Cancelo na direita, e Mario Rui na esquerda, foram outros que tiveram boa atuação.

Desde o começo, a Itália foi quem tomou a iniciativa e atacou Portugal. Os visitantes adotaram uma postura bastante defensiva em San Siro, com linhas recuadas e vendo a Itália ficar o tempo todo no campo de ataque, trocando passes. Chutou a gol, buscando jogadas especialmente com Federico Chiesa, atuando pelo lado direito do campo. Lorenzo Insigne, pela esquerda, também era perigoso quando tinha a bola.

Depois de bons 25 minutos, com a Itália pressionando muito os portugueses, o ritmo arrefeceu em parte. A Itália, porém, seguiu melhor até o fim do primeiro tempo. No início do segundo, a Itália seguia trocando passes no campo de ataque. Tanto que acabou o jogo com quatro jogadores superando os 100 passes na partida: Jorginho (123), Leonardo Bonucci (122), Giorgio Chiellini (114) e Marco Verratti (111). O time, porém, sofreu para quebrar o paredão português.

Nem as mudanças promovidas pelo técnico Roberto Mancini foram capazes de quebrar o cadeado de Portugal do técnico Fernando Santos. Primeiro, entrou o atacante Kevin Lasagna, da Udinese, no lugar de Ciro Immobile, da Lazio, que tinha atuação apagada e participava pouco do jogo. Depois, saiu Marco Verratti, cansado, e entrou Lorenzo Pellegrini. Por fim, saiu Federico Chiesa e entrou Domenico Berardi. Havia a expectativa que Matteo Politano, da Inter, entrasse, mas Mancini preferiu Berardi, que participou dos minutos finais do jogo.

Apesar das muitas tentativas, a Itália não conseguiu vencer a defesa portuguesa. E os comandados de Fernando Santos ainda ameaçaram em contra-ataques, incluindo uma defesa firme de Gianluigi Donnarumma em um chute de fora da área de William Carvalho. No fim, o empate por 0 a 0 classificou Portugal à fase final da Liga das Nações e, definitivamente, elimina a Itália. Portugal ainda tem mais um jogo, contra a já eliminada Polônia, mas o jogo não terá mais do que o valor de um amistoso.

Para a Itália, fica a sensação novamente de frustração por não ter saído do empate, outra vez por 0 a 0, em um jogo em San Siro. A boa notícia fica por Nicolò Barella, do Cagliari, que fez uma ótima partida e mostrou ser boa opção ao técnico Roberto Mancini pensando no futuro da Azzurra. A Liga das Nações acabou para a Itália, mas o trabalho pensando na Eurocopa de 2020 está ainda no início.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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