Suárez decide para o bem e para o mal contra o Chelsea

O torcedor do Liverpool não consegue aliviar o seu sofrimento. Pelo terceiro ano consecutivo, a equipe faz uma campanha lamentável na Premier League e fica fora da briga pelas vagas europeias. Não bastasse isso, nos jogos contra os considerados grandes, o desempenho tem sido no mínimo repreensível. Ansiosos, os Reds se complicaram várias vezes nesta temporada e o duelo diante do Chelsea em Anfield não foi diferente.
Quem diria em 2009, quando o clube alcançava a fase de quartas de final de uma Liga dos Campeões, que a crise levaria todo o brilho e a competitividade do Liverpool, que somando problemas de administração e maus investimentos (Carroll é o maior exemplo), chegou a este panorama desanimador, longe do pelotão superior na tabela.
Nem mesmo o título da Copa da Liga inglesa no ano passado, diante do Cardiff mascara essa decadência dos Reds, que sofrem para sequer montar um time que não sofra na Premier League. Com Brendan Rodgers, o elenco ficou um pouco mais valente, o que por si não é muito para quem quer chegar longe e restabelecer sua força em território nacional.
Dois lados de um monstro: a fera e a besta
O reflexo desses tempos difíceis é quando o maior ídolo recente, Steven Gerrard tem seu brilho ofuscado por Luís Suárez, craque desequilibrado. O uruguaio alterna entre atuações geniais e momentos de pura estupidez. Mais um lampejo dessa bipolaridade aconteceu durante o segundo tempo contra o Chelsea: um pênalti parecido com o que cometeu na Copa de 2010 contra Gana.
Não contente, ele ainda mordeu o braço de Ivanovic em uma dividida. Nada marcado, segue a vida. Pois o rapaz ainda deu conta de empatar o jogo nos acréscimos, quando o árbitro anotou seis minutos extras. Nunca se sabe o que Suárez vai aprontar. Ele pode resolver a vida dos colegas com um golaço ou ser expulso e causar rebuliço com uma atitude impensada, tomada no calor de seu temperamento. Hoje foi o personagem do duelo, dosando o veneno e o antídoto para os donos da casa.
Não é errado dizer que o Liverpool ainda tem muito brio, que a camisa pesa nos momentos difíceis. Contudo, as seguidas contratações equivocadas parecem fazer esse peso aumentar em atletas não consagrados, coisa que não acontecia nos anos dourados da equipe de Anfield. Reduto de craques, a atual situação contrasta com a época em que os Reds dominaram a Inglaterra e a Europa.
A favor dos meninos de Rodgers fica mesmo a valentia, a entrega e a dedicação. Somado isso a um plantel imponente, que bote medo nos rivais, talvez os próximos anos sejam mais animadores. Pelo lado de Benítez, justamente o contrário: grandes nomes e promessas, títulos constantes e a recente consagração em nível continental. O Chelsea nunca foi um gigante adormecido como o Liverpool, e talvez nem precise mais passar por isso.
Até que o sucesso finalmente chegue (ou volte) em Anfield, a sensação é aquela frase repetida à exaustão pelos torcedores: “a próxima temporada será a nossa temporada”. E assim o tempo vai passando…
Formações iniciais
Destaque do jogo
Apesar do momento da Lei do ex protagonizado por Sturridge, o destaque do Liverpool foi mesmo Suárez, que trouxe o velho chavão de ser herói e vilão numa mesma partida. Cometeu pênalti, mordeu Ivanovic e no fim, quando tudo parecia dar errado, marcou o gol de empate. Vai entender…
Momento-chave
Sturridge domina na direita, procura espaço para o cruzamento e se livra da bola. Ela vai parar na cabeça de Suárez, que vence Cech e empata a partida aos 51 do segundo tempo, além do tempo extra determinado pelo árbitro. As bancadas do Anfield vibram com o lance do camisa 7.
Os gols
26/1T – GOL DO CHELSEA!
Oscar cabeceia de dentro da área, e mesmo marcado consegue acertar o cantinho de Reina!
6/2T – GOL DO LIVERPOOL!
Sturridge recebe bom passe de Suárez e manda um tiro de esquerda no canto de Cech para empatar!
11/2T – GOL DO CHELSEA!
Suárez sobe e bota a mão na bola, cometendo pênalti. Com competência, Hazard desloca Reina e chuta do lado esquerdo do goleiro!
51/2T – GOL DO LIVERPOOL!
Suárez dá de testa numa bola cruzada por Sturridge e acerta o alto da meta de Cech para empatar, aos 51 do segundo tempo!
Curiosidade
Quatro anos atrás, Liverpool e Chelsea definiam uma vaga nas semifinais da Liga dos Campeões. Em Stamford Bridge, um empate em 4 a 4 deu a vaga aos Blues, que no agregado venceram por 7 a 5. Naquela ocasião, Drogba, Alex e Lampard (2x) marcaram os gols dos donos da casa. Para o azar do Chelsea, veio o Barcelona pela frente, campeão daquela edição do torneio.
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