Wolverhampton é um destino inesperado, mas um bom encaixe a Nélson Semedo
Um dos negócios mais surpreendentes da atual janela foi oficializado nesta quarta-feira (23). Nélson Semedo, que estava no Barcelona e chegou a estar no radar de equipes como Manchester City, Bayern de Munique e Internazionale no passado, acertou sua transferência para o Wolverhampton, em uma transação de € 35 milhões que mais uma vez reforça a influência de Jorge Mendes no clube inglês.
[foo_related_posts]Semedo assinou um contrato de três anos, com opção de estender por mais dois anos. Nos Wolves, chega para substituir Matt Doherty, negociado nesta janela com o Tottenham.
Aos 26 anos, o lateral direito não é nenhum novato, mas também é possível dizer que ainda não alcançou seu teto de potencial. Depois de se destacar no Benfica, transferiu-se ao Barcelona em 2017, mas não alcançou a condição de titular absoluto e incontestável, variando em momentos a titularidade com Sergi Roberto. Na temporada passada, no entanto, fez seu maior número de jogos em uma só edição de La Liga: 32.
Semedo esteve no Barcelona em um período marcado por frustrações na Champions League, passando parte significativa do tempo em uma equipe em claro declínio e que via uma transição de ciclo mal pensada e mal feita. Em um clube mais equilibrado, poderia ter desenvolvido melhor suas capacidades.
Embora não se possa dizer que ir ao Wolverhampton é dar um passo necessariamente à frente, na equipe de Nuno Espírito Santo o lateral direito pode justamente encontrar o ambiente necessário para recuperar sua imagem, que ficou desproporcionalmente arranhada após a derrota por 8 a 2 para o Barcelona, em que foi a vítima de uma excelente jogada individual de Alphonso Davies em um dos gols.
Nos Wolves, Semedo deverá jogar como um ala pela direita, posição que era feita até então por Matt Doherty. No Barcelona, um de seus pontos fracos era, por vezes, o espaço que deixava às suas costas nas subidas ao ataque. Já no esquema utilizado por Nuno Espírito Santo, ao menos em teoria o português terá menos problemas com isso. Com uma linha defensiva de três homens, Semedo ganha maior liberdade para as ofensivas.
Embora lateral, o português não mostrou no Barça os cruzamentos como um de seus pontos fortes. Isso, no entanto, não significa que sua contribuição ofensiva seja ruim. É um lateral moderno, com capacidade de defender e atacar bem, e lá na frente tem como força o passe curto e a movimentação, podendo agora combinar bem com Adama Traoré pelo flanco e com Dendoncker, meia que costuma jogar mais à direita no trio central. E mesmo em relação a seus cruzamentos, pode revelar uma nova faceta ao atuar em um time com um atacante de referência como Raúl Jiménez.
A questão da adaptação difícil, embora possível em termos físicos, não deverá acontecer em questão de relacionamento. Semedo é o terceiro reforço português do Wolverhampton só nesta janela, aumentando o contingente lusitano no elenco atual para dez jogadores. Nuno Espírito Santo e sua comissão técnica portuguesa, por fim, ajudam a fazer com que o lateral se sinta em casa. E se tudo isso não for o bastante, os Wolves lançaram a sua própria camisa da seleção portuguesa para a temporada.