Premier League

O ótimo sistema defensivo do Chelsea fica ainda melhor com a chegada de Rüdiger

“Agora, eu sou um jogador do Chelsea”, afirmo Antonio Rüdiger, no engraçadinho vídeo publicado pelo clube inglês em suas redes sociais para anunciar a contratação do zagueiro alemão de 24 anos – o que parece ter virado moda no futebol europeu. Não foi uma atuação dramática que mereça destaque, mas Antonio Conte não o comprou para sua peça de teatro: trouxe-o para reforçar um sistema defensivo que foi o pilar do título inglês da última temporada.

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O Chelsea disparou para a liderança da Premier League e nela ficou até o fim no momento em que Conte mudou o sistema da equipe para três zagueiros, muitas vezes defendendo-se com cinco jogadores, sem permitir muitos espaços para o oponente. Com 33 gols sofridos, foi a terceira melhor defesa da liga, atrás do Tottenham (26) e do Manchester United (29).

Os titulares da zaga – Cahill, David Luiz e Azpilicueta – continuam no clube, mas Conte quer reforçar as suas opções, depois da saída de John Terry, para o Aston Villa, e da venda de Nathan Aké para o Bournemouth. A permanência de Kurt Zouma ainda não é uma certeza. O dinamarquês Andreas Christensen retorna do Borussia Monchengladbach, após dois anos de empréstimo. O técnico italiano tenta montar um elenco com pelo menos duas boas opções para cada posição.

A transferência de Rüdiger era iminente, e não é de hoje que o Chelsea tem interesse nele. A primeira menção foi em 2015, quando o treinador ainda era José Mourinho. Mas o alemão acabou trocando o Stuttgart pela Roma. Na temporada seguinte, seria feita outra tentativa, atrapalhada pela séria lesão no joelho que tirou o zagueiro da Eurocopa de 2016. Depois de não conseguir concordar em um valor razoável por Virgil van Dijk, do Southampton, e Leonardo Bonucci, da Juventus, o interesse em Rüdiger foi revivido. Os Blues pagaram £ 29 milhões para tirá-lo da Roma, com variáveis que podem elevar o valor para £ 34 milhões.

Rüdiger é cria das ruas de Berlim, onde começou a jogar futebol, antes de se integrar às categorias de base do Borussia Dortmund. “Aprender futebol nas ruas é completamente diferente de jogar por um clube”, afirmou, em entrevista ao Merkur, em 2014. “É mais difícil nas ruas. Eu jogava pela minha vida. Derrota não era uma opção para ninguém. Você joga diferente”. Rüdiger não teve chances no Dortmund e acertou com o Stuttgart, estreando no primeiro time em 2012. Com duas lesões no joelho, em 2014 e 2015, atuou 80 vezes pelo clube alemão em três anos, antes de ir para a Roma, a qual defendeu 72 vezes ao longo de duas temporadas.

Rüdiger tem algumas qualidades interessantes para o sistema do Chelsea. Foi bastante usado como lateral no começo da carreira e chegou a ser convocado para a seleção alemã nesta posição, o que significa que pode emular o que faz Azpilicueta pela direita do trio de zaga. Tem velocidade, é duro nas divididas e bom na marcação homem a homem. A distribuição da bola também é boa a ponto de ter sido comprado com Jéröme Boateng. “Ele é outro Boateng. Os dois são tão parecidos…”, disse o técnico da Alemanha.

O Chelsea completou sua primeira grande contratação da temporada. Até agora, havia trazido apenas Willy Caballero, ex-Manchester City, para ser reserva de Courtois. A falta de ação no mercado vinha deixando Conte incomodado. O atual campeão inglês ainda busca fechar os negócios com Bakayoko, do Monaco, e Alex Sandro da Juventus, além de um centroavante. Era para ser Romelu Lukaku, mas este está prestes a ser anunciado pelo Manchester United.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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