O Forest confirma sua permanência na elite com a vitória sobre o Arsenal e, de quebra, oficializa o City campeão
O Arsenal em nenhum momento pareceu acreditar em suas chances mínimas de título e o Forest aproveitou para se livrar do risco de rebaixamento

Em certos momentos da Premier League, o Nottingham Forest pareceu condenado ao rebaixamento. Os alvirrubros não engrenaram em seu recomeço na elite, após 23 anos de ausência. Foram 14 rodadas no Z-3 ao longo do primeiro turno, com um caminhão de reforços que não se encaixava e o técnico Steve Cooper sem melhorar as perspectivas. A reação dos alvirrubros começou após a Copa do Mundo. Os alvirrubros deixaram a zona do descenso, embora uma nova sequência ruim recolocasse o time entre os últimos no fim de abril. Desde então, aconteceu a escalada salvadora das Tricky Trees. O Forest ganhou três de seus últimos cinco jogos, numa guinada suficiente para evitar a queda com uma rodada de antecipação. A confirmação de mais uma temporada na Premier League ainda mexeu com as duas pontas da tabela. Neste sábado, num City Ground vibrante, os alvirrubros derrotaram por 1 a 0 o apático Arsenal, já sem crer em seu título. Garantiram a permanência e, de quebra, oficializaram o tri do Manchester City no sofá de casa, antes de encarar o Chelsea neste domingo.
O Nottingham Forest entrou em campo com muita pegada e correspondia ao calor das arquibancadas. Foram algumas bolas paradas em sequência, com o incômodo dos anfitriões. Mesmo laterais serviam de pretexto para o Forest pressionar. Quando o Arsenal respondeu, aos 11 minutos, teve uma grande chance. A trama pela direita saiu com ótima troca de passes, até que Gabriel Jesus escapasse na área. Keylor Navas saiu bem para travar o atacante. Os Gunners passaram a dominar um pouco mais e a se posicionar no campo de ataque. Jesus também teria uma cabeçada para fora, que beliscou o travessão.
Um contra-ataque seria fatal para o Nottingham Forest abrir o placar, aos 19 minutos. Martin Odegaard errou o passe para trás e Morgan Gibbs-White disparou. O meia esticou com Taiwo Awoniyi, que definiu na saída de Aaron Ramsdale e anotou o gol. O Arsenal se manteria no ataque durante a sequência da partida, mas o Forest se protegia muito bem. O jogo viraria um ataque contra defesa, sem que os Gunners produzissem muito. Gabriel Jesus se apresentava, mas não deu trabalho a Keylor Navas quando pôde finalizar. Os londrinos não criavam tantas chances e o Forest levava até mais perigo nos contragolpes. No máximo, os visitantes teriam uma batida de Leandro Trossard sem direção.
O Nottingham Forest até buscou abafar na retomada do segundo tempo, com uma tentativa de Felipe que acabou travada. Enquanto isso, o Arsenal era letárgico. Não dava qualquer sinal da necessidade na tabela, longe de incomodar os adversários. Um espasmo ou outro pintariam depois dos 15 minutos. Keylor Navas fechou a porta diante de Saka, enquanto Jorginho seria bloqueado na sequência. Os Gunners acionavam o banco, mas estavam mais propensos aos erros do que à reação. O Forest permanecia à espreita de um contra-ataque e quase Gibbs-White puniu os visitantes mais uma vez, num tiro que passou perto aos 22.
A posse de bola do Arsenal era amplamente superior, o que não significava que o time era melhor. O Nottingham Forest se dava muito bem em sua proposta de proteger a meta e buscar os golpes esporádicos. Os Gunners chegaram a ficar mais de 20 minutos sem uma finalização sequer, desde um tiro de longe de Jorginho. O empenho dos anfitriões era premiado, enquanto os londrinos gradativamente pareciam acreditar menos numa reviravolta. Não à toa, o segundo gol do Forest seguiu mais próximo, com Gibbs-White batendo para defesa de Ramsdale aos 45. Os sete minutos de acréscimos sequer permitiriam ao Arsenal empatar. O Forest se entregava e Navas fez uma última defesaça contra Saka no final, antes de sair lesionado para a entrada de Wayne Hennesey.
A vitória foi comemorada feito título no City Ground. Foi assim que o Nottingham Forest sentiu a permanência, numa temporada que tantas vezes se apontou dura ao clube. A manutenção de Steve Cooper foi importante, assim como as contratações de janeiro deram um impulso a mais aos alvirrubros. O Forest é o 16° colocado, com 37 pontos. Desta maneira, apenas Everton, Leeds e Leicester seguem ameaçados pelo descenso, com duas vagas em aberto após a queda do Southampton. Já o Arsenal, estagnado, sofre a segunda derrota consecutiva. Os 81 pontos seriam excelentes em outras circunstâncias. Mas não se negam as expectativas quebradas por tudo o que se sonhou.