Na força e na pressão, Wolves deixa Manchester City sem a bola e arranca virada emocionante
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O Manchester City viveu um dia incomum na era Pep Guardiola. Com pouca posse de bola, em um jogo que precisou jogar com um jogador a menos desde o começo do jogo, o time sofreu muito jogando no estádio Molineaux, casa do Wolverhampton. O time da casa fez um jogo de altíssimo nível, soube lidar com a situação e, mesmo depois de sair perdendo por 2 a 0, jogou para vencer. Contou com Adama Traoré muito bem, decisivo, e arrancou uma virada no final que veio à força e com uma imensa pressão, aumentada pela torcida fanática dos Lobos.
[foo_related_posts]O jogo começou complicado para o Manchester City. Antes mesmo da bola rolar, Gabriel Jesus já era um desfalque. Doente, segundo informou o técnico Pep Guardiola, ele sequer foi para o banco. Sergio Agüero começou a partida. Não duraria muito em campo, porém.
Aos 11 minutos, um acontecimento criou uma dificuldade adicional para os Citizens no estádio Molineaux. Coady fez um lançamento longo nas costas da defesa do City na direção de Jota, que saiu na cara de Ederson. O goleiro brasileiro se antecipou, saiu do gol e acertou o corpo do português dos Wolves. O árbitro marcou falta e mostrou ao goleiro o cartão vermelho, considerando, portanto, uma chance clara de gol impedida pelo goleiro.
Guardiola escolheu tirar Agüero de campo. O argentino, que já tinha a previsão de sair na etapa final por não estar em condições físicas plenas, acabou saindo cedo do jogo para dar lugar a Claudio Bravo no gol. E logo na cobrança da falta, João Mourinho testou para ver se o goleiro chileno estava quente. Bravo precisou espalmar um chute forte do meia.
Só que o jogo reservava ainda mais surpresas. Aos 20 minutos, Mahrez invadiu a área e caiu. Houve um pisão de Leander Dendoncker no argelino. O lance foi para revisão do VAR. Houve uma certa demora, mas, ao final, o árbitro Martin Atkinson apontou a marca do pênalti. Raheem Sterling foi para a cobrança e bateu no canto direito. O goleiro Rui Patrício defendeu.
O árbitro, porém, mandou voltar por invasão dos defensores na área. O próprio Sterling cobrou de novo, no mesmo canto, o goleiro pegou de novo e, no rebote, enfim, o atacante do City fez o gol. Sofrido, mas fez o gol. Guardiola parecia aflito no banco de reservas. Sequer comemorou o gol.
O som do apito do intervalo veio também com as vaias do estádio para o árbitro. A torcida ficou insatisfeita com o rigor do árbitro no pênalti, embora isso tenha se tornado comum na Premier League. E, mais do que isso, o jogador dos Wolves tenha mesmo invadido a área no lance do pênalti, algo que está previsto no protocolo do VAR para ser revisado.
Na volta para o segundo tempo, Guardiola fez uma alteração para fechar ainda mais o time. Tirou o ponta Ryiad Mahrez e colocou o jovem Eric Garcia, um zagueiro. Com isso, formou uma linha defensiva com três jogadores na defesa, com Fernandinho flutuando entre defensor e volante.
Logo no início, aos quatro minutos, tudo deu certo para o Manchester City. Rodri achou Kevin De Bruyne na transição para o ataque, que passou de primeira para Sterling, nas costas da defesa. O atacante avançou com a bola pela esquerda, em velocidade, e tocou com categoria poro cima do goleiro. Um belo gol.
O Wolverhampton não desistiu. Sterling perdeu a bola no meio-campo. O time da casa recuperou a bola, Adama Traoré recebeu na intermediária ofensiva, puxou para o pé direito e chutou forte, no cantinho, indefensável. A bola ainda tocou na trave antes de entrar: 2 a 1.
O modo como o Wolverhampton jogou tornou as coisas complicadas para o Manchester City, e não foi à toa. A equipe do Manchester City se viu acuada. Terminou com pouca posse de bola – 38%, segundo a Opta Sports. É muito raro ver a equipe de Guardiola ter menos posse de qualquer adversário. A situação, porém, foi muito adversa e a equipe lidou mal com as circunstâncias. Desde o jogador a menos, as mudanças em campo e o aumento da pressão dos Wolves, tudo se tornou um problema e o time foi desmoronando.
Guardiola tirou de campo o único jogador que desafogava o City: Kevin De Bruyne. O belga deu lugar a Ilkay Gündogan, um jogador de muita capacidade física, mas com menos capacidade de encontrar passes como o belga vinha fazendo. Sem ele, os passes procurando a velocidade de Sterling diminuíram. Ficou mais difícil sair. Recuado, o Manchester City recuperava a bola, mas não conseguia atacar. O jogador com a bola estava sempre muito longe do gol e precisando driblar adversários para manter a posse.
Daí em diante, o Wolverhampton fez uma pressão tremenda. Foram muitas bolas na área e o tempo todo tentando achar um espaço. Em um desses cruzamentos, um vacilo defensivo gerou o gol. A bola passou por todo mundo em um cruzamento da direita, Mendy tentou proteger a bola, Adama Traoré deu um tranco, tocou a bola, cruzou rasteiro e Raúl Jiménez empurrou para dentro do gol: 2 a 2 no placar, aos 37 minutos.
Com alguns minutos no placar e uma robustez física e mental, os Wolves foram para cima. Matt Doherty carregou a bola a partir da direita, tocou para Raúl Jiménez, que fez perfeitamente a jogada de pivô, devolveu ao lateral, que tirou da marcação e chutou de canhota, no cantinho: 3 a 2, aos 44, e uma virada maluca no Molineaux.
Só que nos acréscimos, o Manchester City teve uma grande chance. Em uma falta, na entrada da área, Sterling cobrou com muito perigo, a bola ainda tocou no travessão e saiu. A torcida vibrou muito. O jogo estava decidido.