Batalha tática entre Manchester City e Arsenal termina empatada – bom para o Liverpool
Ataques são ineficazes e Manchester City e Arsenal ficam no zero para a sorte dos Reds, que assumiram a ponta da Premier League

Sempre que Pep Guardiola duela contra Mikel Arteta, seu ex-auxiliar, a batalha tática rouba todos os holofotes e não seria diferente neste domingo (31), valendo a liderança da Premier League na 30ª rodada. O 0 a 0 entre Manchester City e Arsenal no Etihad Stadium, que permite o Liverpool relaxar na liderança com dois pontos de vantagem aos Gunners, é um reflexo das estratégias dos times e como os ataques foram ineficazes
Por pelo menos 25 minutos, o Manchester foi o melhor time no Ettihad Stadium. Pressionava melhor que o rival, monopolizava a bola e se movimentava muito para buscar os espaços. Um exemplo dessa movimentação era a função dos laterais Josko Gvardiol e Manuel Akanji. Quando a bola estava na esquerda, o croata jogava como um ponta, e dava liberdade para Phil Foden flutuar para o meio. Com isso, Bukayo Saka era obrigado a recompor e a linha defensiva dos Gunners ficava com cinco defensores – do outro lado, nas subidas de Akanji, Jesus exercia a mesma função com perfeição.
Essa foi a forma de Arteta impedir a infiltração dos meias no espaço entre lateral e zagueiro. E deu muito certo. Os Citizens só finalizaram com real perigo uma vez, via bola parada. Em escanteio cobrado na primeira trave, Aké finalizou esquisito, não pegou bem na bola, e David Raya mostrou reflexo para encaixar.
Guardiola foi obrigado a tirar Aké aos 25, quando sentiu a panturrilha e foi substituído por Rico Lewis, que entrou como lateral-direito e moveu Akanji para zaga. Justamente após essa parada para troca, o Arsenal melhorou no jogo e não ficou mais encurralado na defesa. E aí entra outro aspecto tático do jogo: as subidas de Ben White.
O zagueiro de origem, que joga de lateral há quase dois anos, atuou como ponta e permitiu que Saka jogasse por dentro. Não foram poucas as vezes que o inglês foi acionado na linha de fundo direita e foi ali que criou boas chances. Em uma delas, ainda no início, cruzou e Gabriel Jesus, hoje de ponta esquerda, finalizou perto da trave. Depois, o cruzamento de White chegou em Jakub Kiwior, que escorou para Jesus na meia-lua, onde ajeitou para canhota e bateu rasteiro para fora.
No saldo geral, dá para dizer que o Arsenal foi levemente superior no primeiro tempo porque, quando defendeu, não permitiu chances claras ao Manchester City – o mandante só tocou três vezes na área adversária, sendo que Erling Haaland só foi acionado em sete oportunidades. Os Gunners ainda tiveram chances melhores que o adversário.

Na etapa final, City nem acerta o gol, enquanto Arsenal só chuta uma vez
A dedicação tática e concentração do primeiro tempo não era tão alta na etapa final e víamos mais erros dos dois lados, até porque o tempo estava passando e ninguém tinha alterado o placar. Nos minutos inicias, o City chegou em chute colocado de fora de Matteo Kovacic após grande jogada de Lewis. O outro lado veio a partir de falha na saída de bola, que permitiu que Saka cruzasse rasteiro e a bola por pouco não foi tocada por Jesus para as redes.
Pep Guardiola fez mudanças que deram mais qualidade de drible ao seu time. Jack Grealish e Jérémy Doku entraram nas pontas nas vagas de Kovacic e Foden, o que fez Bernardo Silva se alinhar a Rodri na saída de bola e os laterais Lewis e Gvardiol ocuparem apenas o centro do campo no momento ofensivo.
Arteta respondeu com novo gás no meio (Thomas Partey) e na lateral esquerda (Takehiro Tomiyasu). Depois, Jesus recebeu os aplausos de seus ex-torcedores ao sair para entrada de Leandro Trossard.
Os Citizens foram melhores por praticamente todo segundo tempo, só que tiveram, novamente, dificuldade para exigir que Raya fizesse alguma defesa – quando Gvardiol ajeitou para Haaland mandar para o gol na segunda trave, o atacante furou a bola, que foi pela linha de fundo. Enquanto isso, os Gunners tinham ainda mais problemas ofensivos ao não reter a bola e não finalizaram nenhuma vez até os 40, quando Trossard exigiu que Ortega espalmasse.
No fim, apesar de mais dominante (superou os 70% de posse de bola), o City não conseguiu fazer nada além de cruzar, por isso o zero no placar, além da postura defensiva do Arsenal.
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
Tabela da Premier League
