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Liverpool e Chelsea fizeram um jogo quente, mas que não saiu do zero, apesar da boa estreia de Mudryk

Mudryk acabou sendo um personagem importante em Anfield, pela maneira como entrou bem em sua estreia e causou problemas a um Liverpool que pressionava

Numa temporada sofrível de Liverpool e Chelsea na Premier League, o duelo em Anfield tentava resgatar um pouco do brio dos times no meio da tabela. Foi uma partida bastante disputada, com um primeiro tempo de mais vontade que de qualidade, enquanto a segunda etapa ferveu. Entretanto, o placar não saiu do 0 a 0, sem ajudar os clubes pressionados. No geral, o Chelsea foi melhor. Criou bem mais perigo numa primeira etapa em que poderia ter aberto o marcador. Já na volta do intervalo, o Liverpool cresceu e pressionou um bocado. Isso até Mykhaylo Mudryk fazer sua estreia e deixar boa impressão nos 40 minutos em que permaneceu em campo, dando calor na defesa vermelha. Ainda assim, nada suficiente para garantir o triunfo.

O jogo parecia prometer ainda mais quando as redes balançaram com cinco minutos. Depois da cobrança de escanteio, Benoit Badiashile desviou na área e Thiago Silva carimbou a trave. O rebote ficou vivo com Kai Havertz, que guardou, mas estava impedido. Passado o susto, o Liverpool conseguiu uma resposta de imediato e Cody Gakpo isolou o chute. Logo ficou claro que a partida seria disputada em bom nível de intensidade e de vontade, mas não tanto com acerto técnico das equipes.

O Chelsea era melhor na primeira etapa. Exibia um maior nível de organização, passava mais tempo no campo de ataque e criava as oportunidades mais concretas. Aos 22, Lewis Hall deu outro susto num chute cruzado que passou ao lado da trave. Enquanto isso, o Liverpool tentava acelerar um pouco mais e ia muito mal nas conclusões. Por mais que Gakpo aparecesse, o desacerto do novo reforço era evidente. Mas não que os companheiros ajudassem tanto, mesmo Mohamed Salah.

Desta forma, Alisson se tornou importante para evitar o prejuízo do Liverpool no primeiro tempo. O goleiro faria uma ótima defesa aos 32 minutos. Em mais uma bola alçada que a zaga não desviou, Badiashile arrematou e o arqueiro salvou no contrapé. As bolas paradas de Hakim Ziyech eram uma clara provação. Somente no final da primeira etapa é que os Reds conseguiram sustentar um momento mais constante no ataque. Pressionaram e empurraram os Blues para trás, mas a única finalização se resumiu a um tiro torto de Salah.

Os times voltaram sem mudanças para o segundo tempo. O Liverpool, em compensação, apresentou outra energia. Exerceu um abafa inicial e, logo na saída de jogo, Ibrahima Konaté tentou surpreender Kepa Arrizabalaga, com um chute do meio do campo que saiu ao lado da meta. A bola aérea era uma alternativa e a persistência durou bons minutos, mesmo que os arremates não fossem tão bons. Naby Keita foi travado por Thiago Silva, enquanto Gakpo cabeceou para fora em boas condições.

A resposta do Chelsea seria com a estreia de Mykhaylo Mudryk na vaga de Lewis Hall, aos dez minutos. Logo os Blues ganharam um escape pela esquerda e aliviaram o sufoco, para se adiantar mais em campo. Tiveram uma boa chegada com Connor Gallagher, antes que Ziyech fizesse fila e chutasse por cima. Já aos 17, Darwin Núñez voltou ao Liverpool, com a saída de Keita. E a partida de fato seguia difícil aos Reds. Os Blues tinham mais energia e Mudryk era muito participativo. Aos 19, o ponta limpou a marcação na área com um drible seco e, quando Alisson chegava para abafar, acertou a parte externa da rede. Mudryk também forçou um amarelo de James Milner durante um contra-ataque. Era animadores minutos iniciais do ucraniano.

O Liverpool demorou a voltar a finalizar. Foi aos 24, num lance de persistência. A jogada de Darwin Núñez pela esquerda permitiu a batida de Gakpo, mas sem tanta força para assustar Kepa. Quando o Chelsea respondeu, era sempre buscando Mudryk pela esquerda, com as inversões de Ziyech. Faltou pouco para ele completar. E os Reds trocariam seu lateral, com a entrada de Trent Alexander-Arnold, no posto de Milner. O jogo se concentrava no campo de ataque do Chelsea, enquanto o Liverpool voltava aos contragolpes. Teve um novo lance com Darwin aos 31, mas de novo sem dificultar a Kepa.

O Chelsea acionou Cesar Azpilicueta, Carney Chukwuemeka e Pierre-Emerick Aubameyang aos 36, enquanto o Liverpool vinha com Jordan Henderson, Fabinho e Curtis Jones. Os Reds foram os primeiros a aproveitar o momento. Darwin Núñez buscou a bola na linha de fundo e cruzou, mas Alexander-Arnold chutou muito alto. Porém, a quem esperava um jogo mais elétrico nesta reta final, houve uma quebra de ritmo. O duelo se tornou mais pegado, com o Liverpool pelo menos voltando a se adiantar em campo. O clima em Anfield passava a ferver, com descontentamentos também com a arbitragem. Aos 47, Mudryk criou outro ótimo lance ao Chelsea, mas Robertson foi perfeito para travar a batida de Chukwuemeka. Já a última chance seria de Darwin Núñez, num chute prensado por cima, mas ligeiramente impedido. O zero realmente prevaleceu.

A situação dos dois times na tabela segue sem animar. O Liverpool é o oitavo colocado, com 29 pontos, nove abaixo do G-4. O Chelsea consegue ser pior, em décimo, com 29 pontos e saldo inferior. Além disso, os Blues possuem uma partida a mais. A expectativa gira mais ao redor dos reforços e, por essa breve estreia, por aquilo que Mudryk poderá fazer.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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