O líder Liverpool supera os desfalques (de novo) e o Bournemouth para vencer mais uma na Premier League
Sem Salah, Arnold e mais um monte de jogadores, o Liverpool de Klopp vence outra e mantém vantagem na liderança da Premier League
Não deu para ver aquele ótimo Liverpool em boa fase nos primeiros 45 minutos no Vitality Stadium neste domingo (21), criando pouco e não assustando o goleiro brasileiro Neto. Parece que deixou tudo para o segundo tempo, arrasando o Bournemouth por 4 a 0 na 21ª rodada da Premier League, com dois gols de Diogo Jota e Darwin Núñez. E isso superando uma extensa lista de desfalques, do principal craque a importantes reservas – não que seja uma grande novidade na temporada 2023/24.
O clube de Anfield lidera o Campeonato Inglês com 46 pontos, cinco a mais que a trio Manchester City – este, com um jogo a menos -, Arsenal e Aston Villa.
Do outro lado da tabela, os Clarets ainda mantém uma segura distância de nove de pontuação para a zona de rebaixamento
Klopp ainda lida com os diversos desfalques
Na defesa, o técnico alemão Jürgen Klopp, basicamente, não tem titular nem reserva nas laterais. Os dois da esquerda, Andy Robertson e Kostas Tsimikas, estão em fase final de recuperação, enquanto Trent Alexander-Arnold sofreu uma lesão no início do mês. Por isso, utiliza o garoto Conor Bradley na direita e o zagueiro destro Joe Gomez na esquerda. A dupla de zaga titular hoje foi Virgil van Dijk e Ibrahima Konaté, com Joël Matip ainda fora. No meio, Alexis Mac Allister teve que ser o homem mais recuado pela ausência de Wataru Endo, defendendo o Japão na Copa da Ásia. Sem Dominik Szoboszlai, Harvey Elliott ganhou uma nova chance ao lado de Curtis Jones. Mohamed Salah, com o Egito (e machucado) na Copa Africana de Nações, foi substituído por Luis Díaz na direita do ataque, que jogou com Diogo Jota de centroavante e Darwin Núñez na ponta esquerda.
O espanhol Andoni Iraola manteve o 4-2-3-1 das últimas rodadas no Bournemouth. Dominic Solanke como o dono absoluto do ataque, tendo Justin Kluivert como dupla. Vale citar que os Cherries jogaram apenas uma vez no mês, no dia 6, superando o Queens Park Rangers por 3 x 1 na Copa da Inglaterra. Ou seja, entrou em campo com o tanque cheio.
Reds dominam a bola, Bournemouth se fecha, e nada de muito relevante acontece no 1º tempo
Como um bom jogo de Premier League, ainda mais com o Liverpool em campo, as coisas foram intensas e rápidas nos primeiros minutos. O gegenpressing de Klopp estava a todo vapor, com muitos jogadores de branco e verde cercando os adversários rubro-negros. O Bournemouth utilizava uma perigosa ligação direta para Solanke, centroavante em boa fase. Superior tecnicamente, os Reds tinham mais a bola para dominar as ações nos primeiros minutos e, às vezes, não tinham vergonha de tentar verticalizar o jogo como seu adversário.
O funcionamento tático dos visitantes tinha facetas interessantes. No momento ofensivo, Joe Gomez era basicamente um meio-campista ao lado de Mac Allister. A equipe tinha muita aglomeração de jogadores no setor da bola e trocas de posição. No lado direito, Elliott, às vezes, era o ponta e Díaz flutuava para outros setores.
Muito físico e intenso, o jogo no primeiro tempo tinha poucos espaços e nenhuma chance clara aconteceu em mais de 35 minutos. No máximo, o goleiro brasileiro Neto encaixou duas tentativas no meio do gol de Núñez e Díaz, ambas de fora da área. Alisson também teve que efetuar o mesmo trabalho em chute de fora de Ryan Christie, já quase aos 40.
Ainda antes dos acréscimos, os Clarets chegaram com muito perigo. Luis Sinisterra recebeu na ponta esquerda lotado de marcadores, mas achou um ótimo passe para Kluivert, que dentro da área levou para o fundo e cruzou rasteiro, na frente do gol dos Reds, sem ninguém tocar.
Liverpool impõe seu jogo e termina com vitória
Com três minutos, o que não aconteceu nos 45 anteriores, finalmente foi feito pelo Liverpool – mesmo que de forma aleatória. Elliott recebeu lateral na intermediária direita e quase perdeu a bola para Sinisterra, aí Konaté salvou com um chutão. No entanto, a bola veio perfeita para Jones, sozinho no meio. O meia tocou para Jota, que deu de primeira para Darwin Núñez chapar a bola e abrir o marcador.
O Bournemouth atacou logo na sequência e quase empatou. Kluivert foi acionado à frente da meia-lua, finalizou e um desvio quase “matou” Alisson na jogada. O jogo ficou lá e cá e os Reds foram de novo ao ataque. Neto teve que defender boa tentativa do jovem Bradley após sobra de um escanteio. No geral, o clube de Anfield iniciou muito melhor e sufocando os adversários.
Nessa dificuldade, Iraola trocou duas vezes aos 10: James Hill e Siniterra foram substituídos por Lloyd Kelly e Alex Scott, respectivamente. Depois, Klopp utilizou os únicos jogadores de linha no banco de reservas que não são garotos da base. Entrou Cody Gakpo e Ryan Gravenberch nas vagas de Díaz e Eliott. O primeiro foi para ponta esquerda, movendo Núñez para o centro do ataque e Jota para o lado direito.
Nos Clarets, ainda sem finalizar na etapa inicial, entrou o ponta David Brooks no lugar de Kluivert, mas essa troca nem teve tempo de se mostrar acertada. Aos 25, o Liverpool encaixou um rápido e vertical contra-ataque. Núñez ganhou no alto de Illia Zabarnyi, a bola sobrou no meio para Gakpo deixar tranquilo para Jota bater de primeira dentro da área e superar Neto.
Melhor defesa da Premier League e hoje completando o oitavo jogo sem sofrer gol, o sistema defensivo do Liverpool brilhou nas poucas tentativas do Bournemouth. Solanke teria uma boa chance para finalizar na área, até que Konaté se jogou na bola e antecipou o atacante argentino.
Enquanto um ataque era pouco efeito, o outro até quando errava dava certo. Em jogada pela direita após boa transição, Bradley cruzou para Jota, que furou feio, mas a bola ainda ficou disponível para o português bater cruzado e marcar o segundo no dia.
Nos últimos minutos, o Bournemouth finalmente conseguiu infiltrar na defesa do Liverpool. Brooks ficou na cara de Alisson, era só tirar do goleiro. Ele até tirou, mas também do gol, mandando direto para fora. O árbitro do jogo ainda deu desnecessários oito de acréscimos – para críticas dos dois técnicos -, que deu tempo para Darwin Núñez cravar mais um. O uruguaio concluiu com categoria um ótimo cruzamento de Joe Gomez aos 48, finalizando um segundo tempo absoluto.