Lampard: “Estou confortável em receber a visita de Boehly nos vestiários, isso não é ruim em termos de identidade”
Lampard falou sobre a visita de Todd Boehly, proprietário do Chelsea, aos vestiários após a derrota para o Brighton

Os jogadores do Chelsea receberam a visita de Todd Boehly, proprietário do clube, após a derrota para o Brighton no final de semana. Segundo relatos da imprensa britânica, o dono dos Blues disse que a temporada é “vergonhosa” e deu um puxão de orelha em seus funcionários. No entanto, ninguém quis polemizar sobre o episódio antes do reencontro com o Real Madrid pela Champions League. Kepa Arrizabalaga garantiu que Boehly visita os vestiários depois de todas as partidas. Já Frank Lampard disse não ver problemas nas aparições do americano e relembrou a relação com Roman Abramovich.
“Sim, estou confortável com os donos nos vestiários. Ocorreram algumas críticas ao nosso antigo dono por não vir aos jogos e não estar por perto, mas nem sempre era verdade. Quando um proprietário investe na equipe e quer ajudar a melhorar, é prerrogativa ter a opinião que deseja. Eu me lembro dos momentos como jogador em que o dono entrava no vestiário. Primeiro aconteceu no Chelsea, nunca antes em qualquer outro lugar, e lembro de ficar feliz por eles lá. Você poderia cumprimentá-los, ouvi-los, senti-los. Isso não é ruim em termos de identidade do clube e de onde você quer chegar. Não tenho problemas com isso. Tinha minhas coisas para dizer depois do jogo. Se o dono quiser vir, ser positivo e falar com os jogadores, é parte dele. Pode ser normal nos dias modernos. Mostra paixão, e é a primeira coisa que gosto”, analisou o treinador.
Além disso, Lampard garantiu que não vai ensinar nada para os proprietários sobre o que é a realidade da Premier League: “Tudo o que faço é falar honestamente como vejo o clube e como faço meu trabalho. Enquanto estiver aqui como treinador, falarei honestamente, farei meu trabalho no centro de treinamentos e me comunicarei muito, porque possuo um enorme carinho pelo Chelsea. Esse é meu trabalho. Não é meu trabalho considerar as abordagens das pessoas. Só falarei sobre a forma como ajo e sobre o que vejo”.
Perguntado se o Chelsea está “quebrado” em termos esportivos nessa temporada, Lampard não quis ser tão catastrófico: “Não estamos onde queremos estar. Acho que a palavra quebrado é um pouco demais, mas não estamos onde desejamos. Está claro, a posição na liga é uma realidade na Premier League e perdemos por 2 a 0 a ida contra o Real Madrid, então acho que é apenas a realidade. Temos que trabalhar contra isso e mostrar de todas as formas que podemos, porque não estamos nesse momento”.
Sobre os problemas dos Blues, Lampard acredita que há uma conjunção de fatores: “Não vou questionar o comprometimento dos jogadores. Fui perguntado no sábado se falta fome nos jogadores e respondi que é muito fácil chegar a essa conclusão do lado de fora, quando há muitos fatores que precisam se unir para jogar como uma equipe nesse nível – confiança, crença, físico, tático. Sinto como se todo mundo mirasse na questão física para falar do Chelsea. É parte importante do jogo, mas há outras partes que podemos melhorar também. Do meu ponto de vista, é sobre atacar essas coisas. Estamos tentando atingir isso rapidamente, mas a realidade é que algumas levam tempo para melhorar”.
Por fim, Lampard comentou sobre a força do Real Madrid na Champions. Exaltou o trabalho de Carlo Ancelotti, seu velho conhecido dos tempos de Chelsea, assim como ressaltou como uma base talentosa e vitoriosa faz a diferença para os merengues.
“Não conheço a história exata do Real Madrid por dentro, mas, olhando de fora, eles têm um grande técnico que entende muito bem essa história – sei disso por ter trabalhado com ele. Ele precisa receber todo o crédito nesse momento, porque a sequência deles na temporada passada foi de uma incrível resiliência que ele liderou. O que é muito visível do lado de fora é um núcleo de jogadores que estão há muito tempo jogando no mais alto nível, ano após ano. Eles têm talento, ética de trabalho e liderança que impulsionam o grupo, a meu ver. Estou falando obviamente sobre Modric, Kroos, Benzema e os outros. Eles têm uma ótima receita para um time ser bem sucedido ao longo dos anos. Eles têm também talento individual, que pode ganhar um jogo a qualquer momento, com ou sem controle. Esses jogadores especiais podem ser cruciais neste nível, e eles têm isso”, finalizou.