Premier League

Klopp sobre momento do Liverpool: “Se temos azar tão frequentemente, deve haver outro motivo”

Treinador destacou que construção de jogadas indica que algo bom está sendo feito, mas que a finalização tem deixado a desejar

Depois de duas temporadas vitoriosas, a última delas colocando fim a um jejum de 30 anos sem títulos da Premier League, o Liverpool vive uma campanha decepcionante. Eliminado pelo Real Madrid nas quartas de final da Champions League, os Reds ocupam apenas a sexta colocação da liga inglesa e correm o risco de ficarem de fora de competições europeias na próxima temporada. Jürgen Klopp reconhece o ano ruim e, buscando explicações para a queda de nível, identifica a finalização de jogadas e a falta de confiança como os principais problemas de sua equipe.

Em entrevista à Sky Sports às vésperas do clássico contra o Manchester United, neste domingo (2), Klopp lamentou o número de chances desperdiçadas por sua equipe recentemente. Mais especificamente, nos últimos três jogos, empates em 1 a 1 contra Leeds e Newcastle e 0 a 0 com o Real Madrid.

“Às vezes, soa um pouco entediante repetir isso, mas sabemos que temos que melhorar. Uma coisa em que precisamos continuar trabalhando é a finalização. Temos que finalizar nossas oportunidades. Criamos 36 chances nos últimos três jogos e marcamos duas vezes. Isso, obviamente, não é o bastante”, admitiu.

Klopp acredita ter havido momentos em que a equipe não teve sorte nos últimos duelos, mas, observando o padrão, não consegue atribuir o problema apenas ao acaso. “Observamos detalhadamente todas as situações que criamos nos últimos sete ou oito jogos para ter uma visão geral. Não é falta de sorte. Houve momentos em que tivemos azar, mas se você tem azar tão frequentemente, deve haver outro motivo.”

O alemão acredita, no entanto, que nem tudo é uma tragédia. O próprio dado de que 36 chances foram criadas, para ele, é um sinal de que algo está sendo bem feito, ao menos na construção de jogadas. O treinador defende que a equipe não precisa de mudanças profundas, apenas de ajustes – e fazer com que os jogadores reconquistem sua confiança será fundamental para isso.

“Dá para ver que os rapazes não estão confiantes o bastante no momento. Eles não usam o domínio (para já dar sequência ao lance). Eles buscam garantir que a bola esteja na posição certa, e então é tarde demais, o defensor chega. Há muitas coisas. Depois de não marcar por algum tempo, você não usa as mesmas situações para finalizar. Isso é algo normal, porque não estamos voando em campo.”

Diante disso, o caminho, segundo Klopp, é seguir conversando com seus comandados, os ajudando a encontrar soluções em campo. “Até aí, tudo bem, mas quando o jogo começa e a primeira bola não entra, a segunda bola não entra e a terceira bola não entra, é como uma ferida que começa a sangrar novamente. É o que conseguimos ver em campo”, lamentou. “No entanto, uma chance desperdiçada é informação, e precisamos usá-la. As coisas que fizemos para chegar na posição foram certas, então é fazer de novo, mas adaptar um pouco. Seguir em frente, permanecer positivo.”

Com cinco jogos restantes na Premier League, o Liverpool ainda tem chances matemáticas de se classificar à Champions League da próxima temporada. A equipe está atualmente a sete pontos do quarto colocado, o Chelsea, mas com um jogo a menos, que fará ainda neste domingo, contra o United.

Klopp reconhece que a classificação não dependerá apenas dos Reds, mas quer fazer o melhor no que resta do Campeonato Inglês para que a equipe não tenha que carregar o peso de ser a única responsável por um possível destino decepcionante.

“Não vamos desistir desta temporada. Ainda temos futebol europeu a jogar. Se será na Champions League ou na Liga Europa, isso depende muito dos outros. Mas não queremos ser a razão (de estar fora das competições europeias) por causa de nossos resultados nos últimos cinco jogos. Tentaremos de tudo para vencer o máximo possível.”

Depois do clássico com o Manchester United, o Liverpool enfrenta Southampton (casa), West Bromwich (fora), Burnley (fora) e Crystal Palace (casa) em suas quatro rodadas finais.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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