Premier League

Invasão americana: Bournemouth será o 10º clube com investidor dos Estados Unidos na Premier League

Dono do Vegas Golden Knights, Bill Foley comprou o Bournemouth por £ 100 milhões e quer desenvolver jogadores e ter mais diversidade nas arquibancadas

Depois de muitos meses de negociação, o Bournemouth tem um novo dono. Bill Foley, através da empresa da qual é sócio, a Black Knight Football Club, comprou 100% do clube do seu dono anterior, Maxim Denin. Ele será mais um americano a atuar no futebol europeu e especificamente no futebol inglês. A compra do clube foi de cerca de £ 100 milhões, segundo informado pela Sky Sports.

O Bournemouth será o 10º clube da Premier League com algum investimento de americanos. Até o Manchester City tem 10% de investimento de americanos. Arsenal, Aston Villa, Chelsea, Crystal Palace, Fulham, Leeds e Manchester United são os outros clubes com algum nível de investimento americano. Só mesmo no Manchester City o investimento americano não é majoritário entre os citados.

Bill Foley tem 77 anos e fez fortuna no remo de seguros, antes de comprar o Vegas Golden Knights, time de hóquei da NHL. Ele também é dono de uma vinícola e de diversos restaurantes. Sua fortuna é estimada em £ 1,2 bilhão. “Tenho tremendo respeito pela paixão e apoio que a comunidade do Bournemouth mostra por este clube e acredito que essa conexão com a comunidade é a fundação para o sucesso de qualquer equipe esportiva”, afirmou Foley em um comunicado.

“Iremos seguir adiante com uma abordagem de ‘sempre avançar, nunca retroceder’, que definiu todos os meus empreendimentos. Estou comprometido em trabalhar com as melhores mentes do futebol e dos negócios para melhorar o desenvolvimento de jogadores, infraestrutura, e a experiência dos torcedores para colocar o Bournemouth na melhor posição possível para ter sucesso”.

Curiosamente, o ator Michael B. Jordan será um dos acionistas minoritários, assim como Nulla Sarker, executivo, fundador e CEO da Kosmos, empresa que controla a Copa Davies, de Tênis, e o Andorra FC, clube que tem como presidente o agora ex-jogador Gerard Piqué. O Bournemouth será a primeira vez que Michael B. Jordan se arrisca no mundo dos esportes. Ele trabalhará junto a Foley e Sarker em termos de marketing global e internacionalização do clube.

Entre os planos anunciados por Foley, há a ideia de expandir o Estádio Vitality e desenvolver o centro de treinamentos do clube. A janela de transferências de janeiro, de meio de temporada, abre daqui a pouco tempo, e é esperado que o novo dono dê recursos para o técnico do clube, Gary O’Neil, reforçar o elenco.

O’Neil, aliás, foi conformado como técnico principal, com um contrato de 18 meses, apenas no mês passado, depois de ficar 12 jogos como interino no clube. Ele substituiu Scott Parker, demitido no fim de agosto. Por enquanto, ele tem quatro vitórias, quatro empates e quatro derrotas no comando do time, que está a três pontos da zona do rebaixamento.

“Sou um ditador. Quando estou envolvido, preciso ser o capitão do navio”

Em entrevista à BBC, Foley fez uma curiosa escolha de palavras para falar sobre como vai gerir o clube. “Estive olhando diferentes situações de investimento na Premier League por vários anos, mas não sou um bom dono minoritário”, disse Foley. “Eu digo aos meus sócios minoritários, e eles sabem disso, não há nada mais limitado do que ser um sócio limitado de Bill Foley”.

“Procurei por diversos clubes nos últimos dois ou três anos e eles todos envolviam um investimento minoritário com alguém já no comando. Não gosto disso. Sou um ditador”, disse Foley. “Quando estou envolvido, preciso ser o capitão do navio. Tive que esperar por uma situação onde eu poderia comprar o time por mim mesmo, com meus sócios, é claro, e controlar o destino do time”, continuou. “Sempre digo no Vegas Golden Knights que se há um erro, então esse erro é culpa minha. Assumirei total responsabilidade e planejo fazer o mesmo no Bournemouth”.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

“Para ter um time na MLS, você precisa gastar US$ 1 bilhão”

“A MLS, infelizmente, requer um estádio que seja construído e, nos Estados Unidos, esse custo é de US$ 600 milhões a US$ 700 milhões. A franquia em si, acho, é algo como US$ 300 milhões, então você tem que gastar um bilhão de dólares antes de ter um time”, disse Foley, explicando porque preferiu comprar um clube na Inglaterra, e não nos Estados Unidos, seu país e onde mora. “Estou comprando um clube na Premier League e que já têm um estádio, já tem jogadores e posso melhorá-lo. Não me vejo envolvido na MLS”.

Desejo de ser um dono multiclubes

Foley é mais um investidor americano e quer seguir o caminho dos multiclubes. “Estamos em negociação com um time da Ligue 1 em exclusividade e com um time de primeira divisão na Bélgica que nos daria um pequeno triângulo que poderíamos mover os jogadores”, explicou Foley. “Também levantamos fundos adequados para financiar todas essas transações. Estou empolgado em quanto progresso estamos fazendo. Todo mundo no Bournemouth está empolgado com isso”.

“Quero mais diversidade, mais jovens e mais mulheres indo aos nossos jogos”

“Levará alguns anos para fazermos isso. A maior coisa é ter mais assentos, 11.300 não é adequado para o que queremos fazer no Bournemouth”, continuou o dirigente. “Quando eu vou para o jogo, olhei ao redor no estádio e todo mundo parecia como eu, alguém mais velho, homem e branco. Quero expandir a nossa base. Quero mais jovens, quero mais mulheres indo aos nossos jogos. Quero diversidade, então realmente poderemos fazer as coisas acontecerem”.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
Botão Voltar ao topo