Ídolo do City, Yaya Touré aponta negligência em casos de racismo e elogia Sterling: “jogador do ano”
O ídolo do Manchester City, o marfinense Yaya Touré, atualmente sem clube, rasgou elogios ao inglês Raheem Sterling, em entrevista ao Mirror. Com uma história de mais de 200 partidas pelos citizens, o jogador de 35 anos afirmou que o atacante merece receber o prêmio de melhor jogador do campeonato inglês, e aproveitou para comentar o papel decisivo do técnico Pep Guardiola, seu antigo desafeto, na evolução do atacante.
[foo_related_posts]“Guardiola é um treinador top. Pep é o tipo de pessoa que pode pegar um talento e leva-lo ao máximo nível”, disse ao destacar a temporada que Sterling tem feito. “Raheem, meu irmãozinho, veio quando (Manuel) Pellegrini estava no clube. Desde que Pep chegou, Raheem está em outro mundo. Ele é completo”. Na temporada 2018/2019, Sterling marcou 19 gols e deu 16 assistências, totalizando 35 gols com participação direta. Ainda na temporada anterior, o atacante já havia marcado 23 gols e dado 17 assistências.
A relação de Touré e Guardiola, desde os tempos em que trabalharam e triunfaram juntos no Barcelona não é das melhores e o marfinense já até mesmo acusou o treinador de racismo. O que não impede o jogador de analisar o quanto o espanhol adiciona às equipes que comanda. “Pep deu a Sterling a confiança que ele precisava. Ele recebeu muitas críticas e isso era difícil para ele. Mas ele continuou a trabalhar e agora merece ser o jogador do ano. Pep veio e melhorou Sterling e Agüero. De Bruyne. Walker, que já era um bom jogador. Para jogadores assim, Pep é fantástico”, explicou.
E por falar em racismo, Touré usou de exemplo os abusos sofridos durante o início de carreira ao falar sobre as ofensas raciais direcionadas a Sterling e a outros jogadores ingleses ocorridas em Montenegro, durante partida pelas eliminatórias da Euro 2020. “Primeiramente eu me senti humilhado e depois muito bravo. Os gritos de macaco eram piores do que qualquer coisa”, disse lembrando de quando era jogador do Metalurh Donetsk, da Ucrânia. “Era difícil. E eu tinha que encarar. Todo jogo. Às vezes eram os torcedores do meu próprio time fazendo isso. Mesmo se você se preparou para isso, quando acontece você ainda se choca. Por isso fiquei surpreso que Sterling ficou tão calmo”.
Para Touré, além das ações punitivas, falta prevenção das entidades para impedir com que atos racistas não aconteçam nos estádios. “Eles sentam, tomam seu café, seu vinho. Então, eles ouvem um caso como esse acontecendo e pegam o telefone dizendo ‘nós temos que marcar uma reunião, nós temos que fazer algo’. Isso não deveria funcionar assim. Nós temos que ser proativos. Temos que estar trabalhando antes que esse tipo de situação com Raheem esteja acontecendo”, enfatizou.