Hiddink: “Acho que Lampard pode ser o homem para liderar esse novo Chelsea”
Duas vezes interino do Chelsea no passado, Guus Hiddink declarou sua confiança em um bom trabalho de Frank Lampard
Poucos treinadores conhecem tão bem a missão de assumir o Chelsea em crise quanto Guus Hiddink. O holandês, afinal, teve duas passagens por Stamford Bridge como interino. Sua primeira estadia aconteceu em 2008/09, quando substituiu Felipão em fevereiro. Apesar dos poucos meses, teve um aproveitamento fantástico de 80% dos pontos disputados, com o título da Copa da Inglaterra e a controversa eliminação para o Barcelona nas semifinais da Champions League. Já seu retorno em 2015/16 não foi tão impressionante, mas ainda assim contornou as crises depois da saída de José Mourinho e entregou um ambiente mais estável a Antonio Conte. A bola da vez nos Blues é Frank Lampard, também escolhido como interino após a demissão de Graham Potter. Hiddink aposta suas fichas no ex-comandado, não só para o fim da temporada, mas para um projeto mais longo.
“Ele tem a chance de fazer algo lindo no fim da temporada, com a Champions League. E acho que ele pode ser o homem para liderar esse novo Chelsea”, declarou Hiddink, em entrevista ao The Telegraph. “Honestamente, gostaria que Lampard fosse considerado não apenas um técnico interino. Que também fosse dada confiança para continuar o projeto na próxima temporada. Frank conhece o clube como ninguém e é importante dar continuidade às coisas. Como qualquer um, Lampard vai precisar de tempo. O Chelsea investiu muito dinheiro, mas agora precisa se adaptar a uma ideia”.
Perguntado sobre a primeira passagem de Lampard no comando do Chelsea, Hiddink refletiu que não era o melhor momento para o antigo ídolo despontar na casamata. Acredita que as experiências desde então o auxiliaram: “Talvez a primeira passagem de Lampard tenha acontecido cedo demais, para assumir uma responsabilidade tão grande. Ele tinha acabado de começar sua carreira como treinador. Agora tem mais experiência, está melhor preparado. Vamos deixá-lo trabalhar! Eu o conheço e acho que é a pessoa certa”.
Hiddink também falou sobre sua relação com Lampard em Stamford Bridge. O holandês apontou como, por suas características dentro do clube, o meio-campista indicava que se tornaria treinador no futuro: “Tenho ótimas lembranças com Frank. Ele era um rapaz fantástico nos vestiários. Como jogador, um meio-campista dos velhos tempos: forte, inteligente e muito perigoso nos arredores da área”.
“Ele sempre contribuiu de maneira positiva ao grupo. Sem gritar, sem apelar, mas sempre competindo e incentivando os companheiros a darem o melhor de si. Gostava muito dele. O que eu mais gostava em Lampard é que às vezes eu precisava deixá-lo no banco ou substituí-lo, e ele nunca me deu uma cara de bravo quando isso acontecia. Sempre aceitou minhas decisões. Não reclamava, sempre contribuía. Depois de uma carreira brilhante, estava claro para mim que ele seria treinador”, complementou o veterano.
Em sua primeira passagem pelo Chelsea, Lampard dirigiu a equipe por 84 partidas. Teve um papel importante ao promover uma renovação do elenco e lançar jovens num período de embargo no mercado de transferências. Contudo, deixou o cargo em meio a uma sequência ruim em 2020/21, para que Thomas Tuchel conquistasse a Champions League. O trabalho recente no Everton deixou mais dúvidas do que certezas sobre o potencial do ex-meia como técnico. Ainda assim, recebe recursos até melhores para tentar essa volta por cima em Stamford Bridge e buscar justamente a Orelhuda, com os papéis invertidos.