Haaland igualou o recorde, mas quem fez mágica foi Álvarez, num golaço que valeu vitória apertada e liderança ao City
O Fulham causou problemas ao Manchester City, que não foi a máquina dos jogos recentes, mas contou com a qualidade de Julián Álvarez

Em algum momento Erling Braut Haaland bateria o recorde de gols da Premier League, isso era claro. E aconteceu neste domingo, com um tento de pênalti, seu 34° nesta edição da competição. O norueguês igualou as marcas de Alan Shearer e Andy Cole, enquanto já parecia pronto a superá-las na sequência da tarde em Craven Cottage. Não seria, porém, uma vitória tão fácil como as últimas do Manchester City. O Fulham causou problemas aos celestes, arrancou o empate no primeiro tempo e contou com ótimas defesas de Bernd Leno. O triunfo por 2 a 1 dos Citizens seria confirmado apenas por outro jovem atacante: Julián Álvarez. Se o argentino acaba um tanto eclipsado por seu companheiro de linha de frente, também oferece muito talento. Algo que se viu com o golaço anotado num lindo chute de fora da área, que garantiu o resultado. Uma vitória que bota o City na liderança do campeonato, um ponto à frente do Arsenal.
Ninguém imaginava o Manchester City ansioso pelo resultado, especialmente pela maneira como vem atuando. E o clima se tornou mais leve aos dois minutos, quando a equipe visitante ganhou um pênalti. Tim Ream derrubou Julián Álvarez na área. Haaland cobrou e, claro, converteu. O recorde desde 1992/93, por enquanto compartilhado, já era seu. E os celestes continuaram flutuando em campo, com uma boa defesa de Bernd Leno em batida de Riyad Mahrez, apesar do impedimento.
O Fulham parecia uma presa fácil, até começar a conectar seu ataque de maneira mais direta. A equipe já teve um lance perigoso com Carlos Vinícius, um aviso antes que o empate se concretizasse aos 15 minutos. Foi uma grande trama coletiva. Andreas Pereira lançou com precisão e Harry Wilson deu uma casquinha de cabeça dentro da área, antes de Carlos Vinícius finalizar. O duelo voltava à estaca zero. Só que os Cottagers pareciam crescer em confiança, especialmente pela maneira como o time passou a chegar mais firme nas divididas para tentar controlar os adversários.
Durante um tempo, o Manchester City pareceu mais contido. Não demorou para que os celestes voltassem a criar seus espaços e a buscar o segundo gol. Grealish se apresentava bem, mas tinha um duelo duro com Leno. O goleiro operou um milagre aos 27, ao desviar levemente a batida do ponta contra a trave, sem que Julián Álvarez aproveitasse o rebote. Pouco depois, mais uma defesa do goleiro contra Grealish. Mas a insistência dos Citizens valeria o segundo gol aos 36. E precisava ser mesmo brilhante, para vencer Leno. Numa bola pelo meio, Álvarez prevaleceu nas divididas e encontrou espaço para o chute de longe. Viu o goleiro ligeiramente adiantado e deu um chute primoroso, que encobriu o adversário e entrou na gaveta. Golaço que voltava a fazer os celestes inflarem o peito. Leno voltou a trabalhar numa batida de Ilkay Gündogan, embora no final do primeiro tempo o City tenha precisado se defender também quando o Fulham tentou sair um pouco mais.
Leno continuou como um personagem central da partida na retomada do segundo tempo. Era o ex-goleiro do Arsenal que preservava a vantagem mínima do Manchester City. E os celestes tentavam. Haaland deu um chute rasteiro com muito veneno, que tinha endereço, não fosse o tapa salvador do arqueiro. Logo depois, Álvarez também buscou o canto inferior e o alemão operou outra grande defesa. Os Citizens queriam resolver logo. Todavia, o ímpeto inicial do time não durou muito tempo, com uma queda de intensidade.
O Fulham perdeu Andreas Pereira lesionado, mas ainda dependia de uma estocada. Os Cottagers chegaram a pedir dois pênaltis por volta dos 20 minutos, sem que sequer um fosse marcado pela arbitragem, nas disputas com Ederson e Kyle Walker. Sobravam vaias nas arquibancadas. A partida ficava mais pegada e o Manchester City não produzia mais para se aliviar. Teria uma cobrança de falta com Rodri aos 28, com nova defesa de Leno, mas foi pouco. O Fulham deu-se o direito de acreditar, com novos arremates e mais posse de bola na reta final. Mas os Citizens jogavam para segurar o placar. Apesar dos riscos, os celestes pelo menos se mantiveram organizados na defesa e contiveram os londrinos. Seguraram os três pontos, o que era mais importante.
O Manchester City aparece na liderança da Premier League com 76 pontos, um a mais que o Arsenal. Além disso, os celestes possuem uma partida a menos. É o cenário perfeito para a equipe de Pep Guardiola, com mais seis compromissos pela frente na liga. A desenhada primeira colocação, finalmente, volta a ser fato. Já o Fulham se distancia um pouco mais da briga pelas copas europeias. Soma 45 pontos, na décima colocação.