Manchester City é um dos poucos clubes que pode pagar por Gvardiol
Destaque da Copa do Mundo, com 21 anos e com contrato longo com um clube financeiramente estável, Gvardiol só pode ser contratado com um caminhão de dinheiro, algo que o Manchester City pode oferecer
O Manchester City negocia com o RB Leipzig para contratar o zagueiro Josko Gvardiol, de 21 anos, segundo o jornal inglês Guardian. O zagueiro foi um dos grandes destaques da Copa do Mundo 2022, no Catar. O atual campeão inglês e da Champions League é um dos poucos destinos possíveis para um zagueiro que se tornou muito caro. O RB Leipzig, porém, negou, que o negócio esteja acertado, pelo contrário. Segundo ele, as duas partes estão “muito distantes” de um acordo.
Zagueiro canhoto, que pode atuar também como lateral esquerdo. Ele já tinha se acertado com o Manchester City um mês atrás. Ele tem contrato com o RB Leipzig até 2027, o que fortaleceu o clube alemão para pedir alto. A demanda do RB Leipzig era de ao menos €100 milhões (£86,7 milhões) pelo jogador.
Neste momento, o PSG poderia competir em termos de grana com o Manchester City, mas precisa, porque já levou Milan Skriniar para Paris – e melhor ainda: sem pagar a transferência, já que seu contrato com a Inter acabou em junho. O Manchester United, outro que sempre tem muito dinheiro no bolso (mas nem sempre boas ideias na cabeça) também não tem necessidade na posição no momento e sua prioridade é um centroavante, em falta no clube e que pode custar muito caro.
O Real Madrid tem dinheiro, mas tem sua situação de zagueiros resolvida e acabou de gastar mais de €100 milhões em Jude Bellingham. O Chelsea, bem, está tentando fazer dinheiro e já contratou dois zagueiros na janela passada, sendo que um deles está na lista de 10 zagueiros mais caros da história. Definitivamente não é prioridade.
Por isso, a ida de Gvardiol para o Manchester City faz sentido e tem tudo para superar Harry Maguire como o zagueiro mais caro do mundo. O defensor inglês custou £78,3 milhões (€87 milhões) em 2019 ao Manchester United saindo do Leicester. Mais do que isso: seria a segunda contratação mais cara da história do Manchester City, atrás apenas de Jack Grealish (que custou £100 milhões, equivalente a €117,5 milhões em 2021).
De quebra, ainda faria o Manchester City ter três nomes na lista de top 10 zagueiros mais caros da história (uma lista que tem Matthjis De Ligt duas vezes, o que é incrível):
- Harry Maguire do Leicester para o Manchester United: €87 milhões (£78,3 milhões)
- Matthijs de Ligt do Ajax para a Juventus: €85,5 milhões (£76,9 milhões)
- Virgil Van Dijk do Southampton para o Liverpool: €84,6 milhões (£76,2 milhões)
- Wesley Fofana do Leicester para o Chelsea: €82,5 milhões (£ 74,3 milhões)
- Lucas Hernández do Atlético de Madrid para o Bayern: €80 milhões (£72 milhões)
- Ruben Dias do Benfica para o Manchester City: €71,6 milhões (£64,4 milhões)
- Matthijs De Ligt da Juventus para o Bayern: €67 milhões (£60,3 millhões)
- Aymeric Laporte do Athletic Bilbao para o Manchester City: €65 milhões (£58,8 milhões)
- Ben White do Brighton para o Arsenal: €58,5 milhões (£52,7 milhões)
- Lisandro Martínez do Ajax para o Manchester United: €57,4 milhões (£51,6 milhões)
Manchester City tem receitas que permitem contratação de Gvardiol
Esse tipo de contratação é muito comum no Manchester City. Gvardiol é uma contratação óbvia, de um jogador que brilhou no maior palco do futebol mundial, a Copa do Mundo. Ele já era muito cotado antes do torneio no Catar e, com o destaque que teve, tornou-se inacessível para a maioria dos clubes. Não para o Manchester City. Com uma política de não ter medo de pagar caro e muitas vendas de jogadores, o que torna o valor líquido gasto mais baixo, o clube tem mostrado condições de competir mesmo pelos jogadores mais caros. Se assim quiser, claro.
Contratar jogadores que são destaque mundial é algo que só gente com muita grana consegue fazer. Não é preciso um grande departamento de observação (embora o Manchester City tenha) para fazer isso. Foi o caso de outras contratações do Manchester City nos últimos anos e eles não estão errados nisso. É preciso buscar jogadores e, para alguns, o dinheiro não é problema. Gvardiol é uma contratação tão óbvia que só poderia mesmo acontecer por um caminhão de dinheiro.
Esse método de colocar um caminhão de dinheiro para levar destaques é usual no Manchester City. O time já fez o mesmo com a contratação de outros destaques na defesa, como Rúben Dias, que custou €71,6 milhões em 2020 (€85,2 milhões em valores corrigidos pela inflação), tirando do Benfica, ou mesmo Kyle Walker, que custou €52,7 milhões (€64,7 milhões em valores atualizados) ou Aymeric Laporte, que custou €65 milhões em 2017 (€79,9 milhões, em valores atualizados). Sem falar em Jack Grealish e seus mais de £100 milhões (€117 milhões).
Como é uma contratação que tem o perfil do clube e poucos concorrentes conseguem chegar ao mesmo patamar de gasto neste momento, o Manchester City ainda tem uma grande atratividade: o time é o atual campeão da Champions League. O que, além de tudo, ajuda no Fair Play Financeiro, já que a premiação aumenta muito a receita do time.
Gvardiol foi destaque da Copa do Mundo de 2022
Gvardiol foi um dos grandes destaques da Copa do Mundo atuando pela Croácia. A seleção dos Bálcãs fez novamente uma grande campanha, indo novamente até a semifinal. Ele é uma das principais mudanças no time que foi até a final da Copa 2018. Ele entrou no lugar de Domagoj Vida, que se tornou reserva do time em 2022.
O zagueiro se destacou contra o Brasil, nas quartas de final, onde fez um bom jogo — como o time todo da Croácia. Na semifinal, porém, o jogador acabou tomando um baile de Lionel Messi na derrota por 3 a 0. Apesar disso, não mancha a sua participação na Copa, até porque o lance que consagrou Messi na ponta direita é muito mais mérito do argentino do que demérito do zagueiro.
Estilo de Gvardiol é perfeito para o City
Com 1,85 metro, canhoto e forte fisicamente, Gvardiol tem todas as qualidades clássicas de zagueiro, com elementos que o tornam muito mais atraente, especialmente para times como o de Pep Guardiola: a saída de bola.
Uma das suas grandes qualidades é estar confortável com a bola e pode tanto acelerar o jogo com passes rápidos e verticais quanto bolas longas, pelo alto, que podem ajudar especialmente um time que tem Erling Haaland como referência, que pode receber e segurar no corpo.
Ele é um jogador que avança com a bola pelo lado esquerdo, o que é útil para quem joga com a defesa adiantada, algo que é importante para liberar o lateral esquerdo para sérum meio-campista, como algumas vezes já aconteceu, ou ser um ponta, quando é um jogador que fica mais aberto.
Nas mãos de Guardiola, com um sistema de jogo que o favorece, tem tudo para se tornar um zagueiro ainda melhor e mais completo. Além de fortalecer muito o sistema defensivo dos Citizens.