Firmino recebeu emotivos tributos e marcou seu gol no adeus em Anfield, mas o empate com o Villa custa caríssimo ao Liverpool
O Liverpool praticamente se despediu de suas chances de ir à Champions League com o empate em casa, enquanto o Aston Villa só depende de si para estar na Conference

A tarde teve elementos para ser inesquecível. Anfield preparou uma despedida repleta de carinho para Roberto Firmino, em seu último jogo pelo clube no estádio. As homenagens podiam ser vistas por todos os cantos e a alegria era plena quando o atacante saiu do banco de reservas. Bobby retribuiu com gol, aos 45 do segundo tempo. Porém, se o empate por 1 a 1 arrancado contra o Aston Villa ainda sustenta as chances de ver os Reds na próxima Champions League, as probabilidades são mínimas. Só um milagre colocará o time de Jürgen Klopp no G-4 nesta reta final. É o preço que se paga por uma campanha instável como um todo, assim como pela atuação morna deste sábado. Os Villans foram ótimos na defesa e, com o resultado arrancado fora de casa, dependem apenas de si para garantir uma vaga na próxima Conference League.
O clima em Anfield era especial, mesmo que Roberto Firmino começasse no banco de reservas. O carinho da torcida, tão expresso nas últimas semanas, voltaria a ficar evidente neste sábado. Um mural com imagens do atacante foi pintado numa casa nos arredores do estádio, enquanto diversas lembranças em referência ao brasileiro eram vendidas nas barraquinhas externas, como cachecóis e máscaras com seu rosto. Já nas arquibancadas, várias e várias faixas homenageavam e agradeciam a Bobby. Cartazes vinham com mensagens em português, enquanto a imagem do alagoano era onipresente na Kop.
Horas antes do jogo, torcedores prestigiando o novo mural para Firmino perto de Anfield. A despedida hoje será algo muito emocionante. Incrível o quanto “Bobby” é amado em Liverpool pic.twitter.com/GVR6wfexbq
— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) May 20, 2023
Os primeiros minutos da partida em Anfield é que não corresponderam muito à empolgação. O duelo seria bastante travado. O Aston Villa até conseguia ter um pouco mais a posse de bola, mas não que surgissem chances aos dois lados. A primeira oportunidade real saiu num contra-ataque dos Villans, que rendeu um pênalti de Ibrahima Konaté sobre Ollie Watkins. Porém, o centroavante desperdiçou a cobrança, aos 22 minutos. Na tentativa de acertar o canto, Watkins bateu para fora.
O mérito do Aston Villa esteve em não se abalar com o erro. Os Villans abriram o placar aos 27 minutos. Numa sequência de bolas cruzadas, o time insistiu até Douglas Luiz mandar uma ótima assistência no segundo pau. Watkins não alcançou, mas Jacob Ramsey pegou de primeira e mandou cruzado nas redes. O Liverpool tentou aumentar a pressão nos minutos seguintes e passou a rondar a área do Villa, mas com pouca efetividade. A defesa visitante se fechava bem. E quase o segundo gol dos Villans pintou no placar aos 38, numa cobrança de falta ensaiada. Ramsey apareceu sozinho na área e Alisson se agigantou no mano a mano. Só depois os Reds tiveram uma resposta, em cabeçada de Luis Díaz para fora. Pouco antes do intervalo, Tyrone Mings ficou no limite de tomar o cartão vermelho, ao acertar o pé no peito de Gakpo, mas a arbitragem não o expulsou mesmo após a revisão.
O Liverpool impôs uma pressão no início do segundo tempo. Mohamed Salah foi o primeiro a testar Emiliano Martínez. Aos nove minutos, o gol saiu numa bola que pipocou na área. Foram algumas tentativas até que Cody Gakpo emendasse a bola no barbante. Só que a comemoração não durou tanto, depois que a arbitragem marcou um impedimento de Virgil van Dijk – num lance muito difícil, em que o passe de Luis Díaz espirrou para trás. A anulação do tento tirou um pouco de embalo dos Reds. A equipe continuava chegando ao ataque, mas sem sucesso em suas tentativas de romper a bem postada defesa do Aston Villa.
A tão esperada entrada de Roberto Firmino aconteceu aos 26 minutos, no lugar de Luis Díaz. James Milner era outra novidade entre as bandeiras dos Reds que se despedem nesta temporada. O time precisava de mais ofensividade, depois de quase 20 minutos sem uma finalização sequer. Logo a pressão voltou a aumentar. Primeiro seria a vez de Trent Alexander-Arnold queimar o chute para cima de Emi Martínez. Logo depois, num bom lance de Diogo Jota, Matty Cash realizou um desarme crucial. A defesa dos Villans precisava manter um nível de concentração altíssimo, mas os Reds não desistiam.
O gol de empate do Liverpool finalmente saiu aos 45 minutos. A velha combinação deu certo. Salah recebeu na ponta direita e cruzou de trivela. Firmino se antecipou à marcação e escorou como deu, para dentro. Anfield explodia com ainda mais força diante do tento e cantava a música dedicada ao alagoano. Seriam dez minutos de acréscimos, o suficiente para uma virada dos Reds. Mas não que estivesse fácil de destravar a defesa do Aston Villa. Martínez apareceu bem nas tentativas de Gakpo e Harvey Elliott. Os Reds insistiam nas bolas alçadas, mas sem conexão. Os Villans seguraram o resultado, o que culminou na frustração em Anfield mesmo com um roteiro que parecia pronto para se tornar perfeito.
Na saída de campo, Roberto Firmino recebeu mais homenagens e aplaudiu as arquibancadas em retribuição. Foram momentos emotivos, mas sem felicidade plena. A Champions League se torna uma missão praticamente impossível aos Reds. A equipe fica com 66 pontos, na quinta colocação e uma partida por fazer. Manchester United e Newcastle, os únicos que ainda podem ser ultrapassados, somam 69 pontos e dois jogos restantes. Um empate para cada e as esperanças dos Reds acabam. O time, como consolo, já tem lugar assegurado na Liga Europa. Já o Aston Villa sobe ao sétimo lugar, com 58 pontos, um à frente do Tottenham. Por enquanto, os Villans vão descolando um lugar na Conference. Só dependerão de si na rodada final, contra o Brighton. Ainda podem descolar uma vaga na Liga Europa, por mais que as Gaivotas tenham dois jogos a menos.