Premier League

Daniel Levy, presidente do Tottenham, admite erro ao contratar Mourinho e Conte

A ideia de contratar técnicos vencedores foi realizada duas vezes, mas nenhuma deu resultado: o Tottenham continua em um jejum de títulos desde 2008

Daniel Levy é uma figura muito conhecida no mundo do futebol e, embora não seja o dono do Tottenham, é o executivo à frente do projeto desde 2001. É o presidente há mais tempo no cargo na Premier League. Conhecido por ser um negociador duro para vender seus jogadores, ele também costuma dar poucas entrevistas. Por isso, quando ele fala, normalmente chama a atenção. Desta vez, ele falou em um fórum de torcedores e admitiu que contratar os badalados José Mourinho e Antonio Conte como técnicos foi um erro.

O clube adotou essa postura depois de demitir o treinador Mauricio Pochettino, que dirigiu a equipe de 2014 até 2019. No mesmo ano que ele levou o time à final da Champions League, perdeu o seu emprego após um início de temporada terrível. Depois da demissão do argentino, Daniel Levy queria um nome de peso para o clube e por isso foi atrás desses treinadores.

“Temos o nosso Tottenham de volta”, afirmou Levy em um fórum de torcedores. “Eu quero vencer tanto quanto qualquer outro. A frustração por não vencer e a pressão de talvez alguns jogadores e uma grande parte da torcida que precisa vencer, precisamos gastar dinheiro, precisamos ter um grande técnico, um grande nome. Isso me afetou”.

A busca por um técnico vencedor que pudesse levar o Tottenham a um título fez com que Daniel Levy e a direção do clube contratassem primeiro José Mourinho, de 2019 a 2021, e Antonio Conte, de 2021 a 2023. “A estratégia era trazer um técnico vencedor e fizemos isso duas vezes. Temos que aprender com nossos erros”, afirmou o presidente dos Spurs.

“Eles são grandes técnicos, mas talvez não para este clube”

Tanto Mourinho quanto Conte conquistaram títulos da Premier League pelo Chelsea anteriormente. Mourinho conquistou três títulos da Premier League com o Chelsea. Contrat6ado em 2019, ele tinha o objetivo de dar uma taça ao Tottenham, que não ganha nada desde 2008. Só que não conseguiu o objetivo e ainda foi demitido dias antes de uma final da Copa da Liga contra o Manchester City, que era favorito, mas ele não teve chance de nem tentar.

Conte venceu a Premier League com o Chelsea em 2017 e chegou ao Tottenham também com a missão de ser campeão, mas não conseguiu. Ele assumiu depois da rápida saída de Nuno Espírito Santo do cargo. Conseguiu levar o Tottenham a ficar entre os quatro primeiros colocados em sua primeira temporada, mas deixou o clube na temporada seguinte quando o time estava em quarto e eliminado de todas as competições.

“Eles são grandes técnicos, mas talvez não para este clube”, afirmou Levy em referência a Mourinho e Conte.

O presidente admitiu os erros em relação à contratação de técnicos, mas se manteve firme na decisão de se juntar à Superliga Europeia, que foi anunciada e colapsou em 48 horas. O Tottenham era um dos 12 clubes que aderiram à iniciativa, que foi muito criticada por torcedores — inclusive com protestos dos torcedores dos Spurs.

“Tudo que diria é que sempre iremos agir no melhor interesse do clube e eu mantenho a decisão que tomamos. Estávamos preparados para ter uma conversa sobre a Superliga Europeia”, afirmou Levy.

Para esta temporada, o Tottenham contratou Ange Postecoglou, um técnico que mais se assemelha a Mauricio Pochettino no sentido de ter menos badalação e ter uma grande capacidade de gerir ambientes. Algo que, convenhamos, Mourinho e Conte estão longe de ser. Eles são técnicos que inflamam o ambiente, normalmente trazendo títulos. Quando isso não acontece, o ambiente pode se tornar insustentável.

Com Postecoglou, o Tottenham faz um bom início de temporada. São 13 pontos conquistados em cinco jogos, com quatro vitórias e um empate. No próximo domingo (24), enfrenta o Arsenal fora de casa, pela Premier League, no Derby do Norte de Londres.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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