Premier League

Crystal Palace frustra United no Old Trafford, mas não tanto quanto o próprio United

O cenário já virou rotina há anos para o Manchester United: tropeço na rodada anterior, expectativa para dar a resposta em casa, adversário em momento ruim e… frustração. Foi essa novamente a história para o clube nesta terceira rodada, com o Crystal Palace arrancando vitória por 2 a 1 no Old Trafford e triunfando pela primeira vez na temporada.

[foo_related_posts]

O United começou relativamente bem a partida, dominando as ações nos primeiros 20 minutos e parecendo se encaminhar para sua segunda vitória. Entretanto, a maré começou a virar, o time passou a cometer alguns erros por desleixo, e logo o Crystal Palace capitalizou em cima disso.

Aos 32 minutos, uma bola longa da defesa do Palace foi desviada por Schlupp, que ganhou a disputa aérea com Lindelof, e Maguire, distante de Jordan Ayew, não chegou cedo o bastante para impedir o gol fácil do ganês para abrir o placar. Para piorar a situação, Shaw teve que deixar o campo em seguida, por lesão muscular, dando lugar a Ashley Young.

Com o placar a seu favor e sendo amplamente a zebra do confronto, o time de Roy Hodgson naturalmente se fechou para segurar o resultado – e teve sucesso. Muito por causa da própria falta de capricho do United, que seguiu acumulando erros bestas de passe, domínio e falhando em criar boas oportunidades de gol.

Lingard, já criticado neste início de temporada, viu a paciência de Solskjaer acabar e foi substituído por volta dos dez minutos do segundo tempo, dando espaço ao jovem Mason Greenwood.

Com o garoto em campo e o tempo passando, o United aumentou a pressão, atacava mesmo com os zagueiros e tinha uma linha de frente com quatro jogadores, James e Greenwood pelas pontas e Rashford e Martial pelo centro. Porém, sem criatividade e repertório variado, isso não se traduziu em oportunidades perigosas de gol.

Uma hora a pressão do United enfim gerou frutos. McTominay tocou para Greenwood, pela direita, e arrancou para a área. O garoto acertou belo passe para Martial, que fez o pivô para McTominay, derrubado dentro da área pela defesa. Pênalti para o United.

Depois da desnecessária polêmica sobre quem deveria bater os pênaltis da equipe, após Pogba desperdiçar cobrança contra o Wolverhampton na segunda rodada, Rashford de novo assumiu a tarefa. O atacante, que não fazia um bom jogo, então acertou a trave e viu a bola sair pelo lado oposto, evidenciando que a sorte não estava com ele neste sábado.

No momento de maior inspiração da equipe na partida, já perto do fim do jogo, Pogba roubou a bola do Palace, que puxava um contra-ataque, tocou para Martial, que tabelou rapidamente com Rashford e então rolou para Daniel James. O galês dominou e bateu colocado, no ângulo, para empatar a partida.

Restavam ainda cerca de cinco minutos para o fim do jogo, e o United foi em busca do gol da virada, mas, desta vez, o Palace decidiu buscar aproveitar mais os espaços deixados na defesa para contra-atacar com velocidade. Depois de bom desarme de Wan-Bissaka em Zaha dentro da área, a bola sobrou limpa para o lateral Van Aanholt bater forte, contar com falha de De Gea e fechar a vitória em 2 a 1 do time londrino aos 48 do segundo tempo.

Se, por um lado, Solskjaer colocou Greenwood bem mais cedo do que de costume, punindo mais uma má atuação de Lingard, a demora para mexer na equipe ao ver que mesmo esta primeira alteração não havia dado resultado irritou parte da torcida. Só aos 39 do segundo tempo McTominay deixou o jogo para a entrada de Mata.

Apesar de todo o trabalho de intensidade física na pré-temporada, algo apontado pelo técnico como vital para o estilo de jogo que ele deseja aplicar no clube, Solskjaer mais uma vez mostrou dificuldades em quebrar uma defesa bem postada, e parte disso se deveu à falta de agilidade na troca de passes e na movimentação de seus jogadores de ataque.

Que o United pouco contratou para mudar significativamente o futebol da temporada passada já é sabido. Ainda assim, o que fez o time em um jogo como este, contra um adversário relativamente fraco e que ainda não havia vencido, reforçando erros do passado, é muito pouco para o que o técnico norueguês tem à disposição. Por sua idolatria, a torcida terá paciência com o ex-camisa 20, mas ela precisará também de um senso de progresso ao longo do caminho.



Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
Botão Voltar ao topo