Com a redenção de criticados, o Liverpool ganhou um dérbi contra o Everton para revitalizar energias
Salah e Gakpo anotaram os gols numa partida em que mesmo Darwin mereceu aplausos, com o Liverpool bastante intenso para garantir o triunfo em Anfield

O Dérbi de Merseyside tinha um peso extra em Anfield nesta segunda-feira. A vitória significaria o alívio e também a confiança para quem sobrevivesse ao momento. O Liverpool vinha de quatro rodadas sem ganhar na Premier League, estagnado no meio da tabela. Pegava um Everton na zona de rebaixamento, mas revigorado após bater o líder Arsenal. O duelo virou do avesso num só instante do primeiro tempo. Uma bola na trave dos Toffees culminou num contra-ataque e no primeiro gol dos Reds. Depois disso, o time de Jürgen Klopp foi bem mais seguro para o triunfo por 2 a 0. A equipe não teve a melhor exibição, mas agradou pela fome com que encarou o clássico. Mesmo os questionados Darwin Núñez e Cody Gakpo mereceram os elogios pela participação decisiva, enquanto Mohamed Salah voltou a marcar. Stefan Bajcetic também merece elogios pela partidaça no meio-campo.
O roteiro do clássico não fugiu muito do esperado em seu início. Era uma partida nervosa e pegada, com pouca qualidade na criação das jogadas. O Liverpool tinha mais posse de bola, contra um Everton fechado e em busca das ligações diretas. Levou um tempo para que os Reds realmente ameaçassem, aos 17. Depois de uma batida acrobática de Darwin Núñez, Cody Gakpo emendou a cabeçada e mandou para fora. Não era a partida mais afiada dos comandados de Jürgen Klopp, mas a intensidade exibida lembrava tempos melhores da equipe e dificultava as escapadas do Everton.
Somente por volta dos 30 minutos é que o Everton conseguiu finalizar de forma mais efetiva. Tentava a partir de chutes de longe e escanteios. Foi assim que os Toffees ficaram a um triz de marcar, aos 36. Depois do levantamento na área, James Tarkowski mandou a cabeçada na trave. E o Liverpool se recompôs de imediato, para recuperar a bola e construir um contra-ataque fatal, que resultou no primeiro gol também aos 36. Darwin Núñez, que fazia partida cheia de energia, seria decisivo no lance.
O contragolpe começou na entrada da área, com o próprio Darwin. O uruguaio tabelou com Mohamed Salah e disparou pela esquerda. Deixou a marcação aberta, até efetuar o cruzamento. Então, Salah contou com o erro de Jordan Pickford. O goleiro estava perdido no meio do caminho e facilitou a batida do egípcio, com a meta escancarada. A sorte do Everton mudava num estalo. A vantagem aumentava a tranquilidade do Liverpool, que terminou o primeiro tempo com uma segura posse de bola.
O segundo tempo começou ainda melhor para o Liverpool. O time conseguiu mais um contra-ataque imparável, para o segundo gol aos quatro minutos. A jogada começou com a arrancada de Andy Robertson, antes que Salah abrisse com Trent Alexander-Arnold na direita. O cruzamento rasante encontrou Gakpo livre no segundo pau e o holandês ficou com o trabalho fácil, ao apenas escorar para o fundo das redes. Ainda existiam dúvidas sobre o posicionamento do atacante, mas o gol foi legal. Era também um alívio a Gakpo, em seu primeiro tento pelo Liverpool.
O Everton tinha uma situação muito difícil para tentar virar. Especialmente porque o Liverpool era melhor com a bola e seguia com mais capacidade de ameaçar nos contra-ataques. Darwin Núñez não marcou o seu, mas assustou outras vezes e deixou o campo muito aplaudido aos 25. Acabou substituído por Diogo Jota, enfim de volta ao time após longa lesão. Depois, seria a vez de Roberto Firmino retornar. Enquanto o ataque renovava as energias, a defesa não tinha muitos desafios.
O Everton era pobre na criação. O melhor lance em tempos veio aos 35, numa cabeçada totalmente torta de Tom Davies, com espaço na área. E os Toffees não podiam se descuidar atrás. Num contragolpe ótimo no minuto seguinte, Tarkowski fez um bloqueio crucial no momento da batida de Salah. A calmaria era do Liverpool, que podia administrar melhor o tempo e explorar os espaços quando surgiam. O clima até esquentou numa confusão na beira de campo com Robertson, que tomou a trombada de Pickford e logo a confusão se instaurou. Mas o tempo perdido só favorecia os Reds. Aos 43, Pickford ainda trabalhou para espalmar um tiro venenoso de Salah.
O Liverpool fecha a rodada na nona colocação, com 32 pontos. Ainda há um longo caminho para alcançar o G-4, nove pontos atrás. De qualquer maneira, um pouco de confiança era necessário, especialmente no dérbi. E os Reds têm o gosto de deixar os rivais na zona de rebaixamento. O Everton continua no 18° lugar, com 18 pontos. Está um ponto atrás do Leeds United, o primeiro fora do Z-3.