O clima ferveu em Londres: Tottenham sobreviveu para superar o Brighton, que pressionou e saiu na bronca com a arbitragem
Son anotou um golaço e Kane resolveu no fim, mas o Brighton foi superior e teve três lances capitais negados pela arbitragem - com controvérsia
Tottenham e Brighton disputaram em Londres uma partida com peso enorme em busca do G-4 da Premier League. E as expectativas sobre o duelo resultaram num clima quentíssimo. As discussões entre os técnicos Cristian Stellini e Roberto De Zerbi aconteceram desde a saída do túnel. Já dentro de campo, os Spurs não podem reclamar da sorte – nem da arbitragem. Son abriu o placar com um golaço, antes que a pressão das Gaivotas rendesse o empate com Dunk. Porém, os visitantes não estavam satisfeitos com dois gols anulados e um pênalti ignorado. Bronca que aumentou quando Kane definiu o triunfo dos londrinos por 2 a 1 já na reta final. É um resultado essencial para que o Tottenham busque a Champions e que freia a ascensão do Brighton.
Antes mesmo que a bola rolasse, o desentendimento entre De Zerbi e Stellini já aconteceu na beira do campo. O comandante do Brighton apontou o dedo para o interino do Tottenham, aparentemente descontente com declarações na coletiva, de que o compatriota se beneficiou do bom trabalho de Graham Potter. Era um começo mais ativo do Brighton, com posse de bola e postura ofensiva – que rendeu boa chance a Kaoru Mitoma. Mas, ainda que buscasse os contragolpes, o Tottenham conseguiu abrir o placar aos dez minutos. O gol 100 de Son Heung-min pela Premier League foi especialíssimo. O atacante abriu espaço para o chute cruzado, no bico esquerdo da grande área, e desferiu uma batida cheia de efeito que entrou na gaveta. Um gol inesquecível.
A desvantagem obrigava o Brighton a buscar ainda mais o ataque. A equipe teve um gol anulado aos 19, por um pretenso toque no braço de Mitoma, mas as imagens não eram conclusivas para tanto. Pouco depois, Alexis Mac Allister parou em Hugo Lloris e o goleiro também deu um leve desvio em batida de Moisés Caicedo que parou na trave. A superioridade das Gaivotas era expressa, mesmo que Pierre-Emile Hojbjerg tenha sido travado por Lewis Dunk num avanço perigoso aos 29. O empate era esperado e saiu aos 34, quando Dunk apareceu do outro lado para definir de cabeça, a partir de um escanteio. A virada parecia até possível, com novos sustos de Solly March, enquanto os Spurs deram um sinal de vida numa cabeçada de Pedro Porro por cima.
O ritmo da partida não baixou no segundo tempo. Se de um lado Ivan Perisic aparecia, do outro um gol de Danny Welbeck foi anulado, agora com um desvio no braço de Mac Allister no caminho – também em lance de difícil marcação. Na sequência, uma confusão enorme se formou na beira do campo, envolvendo as duas comissões técnicas. De Zerbi permanecia irritado e Stellini se mantinha fora do bolo, mas ambos os treinadores receberam o cartão vermelho. A temperatura também subia dentro das quatro linhas.
O Tottenham voltou a ganhar mais espaços, sem acertar o pé nas finalizações. E quando o Brighton respondeu, ficou na bronca, no que parecia um pênalti claro sobre Mitoma e que não foi marcado nem pelo VAR. As Gaivotas tinham motivos para chiar com a arbitragem. E logo viria um golpe duro, com o segundo gol dos Spurs, aos 34. Hojbjerg deu o passe para trás e Harry Kane definiu nas redes, com desvio no meio do caminho. Já na reta final, o Brighton tentou tornar o placar um pouco mais justo para o que foi sua partida. Dunk não acertou o alvo em nova tentativa aos 37 e os últimos suspiros nos acréscimos foram travados. O resultado escapava dos visitantes.
O Tottenham chega aos 53 pontos, na quinta colocação da Premier League. Permanece três pontos abaixo do G-4, com uma partida a mais que Newcastle e Manchester United logo à frente, mas vivo na briga. Já o Brighton perdeu uma chance enorme de se aproximar. A equipe cai para a sétima colocação, com 46 pontos, ultrapassada pelo Aston Villa. O que ajuda é o fato de que as Gaivotas têm dois jogos a menos que o Tottenham, por exemplo. Mas o fim da série invicta de cinco jogos acontece de um jeito que ninguém gostou.