Chelsea e Liverpool deixaram bem claro por que estão na situação em que estão
O clássico em Stamford Bridge até teve algumas chances claras, mas também dois times que não souberam aproveitar os defeitos do outro

O Liverpool precisa de uma arrancada fenomenal nas últimas dez rodadas da Premier League para chegar à Champions League, e o Chelsea, praticamente de um milagre, e o confronto entre os dois nesta terça-feira em Stamford Bridge deixou o motivo muito claro. A partida foi tecnicamente fraca e, se houve ocasiões claras, nenhum dos dois conseguiu explorar a vulnerabilidade do outro para tirar o 0 a 0 do placar e arrancar uma vitória importantíssima que estava ao alcance.
O Chelsea foi melhor, no geral. Criou as melhores chances, geralmente pegando em velocidade a defesa do Liverpool que nesta temporada esqueceu qual é o formato de uma linha. Mas não soube aproveitá-las e também houve perigo no outro lado. Os visitantes tiveram mais um segundo tempo completamente inofensivo, com apenas uma finalização, e nenhuma das mudanças de Klopp deu resultado.
O técnico alemão rodou o seu elenco. Van Dijk era desfalque por doença. Trent Alexander-Arnold, Andrew Robertson e Mohamed Salah começaram no banco de reservas. Curtis Jones foi titular no meio, ao lado de Fabinho e Henderson, com Diogo Jota, Roberto Firmino e Darwin Núñez no ataque. O Chelsea, sob o comando do interino Bruno Saltor, entrou com Marc Cucurella fechando o trio de zagueiros, e com Kanté entre os titulares pela primeira vez desde agosto.
O Chelsea imediatamente levou perigo em velocidade. João Félix arrancou e chegou a driblar Matip, mas foi travado na hora de finalizar, e Havertz se atrapalhou com o rebote. Dois minutos depois, novamente nas costas da defesa vermelha, Kovacic chegou a dominar Alisson, mas Konaté conseguiu cortar. O goleiro brasileiro abafou outra finalização de Havertz, e Reece James chegou a balançar as redes, após escanteio, mas houve impedimento de Enzo Fernández no meio da jogada.
Kanté acionou Havertz em um contra-ataque, mas o chute rasteiro passou perto da trave. Apenas nos acréscimos o Liverpool conseguiu levar perigo de verdade, com uma batida de Joe Gomez de fora da área, espalmando por Kepa para escanteio. Na cobrança, Fabinho recebeu na segunda trave e bateu de primeira. Wesley Fofana fez praticamente uma defesa com a cabeça.
No segundo tempo, João Félix deu um bom passe para a infiltração de Havertz. Após dividida na entrada da área, Kovacic saiu livre, mas bateu muito pelo alto. As arrancadas do atacante alemão eram a principal arma do Chelsea, que teve outro gol anulado, pouco depois. Havertz ficou cara a cara com Alisson, que fez boa defesa à queima-roupa. A bola voltou em Havertz e entrou, mas havia pegado em sua mão.
A única finalização do Liverpool no segundo tempo, com Darwin Núñez de fora da área, parou em Kepa, defendo no canto direito, e o Chelsea não conseguiu fazer muito mais tempo, com exceção de dois chutes de média distância que não ameaçaram tanto assim.
O resultado deixa o Liverpool efetivamente a dez pontos de vaga na Champions League, se Manchester United e Newcastle venceram os jogos que têm a menos. O Chelsea está a 11 do G4, mas já jogou duas vezes a mais do que a dupla.