Arsenal não demorou a reagir e derrotou o amontoado de jogadores do Chelsea com tranquilidade
O jovem time de Arteta não se desanimou após ser goleado pelo City - e Lampard chega a seis derrotas em seis partidas pelo Chelsea
Na última vez que o Arsenal entrou em campo, ficou clara a diferença entra uma equipe jovem e promissora e o Manchester City, mais experiente e com pedigree de campeão. E nesta terça-feira no norte de Londres, ficou claríssima a diferença entre um time bem organizado e um amontoado de jogadores porque os Gunners não se deixaram desanimar pelo recuo na briga pelo título e derrotaram o Chelsea por 3 a 1 – e o placar pareceu até pouco diante da superioridade dos donos da casa.
O resultado devolve o Arsenal à liderança, com 78 pontos, dois a mais que o Manchester City. A situação ainda é difícil para quebrar o jejum de 19 anos sem títulos ingleses porque o adversário tem duas partidas a menos, mas o resultado foi importante para não permitir que o jovem time de Mikel Arteta ficasse deprimido demais depois da goleada sofrida na semana passada. Se será difícil que o City perca muitos pontos até o fim do Campeonato Inglês, pela maneira como está jogando, é dever do Arsenal fazer a sua parte e acreditar enquanto existir uma chance.
É difícil dizer mais alguma coisa sobre o Chelsea porque o mercado mais caro de todos os tempos foi um completo desastre, e Frank Lampard, contratado como interino-escudo para terminar a temporada antes da chegada do próximo técnico, chegou a seis derrotas em seis partidas no comando dos Blues nesta sua segunda passagem. Pelo menos fez um gol – o segundo desse período.
O Chelsea tem tantos jogadores que cada escalação é uma caixinha de surpresas. A mais recente de Frank Lampard teve Pierre-Emerick Aubameyang (perfeitamente compreensível se você esqueceu em qual clube ele estava jogando) no comando de ataque, em seu primeiro jogo como titular desde o começo de janeiro, e com apenas algumas aparições especiais nesse período saindo do banco de reservas.
O garoto Nodi Madueke, um dos reforços de inverno, entrou junto com Raheem Sterling pelos lados. O Arsenal rodou um pouco seus titulares. Jakub Kiwior estreou como titular na Premier League, no lugar de Rob Holding, muito mal contra o Manchester City. Jorginho foi escalado no lugar de Thomas Partey no meio-campo, e Leandro Trossard começou no ataque, em vez de Gabriel Martinelli.
Não parecia ser o dia dos visitantes desde o início. Aos quatro minutos, César Azpilicueta, o jogador mais experiente do elenco, recuou mal de cabeça, e Xhaka conseguiu interceptar, mas, à queima-roupa, parou em Kepa Arrizabalaga. Logo em seguida, o goleiro espanhol teve que fazer outra boa defesa, contra um cabeceio de Bukayo Saka, e a marcação impediu que Gabriel Jesus marcasse no rebote. O Chelsea tinha pouca saída. Madueke tentava criar alguma coisa pelo lado direito, mas o meio-campo agredia pouco, e a nova posição de Kanté, mais como meia-atacante, não estava sendo efetiva. E a defesa não resistiu.
Nos dois gols, ficou escancarado que havia time bem organizado e com padrões de jogo em campo e outro que não sabe direito o que está fazendo. O Arsenal se movimentou bem no setor ofensivo, trabalhou a bola, o volante Xhaka pintou como ponta esquerda e cruzou à entrada da área, onde Odegaard chegou chapando de primeira para abrir o placar. O Chelsea até respondeu com uma boa projeção de Ben Chilwell pela esquerda, após passe longo de Kanté, mas parou em Ramsdale. Minutos depois, novamente Xhaka recebeu na ponta esquerda e cruzou, dessa vez à marca do pênalti. Novamente Odegaard chegou batendo para fazer 2 a 0.
E o que era ruim ficou pior quando Gabriel Jesus dominou o cruzamento de Ben White na segunda trave e acionou Xhaka. Ele bateu em cima da marcação e, no rebote, Jesus mandou para o fundo das redes e deixou o Chelsea em uma situação crítica para a etapa final. O vareio continuou no segundo tempo. Thiago Silva – com a elegância de sempre – cortou uma cabeçada de Gabriel Magalhães em cima da linha, com direito a uma embaixadinha, e Xhaka exigiu uma boa defesa de Ramsdale, com um chute rasteiro no canto.
Saka teve mais algumas oportunidades pelo lado direito, antes de o Chelsea encontrar um gol para diminuir. Aos 20 minutos, Kovacic descolou um belo lançamento no meio-campo para Madueke, que entrava na área em diagonal. O garoto dominou com a perna direita e emendou o toque de esquerda na saída de Ramsdale. Esse gol, porém, mudou pouco o panorama da partida.
A sorte do Chelsea é que o Campeonato Inglês está acabando, e o Nottingham Forest, o primeiro colocado da zona de rebaixamento, pode chegar no máximo a 42 pontos. O campeão europeu de 2021 tem 39, em 12º lugar, com uma partida a menos que quase todos os clubes que aparecem abaixo dele.