A briga está aberta: Manchester City vence confronto direto e encosta no Liverpool

Era vai ou racha para o Manchester City. Perder significaria ficar a dez pontos da liderança e, embora a Premier League mal tenha passado da metade, precisaria torcer para muitos tropeços de um time que passou as primeiras 20 rodadas invicto. Essa invencibilidade, porém, chegou ao fim. E a diferença foi diminuída para quatro pontos porque o City derrotou os Reds, por 2 a 1, em um jogaço, nesta quinta-feira.
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Antes da partida, os técnicos trocaram gentilezas. Guardiola afirmou que o Liverpool é o melhor time do mundo no momento, e Klopp respondeu que essa honra ainda pertence ao Manchester City. Nenhum deles deu declarações definitivas sobre o que aconteceria se os donos da casa saíssem derrotados, mas obviamente a taça da Premier League ficaria muito próxima de se dirigir a Anfield pela primeira vez na história.
Com tanta coisa em jogo, normal que os primeiros 15 minutos não tenham sido os mais bonitos. A bola ficou presa entre as intermediárias, chutada de um lado para o outro, enquanto os dois times tentavam sentir a temperatura e se estabelecer no jogo. Klopp optou por uma escalação mais conservadora, de volta ao 4-3-3 da temporada passada, com três meio-campistas e Shaqiri no banco de reservas. Com Danilo e Laporte nas laterais, Guardiola perdeu muita qualidade na saída de bola pelos lados.
O lance que alterou a dinâmica aconteceu aos 17 minutos. O trio de ataque vermelho funcionou muito bem. Salah tabelou com Firmino, que devolveu de calcanhar. O egípcio soltou Mané. Cara a cara com Ederson, o senegalês manteve o hábito recém-adquirido de perder gols feitos e mandou à trave. O rebote retornava às mãos do goleiro brasileiro, mas Stones se desesperou e soltou a bicuda. Acertou a cabeça de Ederson. Recuperou-se a tempo de evitar o vexame e cortou em cima da linha a bola que estava a milímetros de se transformar em um gol, evitando que Salah conferisse.
Stones não fez seu melhor primeiro tempo. Pouco depois, atravessou um passe no meio de campo e fez com que Kompany precisasse dar uma entrada dura, que lhe valeu cartão amarelo. Mas, eventualmente, o City conseguiu desenvolver o seu estilo, tocando bastante a bola, buscando as jogadas laterais. Van Dijk esteve perfeito nos cortes. Um deles voltou a Bernardo Silva, que cruzou na área. Desta vez, porém, quem estava na marcação era Lovren. Agüero antecipou e, de um ângulo improvável, soltou a bomba para fazer 1 a 0 para o Manchester City.
O Liverpool seguiu um pouco perdido no começo do segundo tempo. A melhora veio com a entrada de Fabinho, no meio-campo, na vaga de Milner, retornando de lesão. A partir de então, a posse de bola passou a ser vermelha, e Firmino quase abriu o placar no rebote de uma cobrança de falta. Kompany cortou em cima da linha. Aos 19, porém, ele marcou. De lateral para lateral, Alexander-Arnold inverteu para Robertson, que aproveitou o erro de tempo de bola de Danilo para cruzar. Firmino, livre, cabeceou para as redes e empatou.
O empate naturalmente favorecia o time que está à frente na tabela. Mas o Liverpool não recuou. Continuou posicionado no campo de ataque, pressionando um City que, fora da sua característica, defendia-se e buscava o contra-golpe. A estratégia funcionou. Sterling puxou a jogada e rolou para Sané. Arnold acompanhava Agüero pelo meio e deixou o corredor livre. O ponta alemão bateu cruzado, contou com a trave e fez 2 a 1 para o Manchester City.
O capítulo seguinte da partida foi estrelado pelos goleiros brasileiros. Primeiro, Alisson chegou a ser driblado por Agüero, que despontava livre no contra-ataque, mas se recuperou para bloquear o arremate na hora certa. No outro lado, Salah saiu à frente da defesa, pela esquerda, e bateu cruzado. Tinha endereço. E Ederson espalmou para escanteio. Na cobrança, a defesa do City precisou cortar outra quase em cima da linha para impedir um novo empate.
O terceiro gol do Liverpool quase foi oferecido por um erro combinado entre Shaqiri e Lovren. O suíço tocou mal para o croata, dentro da área. O zagueiro errou o domínio, e Bernardo Silva recolheu. Cara a cara com Alisson, encheu o pé e carimbou o peito do goleiro brasileiro. No rebote, Sterling também soltou a bomba. Para fora.
Os minutos finais foram de desespero. Van Dijk virou centroavante, e o capitão Henderson foi visto orientado os colegas a levantar bola na área da intermediária mesmo. Foi exagerado. O Liverpool passou quase cinco minutos sem trocar mais do que dois ou três passes, consagrando os defensores do City.
Na temporada passada, o Manchester City chegou invicto a janeiro quando foi derrotado pelo Liverpool. Agora, deu o troco. Faltam 17 rodadas da Premier League, e a briga pelo título foi reaberta pela grande vitória dos homens de Guardiola. Quem será campeão?