Inglaterra
Tendência

O Everton atirou para todo lado e conseguiu terminar a janela de inverno sem nenhum reforço

E um pouco mais fraco porque vendeu Anthony Gordon ao Newcastle e nem conseguiu reinvestir o dinheiro

Enquanto outros clubes fechavam contratações, incluindo alguns que também estão na briga contra o rebaixamento, as únicas notícias relacionadas ao Everton que saíam no último dia da janela de transferências da Europa eram sobre propostas recusadas, interesses que não avançavam, jogadores preferindo ir para outros lugares. A ideia era contratar dois novos atacantes no mercado de inverno e, de alguma maneira, o Everton conseguiu sair dele com ainda menos poder de fogo porque vendeu Anthony Gordon para o Newcastle – e não trouxe absolutamente ninguém.

Ainda com Frank Lampard como técnico, o Everton havia definido que trazer dois atacantes seria a prioridade de janela de inverno. Chegou a haver interesse por Matheus Cunha, que acabou indo para o Wolverhampton. Nem chegou a ser um chapéu. O que foi um chapéu de proporções cósmicas foi Arnaut Danjuma. O ponta do Villarreal passou por exames médicos, posou para foto e tudo, apenas para, no último segundo, preferir acertar pelo Tottenham.

Esse foi o primeiro sinal de que a janela do Everton seria complicada. O segundo foi quando Chelsea e Newcastle ressuscitaram seu interesse pelo jovem Anthony Gordon. O garoto faltou em três sessões de treino para minar a resistência da diretoria e acabou sendo transferido ao St. James Park por £ 45 milhões. Pelo menos, o valor reforçaria os caixas abalados – por muitas contratações ruins nos últimos anos – do Everton, o que tornou fascinante a tentativa de gastar toda essa grana por Conor Gallagher, talentoso meio-campista do Chelsea, mas que não se encaixa no perfil que era cobiçado.

Uma proposta formal não chegou a ser feita por Gallagher, que não demonstrou muito interesse no negócio. Essa seria a tônica do Everton no último dia de janela: ninguém estava muito afim de papo. Um nome forte era Kamaldeen Sulemana, do Rennes. Ele optou pelo Southampton. A Udinese foi questionada sobre Beto, mas os valores assustaram. A Sky Sports noticiou que uma proposta de £ 25 milhões, mais variáveis, pelo jovem Iliman Ndiaye foi recusada pelo Sheffield United. O Everton também “explorou” a possibilidade de contratar Michy Batshuayi, que chegou ao Fenerbahçe apenas seis meses atrás. O maior exemplo de que ideias criativas estavam em falta.

A Sky Sports também publicou uma proposta recusada por Ismaïla Sarr, que está fazendo hora extra no Watford, e um rápido e contundente “não” de Olivier Giroud, a última e mais desesperada tentativa de acrescentar mais um corpo ao elenco do novo técnico Sean Dyche, que começou o dia cheio de esperanças. “Quando recebi a ótima notícia do presidente e do dono sobre me tornar técnico, eu fiquei muito satisfeito, obviamente, mas imediatamente comecei a trabalhar com o diretor de futebol sobre as listas, os jogadores. Já demos uma olhada em alguns e vamos nos reunir novamente para ver o que tem lá fora, o que podemos fazer”, disse Dyche.

E nada aconteceu. Enquanto isso, o Bournemouth fechou sua janela com Matias Viña, Ilya Zabarnyi e Hamed Traoré. O Southampton trouxe dois atacantes (prova que dava), Sulemana e Paul Onuachu, ex-Genk. Já havia se reforçado com Mislav Orsic. O Leeds havia anunciado Weston McKennie na segunda-feira, além de Georginio Rutter, centroavante do Hoffenheim, mais cedo na janela. O Nottingham Forest fechou com o zagueiro Felipe, o goleiro Keylor Navas e o meia Jonjo Shelvey. O West Ham havia contratado Danny Ings. Até o Leicester, que mal se reforçou na janela passada, trouxe dois reforços.

Os outros participantes da briga contra o rebaixamento ficaram mais fortes, e o Everton, há oito rodadas sem vencer, não apenas não melhorou o seu elenco como deixou a janela de transferências um pouco mais fraco. O tamanho do trabalho que Sean Dyche tem pela frente é enorme.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
Botão Voltar ao topo