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Mourinho teve peso enorme na ida de Fàbregas ao Chelsea: “Desenhou o time no papel para mim e disse que aquela equipe seria campeã”

Fàbregas tinha uma história consolidada no Arsenal e era adorado pelos torcedores depois dos oito anos que passou no clube do norte de Londres. Percebendo a direção que a equipe tomava, em 2011 retornou para o time em que esteve durante a maior parte de sua formação, o Barcelona, e qualquer volta àChelsea. Uma decisão que causou surpresa à época, mas Fàbregas revelou o importante papel desempenhado pelo então técnico dos Blues, José Mourinho, nessa escolha.

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Em conversa com Rio Ferdinand durante uma live no sábado, o espanhol relembrou a maneira singela como Mourinho lhe mostrou o mapa da mina de ouro para o time que vinha construindo.

“Um dia, quando me encontrei com ele, ele me disse: ‘Preciso de dois jogadores, vou contratar o Diego Costa. Se você vier para o meu time…’. Ele então desenhou o time no papel para mim e disse: ‘Esse time vai vencer o título (da Premier League)’,” recordou.

Dito e feito. Ao fim daquela mesma temporada 2014/15, de estreia de Cesc pelos Blues, a equipe venceu a Premier League, último título de Mourinho na liga inglesa, e Fàbregas foi um dos protagonistas de uma campanha consistente. Analisando as qualidades do antigo treinador, o jogador do Monaco exaltou a maneira como o português era capaz de motivar seus atletas, sobretudo os de elite.

“Trabalhando com ele, provavelmente foi o treinador que melhor mexia com a minha mente. Ele é um grande treinador para grandes jogadores, ele mexe com a sua cabeça, te estimula. Quando você está indo bem na liga, ele te manda mensagens para dizer o quão bom você tem sido, como tem jogado bem. Mas também para dizer que você foi um lixo. Dessa maneira, ele mexe com você.”

Esse estilo não é exatamente uma unanimidade entre os comandados de Mourinho, e no Chelsea também o caldo azedou. Porém, dois anos depois daquela primeira conquista, Fàbregas voltou a comemorar um título de Premier League, desta vez com Antonio Conte. Acabou por construir, ao longo de cinco anos, uma história de maior sucesso nos Blues do que no rival, onde começara sua carreira. Vencedor também da Copa da Inglaterra de 2017/18 pelo Chelsea, Fàbregas se diverte com os caminhos inesperados que tomou e se orgulha da trajetória pelos azuis.

“Foi fantástico, não poderia ter sido melhor. Se você me perguntasse quando eu tinha 23 anos, era capitão do Arsenal, se eu poderia ser feliz por ter jogado pelo Chelsea ao longo dos anos, por estar lá e vencer o que vencemos, eu teria disso que você é louco. Mas meu entendimento com os torcedores, com o clube, com todo mundo que trabalha lá e os jogadores me deixou muito feliz. Eu senti que eu me encaixava muito bem.”

Um encaixe de fato sob medida, iniciado por aquele contato com Mourinho. Atraído por ambientes vencedores, conforme já revelou em outras entrevistas, Fàbregas encerra: “É preciso competir até o fim para vencer. Era isso que eu queria. Eu sabia que ir jogar com o Mourinho seria um grande passo à frente na minha carreira”.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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