Intensos durante os 90 minutos, Liverpool e Tottenham fizeram um jogaço para se aplaudir de pé
Nem sempre um grande jogo consegue cumprir as expectativas que gera. Neste sábado, porém, Liverpool e Tottenham foram além. As duas equipes protagonizaram um jogaço em Anfield. Bem disputado, com boas chances para os dois lados e repleto de garra. No fim das contas, o empate por 1 a 1 nem refletiu tanto as oportunidades que os times conseguiram criar, mas acabou sendo justo pelo empenho de Reds e Spurs. Só não serviu às pretensões de ambos os lados. Enquanto o Tottenham abre o caminho para o Leicester se distanciar mais um pouco na liderança, o Liverpool joga por terra suas intenções de alcançar o Top Four.
Para entender bem a partida, é preciso falar sobre a influência que os dois maestros tiveram em campo. Philippe Coutinho e Christian Eriksen desequilibraram. Depois de destruir o Manchester United pela Liga Europa, Coutinho teve outra atuação de gala, melhor em campo em Anfield. Orquestrou as ações ofensivas do Liverpool combinando velocidade e qualidade técnica – incluindo no repertório um lindo chapéu na lateral de campo. Além de criar os espaços para os companheiros, também assumia a responsabilidade para finalizar. Não à toa, foi ele quem abriu o placar, aos seis minutos do segundo tempo, tabelando com Sturridge e aproveitando a enorme brecha na cabeça de área adversária. E ficou a centímetros de anotar o segundo.
Eriksen, por sua vez, respondeu Coutinho com uma ótima exibição na segunda etapa. O gol de empate do Tottenham, aos 18 minutos, só saiu por sua perseverança. O camisa 23 salvou uma bola na linha de fundo com um ótimo domínio, antes de servir Harry Kane. E, dentro da área, o artilheiro não perdoou, com ótimo giro sobre a marcação e finalização certeira. Ainda assim, o dinamarquês permaneceu como o grande nome dos Spurs. Chamava para si o jogo nos instantes finais e também ficou por um triz de consumar a virada.
No entanto, tão decisivos quanto os armadores foram os goleiros. Durante o primeiro tempo, Hugo Lloris ressaltou o jogador excepcional que é. O francês operou dois verdadeiros milagres, para evitar que o Liverpool abrisse o placar. E Mignolet, que já tinha aparecido bem na etapa inicial para compensar as falhas de Sakho (embora também tenha errado), brilhou no tempo complementar. O belga realizou duas defesaças quando o Tottenham já tinha empatado, evitando o revés do Liverpool.
Foram 33 finalizações durante os 90 minutos, com ligeira vantagem para o Tottenham. Os Spurs se sobressaíram especialmente no fim da segunda etapa, quando evidenciaram a sua qualidade ofensiva para tentar a virada, pressionando em massa. O Liverpool, por sua vez, merece elogios pela voracidade com que atacou, de maneira bastante vertical, ainda que os recorrentes problemas defensivos quase tenham custado caro. E, individualmente, outros nomes ainda merecem a devida menção pela boa partida: Henderson, Lallana e Sturridge de um lado; Dele Alli, Kane e Eric Dier do outro.
Firme na segunda colocação, o Tottenham chega aos 62 pontos, mas pode ver o Leicester abrir uma diferença de sete, caso vença o Southampton neste domingo. O Liverpool, por sua vez, estaciona em nono, a nove pontos do Top Four. De qualquer maneira, apesar dos efeitos na tabela, a partida em Anfield revigora o moral de ambos os lados. Demonstra o potencial dos dois times em jogos grandes, tanto pelo funcionamento coletivo quanto pelos valores individuais. Serve para empurrar os Spurs na perseguição à Raposas, enquanto impulsiona os Reds para os dois jogos difíceis que terão diante do Borussia Dortmund na Liga Europa.