Até o último dia da janela de transferências, o Arsenal era o clube da Premier League que havia contratado menos reforços. Alexis Sánchez, Ospina, Debuchy e Chambers chegaram ao Estádio Emirates e tudo parecia acabado para os Gunners. Por mais que o time permanecesse com necessidades, principalmente para o ataque após a lesão de Giroud, Arsène Wenger passou as últimas horas do fechamento em Roma, fazendo figuração no Jogo da Paz do Papa Francisco. Até pintar a oportunidade para uma última investida.
MERCADO: O que o Manchester United quer ao contratar Falcao García
Na verdade, o objetivo dos londrinos era Falcao García. Porém, com os altos salários pedidos e a concorrência numerosa, ficou difícil de negociar. Restou ao Arsenal aproveitar os espólios da ida do colombiano ao Manchester United. Louis van Gaal já tinha deixado claro que não daria muitas chances a Danny Welbeck e a chegada do Tigre de Santa Marta escancarou as portas para o inglês. Para os Gunners o levarem, em um negócio relativamente caro, mas compreensível para o inflacionado mercado inglês. E que pode render frutos.
Welbeck queria mesmo deixar Old Trafford, descartando a possibilidade de empréstimo. Então, o Arsenal pagou cerca de € 21 milhões para tirá-lo do United. Logicamente, Welbeck não é o jogador dos sonhos dos torcedores. No entanto, ajuda a solucionar a principal carência do time no momento, ocupando o lugar de referência no ataque, onde Wenger teria que manter Yaya Sanogo, dar mais uma chance a Lukas Podolski ou improvisar Alexis Sánchez até que Giroud se recuperasse de lesão. E, mais do que uma peça de reposição, o inglês pode ser uma aposta surpreendente, como o próprio mercado da Premier League ajuda a lembrar.
MERCADO: As principais contratações do último dia de mercado
Quando Daniel Sturridge trocou o Chelsea pelo Liverpool por um preço alto, era difícil encontrar quem achasse aquilo um bom negócio. O atacante não tinha dado certo nos Blues e nem no Manchester City, e os Reds não pareciam ter tantas necessidades de contratá-lo. Pois Sturridge se tornou outro jogador em Anfield. O estilo de jogo do time o beneficiou, combinando muito bem sua velocidade ao jogo de contra-ataque aplicado por Brendan Rodgers. O faro de gol também aumentou e hoje quase ninguém questiona a importância do atacante ao Liverpool.
Obviamente, é difícil que o raio caia duas vezes no mesmo lugar. Mas pode cair. Welbeck sai de Old Trafford sem deixar saudades nos torcedores do United. Porém, a mudança ao Arsenal pode fazer bem a ele. O toque de bola da equipe de Wenger pode beneficia-lo, enquanto o momento é propício para que tenha mais espaço no time titular – e como homem de referência no ataque, função na qual não jogou tantas vezes pelos Red Devils. Além disso, o inglês deve chegar ao Emirates com gana de se provar.
NO DOMINGO: O Arsenal tem horas para buscar um centroavante ou enfrentará dias difíceis
O Arsenal sabe que Welbeck ainda tem muitos pontos a provar. Mas a necessidade, somada à aposta, acabou acelerando os Gunners no negócio. Afinal, se não fosse nesta segunda, só em janeiro. Para o torcedor comum, Welbeck deve empolgar tanto quanto Sturridge naquele início no Liverpool – ou seja, quase nada. Porém, não custa se lembrar do bom exemplo para acreditar que poderá ser um bom negócio.
