Ligue 1

Pouco inspirado, PSG precisa de gol no fim para vencer Nantes e chegar a oito vitórias seguidas

Barcola e Kolo Muani marcaram na vitória do PSG sobre o Nantes

Um PSG pouco inspirado, lento e “arame liso” com a bola fez o simples para bater o Nantes por 2 x 1 neste sábado (9), no Parque dos Princípes. Bradley Barcola marcou seu primeiro gol com a camisa do Paris Saint-Germain, o egípcio Mostafa Mohamed igualou o placar e Kolo Muani, vindo do banco, deu a oitava vitória consecutiva do clube pela Ligue One.

Líder absoluto com 36 pontos, o clube parisiense tem vantagem de seis do Monaco e conta com um tropeço do Nice neste domingo (10), contra o Reims, para manter a distância na ponta do Campeonato Francês. O Nantes estacionou em nono lugar.

Na próxima quarta-feira, o PSG visita o Borussia Dortmund jogando a vida pela última rodada da fase de grupos da Champions League. Se perde e houver um vencedor entre Newcasle e Milan, o time de Luis Enrique estará eliminado.

Barcola é criatividade em meio à apatia no PSG e marca em jogada individual

Como quase sempre protagonista nos jogos, o PSG de Luis Enrique manteve sua estrutura tática de 3-2-5 com o trio Lucas Hernádez, Marquinhos e Danilo Pereira na base da jogada, Manuel Ugarte e Vitinha a frente, Achraf Hakimi (direita) e Bradley Barcola (esquerda) como os homens mais abertos no campo, responsáveis pela amplitude, e muita movimentação por dentro com Kylian Mbappé, Carlos Soler e Kang-In Lee (este, alternava momentos por fora e por dentro com Hakimi). Vale destacar que o jovem goleiro espanhol Arnau Tenas continuou como dono da meta devido à suspensão de Gianluigi Donnarumma.

O Nantes, na segunda partida do técnico Jocelyn Gourvennec (na primeira venceu o então invicto Nice), alternava momento em sua formação tática de 4-2-3-1 para um 4-1-4-1 a partir dos movimentos de Moussa Sissoko (aquele, ex-Tottenham), se alternando como meia-atacante ou meio-campista ao lado de Samuel Moutoussamy. A escalação ainda contava com o volante brasileiro Douglas Augusto, com passagens por Corinthians, Fluminense e Bahia.

O PSG precisou de 18 segundos para criar sua primeira chance. Saída de bola no meio-campo, a defesa do Nantes afastou mal um lançamento, Mbappé recebeu na meia-lua, limpou a marcação com um drible de corpo e bateu forte no meio do gol, para primeira defesa do capitão Alban Lafont.

A chance clara com segundos de jogo deu até a expectativa de um primeiro tempo maluco desde o início, no entanto, não foi o que aconteceu nos minutos seguintes. Menos com a bola, a equipe visitante tentava apostar nos lançamentos para se aproveitar da linha alta da defesa adversária – sem efetividade. O PSG, ainda buscando um espaço, utilizava muito os lados do campo a partir de ultrapassagens. Na esquerda, não era raro ver Mbappé e Vitinha auxiliarem Barcola, enquanto Hakimi recebia esse apoio de Lee, que às vezes até trocava de função na amplitude pela direita.

PSG
PSG teve dificuldades para abrir defesa do Nantes no primeiro tempo (Foto: Icon Sport)

O Nantes teve sua primeira tentativa contra meta do Paris após os 15 minutos. O meia direita Florent Mollet apareceu na esquerda, cortou para dentro e mandou uma bomba para intervenção sutil de Tenas. Pelo lado da casa, o clube parisiense não voltou a fazer Lafont defender chutes, mas deu dor de cabeça ao goleiro com faltas cobradas na área que exigiram socos na bola – era só dessa forma que o PSG conseguia avançar ao campo de ataque até quase 40 minutos.

Até que Barcola decidiu fazer uma rara jogada individual que mudou a partida. Bem aberto na ponta esquerda, o jovem francês tabelou com Vitinha, invadiu a área deixando Marcus Coco para trás e bateu colocado, Lafont não conseguiu impedir a abertura do placar.

Kolo Muani dá a vitória ao pouco inspirado Paris após sofrer empate

Mesmo com Osmane Dembélé, Warren Zaïre-Emery e outras boas opções no banco de reservas, Luis Enrique não trocou no PSG no intervalo, assim como o Nantes de Gourvennec. O cenário do jogo não mudou muito no inóicio da etapa final. O Nantes se defendia muito bem e até conseguiu umas escapadas ao ataque. Em finalização de Cocu de longe, Danilo Pereira deu um leve desvio e o árbitro deu escanteio. No corner, Mollet cobrou na primeira trave e Mostafa Mohamed, que praticamente não tinha tocado na bola, antecipou Barcola e cabeceou às redes, marcando o primeiro gol desde setembro. O egípcio quase marcou de novo na sequência, em contra-ataque, mas mandou no meio da meta de Tenas.

A resposta do PSG só poderia ser pelos pés de Barcola, o jogador mais ligado no jogo pelo time da casa. Novamente bem aberto, o ponta esquerda dominou já driblando Coco, deixou mais dois adversários para trás e tentou dar uma cavadinha em Lafont. A bola foi na rede pelo lado de fora.

Com 15, aconteceram as primeiras trocas da partida. Milan Skriniar substituiu o brasileiro Marquinhos, que estava voltando de lesão, e Zaïre-Emery o volante Ugarte. No Nantes, Ronaël Pierre-Gabriel entrou no lugar do lateral-direito Coco, que estava tomando um baile de Barcola. Em uma mudança ousada, Gourvennec tirou o volante Moutoussamy e colocou o atacante Marquinhos, cria da base do São Paulo que pertence ao Arsenal. Com isso, Sissoko virou um volante em definitivo e Mollet passou a atuar como meia por dentro.

Pouco depois, Dembélé deu um novo gás na ponta direita ao substituir Vitinha. A equipe passou a jogar com Lee por dentro.

As seguintes trocas demoraram a ter efeito no jogo e o ritmo diminuiu na partida. Apático, o PSG não conseguia incomodar o adversário. O time circulava a bola, apenas passes laterais, e era cômodo ao Nantes permanecer se defendendo e garantir o empate. Kolo Muani e Marco Asensio foram as novas caras para mudar o time pouco criativo. Dembélé começava dar a caras e fez uma jogada individual dentro da área que quase terminou em gol, bloqueada pela marcação na hora do chute.

A bola parada, forma que tinha incomodado Lafont na etapa inicial, foi o caminho para o dia ruim do PSG terminar com vitória. Falta cobrada lateral cobrada por Lee na segunda trave, Hernández testou forte e o goleiro do Nantes espalmou nos pés de Muani, que fuzilou com raiva para o fundo das redes.

Kolo Muani realmente deu uma nova cara ao clube do Parque dos Príncipes. Antes dos acréscimos, ele carregou contra-ataque pela esquerda e deixou Asensio tranquilo, dentro da área, para marcar. Mas o espanhol encheu o pé e isolou a bola. Dembélé, que demorou a enfim estar ligado na partida, também estava bem nesse final de jogo e obrigou Lafont a fazer boa defesa em chute de fora da área.

Com cinco de acréscimos, o Nantes pressionou e passou perto de empatar de novo o placar com duas finalizações defendidas por Tenas. Mas o PSG conseguiu segurar uma importante vitória, apesar da má atuação.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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