O Rennes deu uma aula de precisão e bateu o descalibrado PSG, que perdeu os 100% de aproveitamento na Ligue 1
Pedra no sapato recorrente do PSG, o Rennes aproveitou os lances ao redor do intervalo para superar os líderes
O início e o final de cada tempo são considerados momentos cruciais no futebol, porque o nível de atenção nem sempre está em seu máximo e os espaços podem sobrar para os gols. O Rennes provou tal percepção da forma mais contundente possível, com um gol no último ataque do primeiro tempo e no primeiro avanço da etapa final, para derrotar o Paris Saint-Germain por 2 a 0 no Roazhon Park. O bom jogo dos rubro-negros vai além dos lances decisivos, com boas doses de pressão e ações infernais do garoto Kamaldeen Sulemana, de apenas 19 anos. Enquanto isso, os muitos erros de finalização atravancaram o PSG. Kylian Mbappé e Neymar estavam numa tarde ruim, enquanto Lionel Messi parou no travessão.
A novidade na escalação do PSG era a confirmação de Gianluigi Donnarumma mais uma vez como titular. E o goleiro teria trabalho, diante da postura do Rennes durante os primeiros minutos. Os rubro-negros chegavam com frequência ao ataque e não tinham receio de finalizar. Assim, Donnarumma logo começou a suar a camisa, pegando com segurança um tiro de Gaëtan Laborde aos dez minutos. Pouco depois, seria a vez de Jonas Martin e Kamaldeen Sulemana assustarem em tiros para fora.
Depois da pressão inicial do Rennes, o PSG cresceu na segunda metade do primeiro tempo. O problema é que o ataque parisiense estava descalibrado, com muitas finalizações para fora. Mbappé perdoou duas vezes, enquanto Neymar também erraria o alvo em sua chance, isolando dentro da área. Mesmo Idrissa Gana Gueye mandou para fora. O melhor lance veio numa falta cobrada por Messi, que carimbou o travessão aos 31. E, quando necessário, o goleiro Alfred Gomis também segurou as pontas. Chegou a se antecipar em uma sobra diante de Messi e negaria um passe de Ángel Di María para Neymar.
Diante do volume de jogo do PSG nesta reta final, o Rennes parecia satisfeito com o empate. No entanto, os rubro-negros chegaram ao gol no último lance do primeiro tempo. E algumas virtudes demonstradas durante os primeiros minutos deram as caras. Sulemana recebeu com espaço na esquerda e cruzou com precisão. Laborde conseguiu escapar da marcação de Nuno Mendes e arrematou para as redes. Não era uma vantagem condizente com o momento do jogo, mas não deixava de ser merecido, pelos primeiros 20 minutos dos anfitriões no Roazhon Park.
Não tinha nada ruim o suficiente que não pudesse piorar ao PSG. E logo na saída de bola, no primeiro ataque do Rennes, o segundo gol saiu. A jogada pelos lados funcionou novamente. Desta vez Laborde escapou pela ponta direita e deu o passe para trás, onde Flavien Tait aparecia livre na marca do pênalti. A finalização não deu chances a Donnarumma. O PSG sentiu o golpe e o Rennes seguiu melhor nos minutos seguintes, até que os visitantes voltassem a incomodar por volta dos 15. Além da falta de precisão pesar aos parisienses, os anfitriões também não se continham à defesa e Sulemana seguia causando calafrios. O camisa 10 quase marcou o seu gol, em pancada para fora.
O PSG chegou a balançar as redes aos 25 minutos, num momento em que Mbappé aparecia mais. O atacante recebeu o passe de Di María e arrematou no cantinho, mas havia impedimento no início da jogada. Pouco depois, o francês tirou tinta da trave num chute colocado da entrada da área. E o “quase” seguia perseguindo os parisienses, que viram Messi mandar outra falta perigosa para fora. Aos 30, os dois times realizaram uma série de alterações, incluindo a saída de Neymar para a entrada de Mauro Icardi, além das presenças de Georginio Wijnaldum e Ander Herrera na equipe visitante.
As mudanças não resultaram em uma melhora do PSG e a equipe até deu sorte, quando um pênalti favorável ao Rennes foi cancelado após revisão no VAR. Os parisienses não eram tão perigosos assim e ainda tomavam sustos recorrentes nos contragolpes rubro-negros. Icardi e Messi tentariam novas finalizações para fora nos minutos finais, mas ficaria nisso. Apesar de um esboço de abafa, a vitória dos anfitriões não pareceu realmente ameaçada nesta reta derradeira. Das 13 finalizações do PSG no duelo, 10 foram para fora e nenhuma acertou o alvo.
O Paris Saint-Germain perde os 100% de aproveitamento na Ligue 1. Depois de oito vitórias consecutivas, a equipe sofre o primeiro tropeço, mas ainda permanece com uma confortável vantagem de seis pontos na liderança. A questão maior é a impaciência, especialmente quando o time de Mauricio Pochettino oscila tanto. Já o Rennes é o sétimo colocado, com 12 pontos. Os rubro-negros vêm de uma janela de transferências com muitas contratações e não embalaram logo de cara, mas o triunfo deste domingo é um sinal claro de potencial.