Ligue 1

O 4-4-2 com seu melhor quarteto ofensivo passa a ser uma opção real ao PSG de Tuchel

Thomas Tuchel, enfim, se rendeu a seu melhor quarteto ofensivo. A vitória do PSG por 4 a 0 contra o Saint-Étienne, fora de casa, no domingo (15), foi o primeiro jogo em que o técnico alemão atendeu às cobranças da torcida – e mesmo de parte da crônica francesa – e escalou aqueles que são considerados os seus melhores jogadores de ataque. O quarteto formado por Di María, Neymar, Icardi e Mbappé combinou bem para dar a vitória ao líder da Ligue 1, e o resultado poderia ter sido ainda mais elástico.

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É verdade que as circunstâncias do jogo ajudaram. O Saint-Étienne vinha de derrotas para Reims e Wolfsburg na semana que antecedeu o duelo, e Aholou facilitou as coisas para os parisienses ao ser expulso aos 25 minutos do primeiro tempo por falta em Leandro Paredes. Ainda assim, a movimentação de ataque do quarteto ofensivo agradou o suficiente para que a experiência tenha sido considerada um sucesso.

Em entrevista após o jogo, Tuchel reconheceu que já havia pensado nessa possibilidade (um 4-4-2 com Neymar, Di María, Mbappé e Icardi) depois do empate em 2 a 2 com o Real Madrid, em 26 de novembro. Mas faz sua defesa também da alternativa, o 4-3-3: “Na Liga dos Campeões, jogamos cinco partidas no 4-3-3 e ganhamos 12 pontos com Marquinhos, Marco (Verratti) e Idrissa (Gueye) no meio. Não era o momento de mudar tudo”.

O técnico alertou seus comandados que, se for para jogar com um esquema ofensivo como o do domingo, “todos precisam estar prontos para defender. É preciso estar pronto para coisas assim”.

Ainda assim, deu a entender que irá insistir mais em seu novo esquema com as quatro estrelas de ataque, cabendo a ele próprio, Tuchel, fazer dar certo. “Não estou aqui para mostrar que sempre tenho a razão, mas, sim, para encontrar soluções.”

Em suas duas partidas no 4-4-2, contra Galatasaray (quando jogou Sarabia no lugar de Di María) e Saint-Étienne, nos últimos cinco dias, o PSG anotou nove gols e não sofreu nenhum. O esquema dá mostras de que pode ser uma alternativa séria, e não apenas um sonho de torcedores que se sentam no bar para discutir como gostaria de ver o time jogar.

Mbappé e Neymar, em especial, refinaram sua parceria que já era boa em momentos em que a equipe jogou em um 4-2-3-1 ou um 4-3-3. O brasileiro, principalmente, brilha em seu papel de organizador do jogo e maestro dos ataques, posicionando-se pela ponta esquerda, mas frequentemente caindo ao centro para armar as jogadas com seus passes precisos. Deu duas assistências para o francês marcar, além de deixar o seu, desviando chute de Paredes.

Com os dois gols marcados, Mbappé segue batendo recordes em tempo… bom, recorde. Chegou a 71 tentos em 108 partidas na Ligue 1. Aos 20 anos, 11 meses e 25 dias, é o jogador mais jovem a chegar a 70 gols nas últimas 50 temporadas do Campeonato Francês – superou Bernard Lacombe, ex-Lyon, que chegou a esta marca em 1975, aos 22 anos, 5 meses e 11 dias.

“Eu estava convencido de que era impossível.”

Se em 30 de novembro o técnico alemão dizia que jogar com os quatro não era possível, o discurso rapidamente mudou diante das evidências mostradas. Como ele mesmo indicou ao dizer que não estava ali para ter a razão, não há espaço para orgulho e cabeça-dura.

Adversários mais duros virão pela frente para que o esquema seja testado, mas, mesmo em um cenário ruim, o quarteto ofensivo se mostrou uma opção viável ao menos para porções específicas de um jogo. Momentos esses que frequentemente vêm à tona em disputas de mata-mata na Champions League.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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