Ligue 1

Marcelino avisa jogadores que deixará o Marseille, dois meses após assumir

Com apenas sete jogos oficiais no comando do clube, Marcelino avisou aos jogadores que deixará o cargo no Olympique de Marseille

O Olympique de Marseille vive momentos turbulentos e deve ficar sem técnico. Marcelino Garcia Toral foi anunciado em junho como novo treinador da equipe, mas nesta terça-feira (19), o espanhol avisou aos jogadores que deixará o clube. Ainda não há uma manifestação oficial, mas tudo indica que ele deixará os marselheses.

Marcelino comandou o Marseille por apenas sete partidas oficiais até aqui. O treinador foi escolhido em junho para substituir Igor Tudor. O Marseille sonhou com Marcelo Gallardo, mas o argentino não respondeu a tempo e irritou o clube. A escolha de Marcelino tinha a ver com o bom relacionamento do técnico com a direção do clube francês, mas aparentemente isso não foi o bastante.

Segundo informação do L’Equipe, Marcelino informou aos jogadores sobre a sua saída no Centro de Treinamento do clube, em Commanderie. A não ser que haja uma grande mudança na situação, ele deixará o seu cargo.

Torcedores pressionam presidente e técnico

A temporada começou mal para o Olympique de Marseille, tanto em termos de atuações quando em resultados. Os marselheses já foram eliminados nas fases preliminares da Champions League para o Panathinaikos, além de ter conseguido apenas duas vitórias nos primeiros cinco jogos da Ligue 1.

Na noite de segunda-feira (18), torcedores do Marseille se reuniram com a direção do clube. A reunião foi marcada por uma forte crítica ao presidente do OM, Pablo Longoria — com quem Marcelino tem uma ótima relação. Além de críticas à presidência do clube, o desempenho do time em campo sob o comando de Marcelino também foi citado.

A pressão sobre Longoria é grande. Os torcedores pediram esclarecimentos sobre a atuação da direção e não conseguiu dar explicações satisfatórias. Embora não tenham acontecido ameaças de morte, como foi especulado, o clima ficou tenso. Não seria a primeira vez se acontecesse, já que Vincent Labrune e Jacques-Henri Eyraud chegaram a ser ameaçados de agressão no passado.

A pressão foi tanto que Longoria chegou a considerar se demitir do cargo, mas voltou atrás e diz que não irá renunciar. A pressão sobre ele, porém, pode ter um papel também sobre Marcelino. Como o técnico é muito ligado ao presidente e as críticas da torcida têm sido intensas também contra o treinador, ele parece estar insatisfeito.

A sensação no Olympique de Marseille é que o clube não consegue atingir o seu potencial. Em um ambiente que o PSG domina a as ações na Ligue 1 com um orçamento muito maior, o Marseille precisa fazer um trabalho muito mais eficiente para conseguir o título. Alguns times conseguiram, como o Lille, na temporada 2020/21, ou o Monaco, em 2016/17. O Olympique de Marseille não consegue o título desde 2009/10, antes ainda da era Catar no PSG, que começou em 2011.

O time tem ficado nas primeiras posições nos últimos anos. Nos últimos cinco anos, ficou duas vezes em quinto, duas vezes em segundo e uma vez em terceiro. Em nenhuma dessas ocasiões, porém, brigou efetivamente pelo título da Ligue 1. Como o time tem uma torcida muito grande, se espera que consiga ao menos causar problemas, como o Lille e o Monaco já fizeram.

Papin seria o técnico interino

Caso a saída de Marcelino seja confirmada, o ex-atacante Jean-Pierre Papin assumiria interinamente o time para o jogo da quinta-feira, contra o Ajax, pela Liga Europa. Papin, Bola de Ouro, de 1991, se tornou conselheiro do presidente Pablo Longoria em novembro de 2022.

Como técnico, Papin dirigiu o Strasbourg na temporada 2006/07 e teve apenas uma experiência em um clube de Ligue 1, com o Lens, na temporada 2007/08. Sua última passagem como treinador foi pelo Chartres, de 2020 a 2022.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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