Ligue 1

Sem emplacar na Inter, Joaquín Correa engrossa a abastada janela do Olympique

Joaquín Correa não causou o impacto que se esperava na Internazionale e sai por empréstimo ao Olympique de Marseille

O Olympique de Marseille não cumpriu seu principal objetivo para o início da temporada, a classificação para a fase de grupos da Champions League. Porém, mesmo a queda para a Liga Europa não interrompe o bom mercado de transferências realizado pelos celestes. O clube ganha novas peças para fazer um papel digno no torneio continental e também para incomodar o Paris Saint-Germain na Ligue 1. O trabalho de Marcelino García Toral está no início e não transmite total confiança. Mas não se nega que os marselheses ganham mais recursos com a contratação de Joaquín Correa. Sem emplacar na Internazionale, o argentino chega ao Vélodrome por empréstimo até o final da temporada.

O empréstimo de Correa custa €2 milhões ao Olympique de Marseille. Os celestes também terão uma opção de compra ao final da temporada, estipulada em €10 milhões. E a opção se transformará em obrigação, caso os marselheses confirmem a classificação para a Champions League 2024/25. No fim das contas, são valores baixos, considerando que a Inter tinha desembolsado €33 milhões para comprar o argentino em definitivo junto à Lazio. A queda no preço aponta a perda de prestígio que teve em Milão.

É curioso inclusive como os clubes trocarão de atacantes para esta temporada. Joaquín Correa segue para o Olympique de Marseille e Alexis Sánchez deve ser anunciado pela Inter nos próximos dias. O chileno voltará a Milão depois de fazer uma ótima temporada no Vélodrome, entre as referências dos marselheses. Entretanto, o veterano optou por não renovar e passou a avaliar as opções que tinha no mercado. Atenderá às necessidades dos interistas, com dificuldades para montar seu ataque.

A carreira de Tucu Correa

Joaquín Correa atuará na quarta liga nacional diferente com sua transferência para a Ligue 1. O argentino surgiu no Estudiantes e ganhou rodagem no Campeonato Argentino, até se transferir para a Sampdoria em 2015. Ficou uma temporada e meia com os blucerchiati, com certo destaque, até atrair a atenção do Sevilla em 2016/17. Contudo, o atacante não causou o impacto esperado no Campeonato Espanhol e saiu como um coadjuvante. Voltou à Itália, onde abriu as portas da Lazio.

A passagem pela Lazio representa o auge da carreira de Joaquín Correa. O argentino se encaixou muito bem no modelo de jogo da equipe, com mobilidade na linha de frente e capacidade de definir as jogadas. O bom trabalho de Simone Inzaghi na capital contava com o atacante entre seus mais fiéis escudeiros. Foram três temporadas com os biancocelesti, somando 30 gols e 18 assistências em 117 partidas. Conquistou a Copa da Itália e se consolidou como jogador da seleção argentina. Fez parte do elenco que conquistou a Copa América em 2021.

A relação com Simone Inzaghi permitiu que Correa seguisse o treinador rumo à Internazionale em 2021/22. A primeira temporada do atacante foi melhor, com direito a dois gols na estreia pela Serie A e algumas boas atuações saindo do banco. Todavia, as lesões atrapalharam e seu rendimento caiu ainda mais no segundo ano. Por causa de um problema no joelho, Tucu foi cortado da seleção argentina às vésperas da Copa do Mundo. Seu ponto alto ficou para a caminhada até a decisão da Champions League. Geralmente entrava no segundo tempo e anotou um gol contra o Benfica nas quartas de final.

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O mercado do Olympique

A Inter não fazia questão de segurar Correa. E a saída do atacante parece um bom negócio para o Olympique de Marseille, que amplia seu leque de opções. O clube contratou nesta temporada Iliman Ndiaye e Pierre-Emerick Aubameyang para o setor ofensivo. Trazido na temporada passada, Vitinha é mais um que se reveza na posição. Correa garante sua dose de tarimba, com boa experiência aos 29 anos, e também características complementares para jogar como segundo atacante.

O Olympique de Marseille já gastou €69,5 milhões em reforços nesta temporada. A defesa ganhou o goleiro Rubén Blanco e o lateral Renan Lodi. O meio é o setor mais recheado, com o volante Geoffrey Kondogbia e o ponta Ismaïla Sarr, além das compras em definitivo dos meias Amine Harit e Ruslan Malinovskyi. Já na frente, Tucu Correa acompanha os supracitados Iliman Ndiaye e Aubameyang. Há muitos recursos à disposição de Marcelino García Toral, embora os marselheses também tenham perdido jogadores importantes – no ataque, Cengiz Ünder saiu para o Fenerbahçe e Alexis Sánchez não renovou, enquanto o veterano Dimitri Payet encerrou seu vínculo em comum acordo antes de seguir ao Vasco.

O Olympique de Marseille ainda oscila neste início de temporada. A equipe ganhou com aperto do Stade de Reims na estreia da Ligue 1, mas empatou com o Metz no segundo compromisso. O início da tabela é acessível, até que o clássico com o PSG aconteça em 24 de setembro, no Parc des Princes. Já a queda nas fases qualificatórias da Champions League foi com requintes de crueldade. Depois da derrota por 1 a 0 em Atenas, os marselheses venciam o Panathinaikos por dois gols de diferença até os acréscimos do segundo tempo. Um gol no apagar das luzes salvou os gregos, que avançaram nos pênaltis. Apesar do “rebaixamento” à Liga Europa, os celestes possuem boas condições de fazer bonito no torneio continental, até pela experiência que agregaram.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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