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Gestão de crise: Messi pede desculpas ao PSG e explica viagem à Arábia Saudita

Punido com suspensão e multa por ter viajado à Arábia Saudita sem autorização e ter faltado a um treino, Messi foi às redes sociais para se desculpar pelo ocorrido

Lionel Messi veio a público depois de ter sido punido pelo Paris Saint-Germain com suspensão e multa por ter viajado sem autorização à Arábia Saudita e, por isso, ter faltado a um treino, na segunda-feira. O argentino aproveitou para explicar a situação, além de se desculpar com o clube e com os companheiros.

O argentino faltou ao treino do PSG na segunda-feira, um dia depois da derrota por 3 a 1 para o Lorient. Na segunda-feira, ele esteve na capital da Arábia Saudita, em Riade, na segunda. Normalmente, os jogadores têm uma folga no dia seguinte ao jogo e havia a combinação de dois dias de folga nesta semana, já que o time só volta a campo na próxima semana. Só que a derrota e a pressão que aconteceu fez com que o clube cancelasse a folga ainda no domingo à noite.

“Olá, bom, queria fazer este vídeo depois de tudo que está acontecendo. Antes de tudo, pedir desculpas obviamente aos meus companheiros, ao clube. Sinceramente, pensei que iria manter um dia de folga depois do jogo, como vinha acontecendo durante as semanas anteriores”, afirmou o craque.

“Tinha organizado esta viagem à Arábia, a qual tinha cancelado anteriormente e desta vez não foi possível. E volto a repetir e pedir desculpas pelo que fiz e estou aqui à espera do que o clube decidir. Nada mais, um abraço”, termina Messi.

Nunca Messi havia sido punido por uma questão disciplinar, nem no Barcelona e nem no PSG. Messi tem um contrato multimilionário com a Arábia Saudita para ser embaixador do país. O projeto é sediar a Copa do Mundo de 2030, como uma forma de promover o turismo no país e, claro, usar os eventos esportivos como uma ferramenta de poder, como tem feito nos últimos anos com Grande Prêmio de Fórmula 1, a ida de Cristiano Ronaldo para a liga saudita, que deve ser seguido por mais jogadores de nome, além de eventos de boxe, golfe, e-sports e o Mundial de Clubes da Fifa, no fim do ano.

A ida de Messi, porém, jogou mais gasolina em uma fogueira de crise que o PSG vive. Além do desempenho irregular em campo – foram nove derrotas em 2023 –, há questionamentos da torcida em relação à diretoria. Jogadores também foram atacados, como o próprio Messi, xingado por torcedores em protestos esta semana, Neymar, a quem os torcedores pediram que saia, além de Marco Verratti e Christophe Galtier, meio-campista e técnico da equipe, também criticados pelos torcedores.

Importante ressaltar que embora seja legítimo fazer protestos pacíficos, não é legítimo ir até a casa dos jogadores ou do técnico, como aconteceu nesta semana. Torcedores estiveram nas casas de Neymar, Verratti e Galtier para cobrar que eles saiam do clube. O protesto com gritos e cartazes no Centro de Treinamento do clube, na segunda-feira, e em frente à sede do clube, na quarta são absolutamente legítimos. Ir até a casa dos profissionais para intimidá-los passa do ponto esportivo e se torna uma questão de polícia. Não é aceitável que isso aconteça, com qualquer que seja o profissional

Sobre Messi, tudo indica que o argentino deixará o PSG. Ele tem contrato com o clube apenas até junho e, segundo veículos franceses, o jogador já se decidiu por não renovar o contrato, algo que o clube já sabe. Diante da situação criada pela sua falta no treino, o clube sabia que não poderia deixar de puni-lo e fez dele um exemplo. Isso, porém, deteriora uma relação que já não é boa entre o clube e Messi e também piora a situação entre o jogador e a torcida. O destino de Messi parece mesmo estar longe de Paris.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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