Ligue 1

Camavinga precisou de pouco mais de 30 minutos para virar destaque do empate do Rennes com o Lille

Lille e Rennes se enfrentaram neste sábado (22), pela rodada de abertura da Ligue 2020/21. Em sua maior parte, o duelo entre Eduardo Camavinga, de apenas 17 anos, saiu do banco para dar ao Rennes a criatividade que lhe faltava – e participar diretamente do gol que garantiu o empate em 1 a 1 fora de casa.

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No primeiro tempo, mesmo abdicando da posse de bola, o Rennes pareceu no comando do jogo. Defensivamente bem organizado, anulou as saídas dos donos da casa, que tiveram sua primeira finalização apenas aos 34 minutos, em um chute de Renato Sanches para fora. Ainda assim, os visitantes também tinham dificuldades em sua criação, e a faísca de qualidade aparecia quando o brasileiro Raphinha pegava na bola pela ponta direita, com bons dribles e uma incisividade que faltou a seus companheiros.

Em um intervalo de sete minutos ainda na primeira etapa, duas expulsões ajudaram a determinar os caminhos do jogo. Aos 35, em uma disputa de bola, Sacha Boey, do Rennes, foi infeliz, acertou uma voadora no rosto de Reinildo, do Lille, e ainda caiu de cabeça no gramado, com um forte impacto. Deixou o campo expulso e carregado de maca. Aos 42 minutos, foi a vez de Reinildo, a vítima, se tornar o infrator, acertando um carrinho violento em Raphinha e também indo mais cedo para o chuveiro.

Entre esses dois lances, ainda com um jogador a mais, o Lille tirou proveito da superioridade numérica momentânea. Aos 40 minutos, a equipe tocava a bola no meio de campo, buscando espaços, quando Xeka viu Jonathan Bamba pronto para fazer o desmarque e atacar o espaço no terço final. Com precisão, acertou um passe entre as linhas do Rennes e deixou o companheiro na cara do gol. Com um chute cruzado, Bamba abriu o placar.

Pelo sucesso que teve na defesa em boa parte do primeiro tempo e pelo maior volume de jogo ofensivo na segunda etapa, o Rennes não merecia a derrota na estreia da temporada, mas precisaria de uma mudança crucial para evitá-la. Foi quando entrou Eduardo Camavinga, aos 19 do segundo tempo.

Em pouco mais de 30 minutos, o garoto alterou o jogo a favor dos visitantes. Pelo meio, caindo por vezes à direita, foi o maestro do Rennes na porção final da partida. Em seus primeiros momentos em campo, quase empatou, mas mandou a bola por cima do gol ao completar um cruzamento na pequena área, em ângulo fechado.

De maneira geral, assumiu o papel de organizador ofensivo no meio, distribuindo a bola pelos flancos e iniciando os ataques do Rennes. Entre uma jogada e outra, deixava ainda sua marca de habilidade, com dribles plásticos.

A cereja do bolo foi o desvio de cabeça para o gol de Damien da Silva, que garantiu o empate aos 29 minutos da etapa final.

Tendo estreado profissionalmente no fim da campanha 2018/19, Camavinga carrega apenas uma temporada completa pelo Rennes, em 2019/20. Para este ciclo de 2020/21, tem seu talento reconhecido: assume a camisa 10 dos bretões. Antes do jogo deste sábado, em entrevista ao Téléfoot, garantiu que fica ao menos mais um ano em seu clube formador, a despeito do interesse do Real Madrid e de outros gigantes europeus.

Nos poucos minutos que teve em campo nesta estreia de campeonato, parece disposto a fazer cada instante contar, no que pode ser a temporada que o fará explodir para o público europeu em geral. O palco da Champions League o aguarda, com o Rennes participando da competição pela primeira vez em sua história.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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