Sylvinho toma um rumo alternativo em sua carreira e vai dirigir a seleção da Albânia no ciclo da Eurocopa
Sylvinho assinou por 18 meses com a Albânia e se torna o quarto brasileiro a treinar uma seleção europeia na história
Sem time desde que foi demitido do Corinthians, Sylvinho terá uma sequência de carreira bastante alternativa. O treinador foi anunciado nesta segunda-feira como novo comandante da seleção da Albânia. Será a segunda experiência do ex-lateral no futebol de seleções, desde que deixou o posto de assistente do Brasil em 2019. Sylvinho substituirá o italiano Edy Reja e assinou contrato de 18 meses. Sua principal tarefa será a classificação para a Euro 2024. Pablo Zabaleta e Doriva serão os seus dois assistentes.
Embora sua carreira como técnico não tenha decolado, Sylvinho possui uma boa bagagem mesmo na Europa. O brasileiro permaneceu quase dois anos na Internazionale, como assistente de Roberto Mancini e depois como coordenador técnico na comissão nerazzurra. Depois, também teve sua curta passagem de 11 partidas como comandante principal do Lyon. Já no Brasil, além do recente trabalho pelo Corinthians, Sylvinho atuou como auxiliar em diferentes equipes – Cruzeiro, Sport, Náutico, Corinthians e Seleção.
Durante os últimos anos, a Albânia apostou principalmente em treinadores italianos. Gianni De Biasi foi o principal deles, ao assumir em 2012 e levar o país à inédita classificação para a Euro 2016. Christian Panucci o substituiu em 2017, antes que Edy Reja assumisse em 2019. Os sucessos dos albaneses, todavia, não se repetiram desde a participação no torneio continental – embora os resultados não sejam de todo ruins. O país atualmente disputa a segunda divisão da Liga das Nações e, nas Eliminatórias para a Copa de 2022, ficou a dois pontos de alcançar a Polônia por um lugar na repescagem.
Boa parte dos destaques da seleção da Albânia atua na Itália. O goleiro Etrit Berisha (Torino) e o zagueiro Elseid Hysaj (Lazio) são duas claras lideranças, enquanto a lista de jovens em ascensão inclui o zagueiro Marash Kumbulla (Roma), o volante Kristjan Asllani (Internazionale) e o meia Nedim Bajrami (Empoli). Também vale destacar o ponta Myrto Uzuni (Granada) e o centroavante Armando Broja (Chelsea), este surgindo como grande esperança dos albaneses no futuro. Todavia, Sylvinho terá que se virar durante seus primeiros meses sem o atacante de 21 anos, após uma grave lesão ligamentar.
A Albânia está num grupo razoavelmente acessível das eliminatórias para a Euro 2024. Polônia, República Tcheca, Moldova e Ilhas Faroe são as adversárias. O que não anima são os resultados de 2022, determinantes para a decisão de mudar o comando técnico. A Albânia conquistou apenas uma vitória em 11 compromissos no ano, com cinco empates e cinco derrotas. Ainda assim, a equipe chegou a engrossar o caldo em amistosos contra adversários mais tradicionais, como a Espanha e a Itália.
Sylvinho se torna apenas o quarto brasileiro a treinar uma seleção da Europa. Os trabalhos de Otto Glória e Felipão na seleção de Portugal são mais célebres. Além deles, Carlos Alberto Torres dirigiu o Azerbaijão por 18 partidas, de 2004 a 2005. Resta saber se Sylvinho conseguirá marcar seu nome na Albânia, no que é um destino exótico para o que até pareceu uma carreira promissora quando ele assinou com o Lyon, mas nunca se confirmou.