A cada ano, pelo menos uns dez jogadores são apontados como promessa na Europa. Alguns conseguem fazer jus às expectativas que a imprensa, os clubes que revelam e contratam e os torcedores depositam neles. Outros, não. E conforme vai passando-se o tempo, o atleta vira piada por não corresponder ao que se esperava e falava sobre ele. Alguns também colocam Martin Odegaard nessa leva de jogadores que não deslancharam, o que pode ser um apontamento um pouco problemático por se tratar de um garoto de apenas 18 anos. E por falar nele, seu nome voltou à tona esta semana com o anúncio de que o norueguês é o novo reforço do Heerenveen para o resto da temporada e a outra.
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Na última segunda-feira, o clube holandês comunicou o acordo com o Real Madrid pelo meia-atacante. No dia seguinte, nesta terça-feira, Odegaard já foi apresentado pelo time da Eredivisie. O contrato tem a duração de um ano e meio, e seu caráter é de empréstimo. “Estou muito contente por estar aqui, e espero aproveitar a oportunidade para mostrar o que sei”, falou o garoto nas primeiras palavras usadas por ele durante a apresentação. Posteriormente, o jovem jogador falou sobre a falta de oportunidades no Real Madrid, mostrando que não tem receio e que mantém seus pés no chão a respeito de sua situação: “é o melhor clube do mundo. Lá se encontram os melhores jogadores do mundo, e por isso decidi vir pra cá”.
Odegaard foi notado por olheiros do clube espanhol ainda muito novo. O garoto havia acabado de completar 15 anos quando o presidente Florentino Pérez autorizou sua contratação, em janeiro de 2015. A partir de então, muita esperança foi colocada em seu potencial. Qualquer pessoa que acessa o YouTube e procura por lances do norueguês enquanto jogador das categorias de base do Stromsgodset pode ver que se trata de um atleta habilidoso, extremamente ágil e driblador. Mas talvez tenha sido um erro a quantidade de holofotes colocadas sobre ele e o tanto que repercutiram seu nome associado a um talento enorme, esquecendo que este ainda estava – e está – em formação.
Resumidamente, Odegaard não chegou a entrar em campo pela equipe merengue principal mais do que duas vezes. No Real Madrid Castilla, o jovem não animava. Zinedine Zidane, enquanto técnico do time B, chegou a ter pequenos problemas em relação a ele. Houve também alguns atritos com o presidente, um dos maiores responsáveis pela promoção exagerada do garoto, por questões de escalação imposta. A própria relação com seus companheiros de equipe foi um fator prejudicial em seu desenvolvimento na base. Afinal, era um menino que custou algo em torno de € 3 milhões e recebia um salário muito superior ao deles rendendo muitas vezes menos do que alguns deles e sendo paparicado pelo homem encarregado pelo clube.
No Heerenveen, que no momento está na zona de classificação para a Liga Europa, Odegaard deve ter mais chances e poderá dar seus primeiros passos como profissional sucedidamente. E tranquilamente. A Eredivisie não atrai tanta atenção quanto as outras ligas europeias. No momento, é o campeonato que ocupa a 13ª colocação no ranking de competições de clubes da Uefa, atualizado em dezembro do ano passado. Por isso, lá é um bom lugar para que ele comece com o pé direito (embora ele seja canhoto) sua carreira no continente onde há uma concorrência muito grande no futebol, assim como aconteceu com outros estrangeiros, como Luis Suárez, Zlatan Ibrahimovic, Ronaldo Fenômeno e outros.
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— sc Heerenveen (@scHeerenveen) 10 de janeiro de 2017
