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O Bayern deu quase 10 passes por minuto, mas nem assim teve uma vitória tranquila

O Bayern de Munique esteve longe de fazer uma boa apresentação em Moscou. Sob o silêncio das arquibancadas vazias, os bávaros fizeram o mínimo para voltar à Alemanha com os três pontos. Bateram o CSKA Moscou por 1 a 0, gol de pênalti de Thomas Müller logo no primeiro tempo. Contudo, também tomaram sustos, levando até mesmo uma bola no travessão. Nada que tirasse a vitória do clube, sua 100ª vitória pela Champions League. E, como se espera do time de Pep Guardiola, com números impressionantes nos passes, por mais que eles não tenham adiantado tanto.

Cinco jogadores do Bayern deram pelo menos 119 passes na partida: Xabi Alonso (145), Philipp Lahm (123), Mehdi Benatia (122), Dante (120) e David Alaba (119). O número é superior ao de qualquer outro atleta na primeira rodada da Champions 2014/15 – Miralem Pjanic, o líder no quesito, parou em 116. Um domínio que resultou em 78% de posse de bola aos bávaros. O problema é que o ataque não necessariamente conseguiu converter isso em gols. Dos 21 chutes do time, nove foram bloqueados pela defesa do CSKA, bastante sólida na proteção da área.

Além disso, com sobras o Bayern bateu a marca de quantidade de passes nesta Champions. Sozinhos, os defensores e os volantes da equipe passaram a bola 738 vezes em Moscou. Mais do que qualquer outro time na primeira rodada. Mesmo o Barcelona, jogando em casa contra o Apoel na estreia, parou em 729. No total, os bávaros deram 918 passes contra o CSKA, novo recorde do clube na Liga dos Campeões e 404 a mais do que no duelo contra o Manchester City, há duas semanas.

Obviamente, “o que vale é bola na casinha”. E o gol solitário de Thomas Müller foi muito pouco para o domínio do Bayern. Por mais que a defesa tenha dificultado e que Igor Akinfeev tenha trabalhado bastante, a agressividade de jogadores como Mario Götze e Arjen Robben é imprescindível. E, quando elas não são suficientes para uma boa vitória, as impressões de que o tiki-taka não é tão funcional prevalecem.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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