Liga Europa

O Leverkusen amassa a Union St. Gilloise na Bélgica e, depois de duas décadas, está numa semifinal europeia

O Bayer Leverkusen foi fatal em suas oportunidades no ataque e conquistou um resultado maiúsculo na visita à Union St. Gilloise

O Bayer Leverkusen é uma equipe muito diferente da que cambaleava no início da temporada. Os Aspirinas ganharam mais recursos com a chegada de Xabi Alonso, bem como pelos jogadores que voltaram de lesão e subiram de produção. Para quem corria risco de rebaixamento na Bundesliga, o momento é bem mais pródigo na luta pelas vagas europeias do campeonato. E também por uma ótima campanha na Liga Europa: os alemães avançam às semifinais. A Union St. Gilloise surpreendeu ao longo do torneio e até incomodou no 1 a 1 da ida, dentro da BayArena. Contudo, com uma apresentação fatal, o Leverkusen goleou por 4 a 1 na Bélgica. O ataque funcionou muito bem nos lances em velocidade. É a melhor campanha continental do clube em 21 anos, mas com uma pedreira no caminho durante a próxima fase: a Roma.

O Bayer Leverkusen deu um passo à frente e abriu o placar logo aos dois minutos. Numa disputa na entrada da área, a bola espirrou para trás e Moussa Diaby aproveitou. O ponta invadiu a área com espaço e tirou o goleiro Anthony Morris no drible, antes de bater às redes vazias. A Union St. Gilloise tentou não sentir o baque. Pressionava o alto e produzia um início de partida intenso, mas com os Aspirinas ainda melhores no trato com a bola. Diaby e Mitchell Bakker voltariam a assustar.

A Union St. Gilloise precisava tomar um pouco mais de iniciativa, mas era pobre com a bola. As ameaças à meta de Lukas Hradecky não aconteciam. E o time da casa ainda precisou queimar uma substituição cedo, com a lesão do atacante Yorbe Vertessen. Logo depois, o Leverkusen partiu para cima e conseguiu o segundo gol, aos 37. Diaby puxou o contra-ataque após tabelar com Florian Wirtz e enfiou o passe a Adam Hlozek. O ponta cruzou rápido e encontrou Bakker livre no segundo pau, para só finalizar o contragolpe fatal. No máximo, a USG teria uma cabeçada de Koki Machida por cima aos 42, mas era pouco.

A volta para o segundo tempo ofereceu uma versão bem melhor da Union St. Gilloise. A equipe da casa tinha mais atitude e conseguia transformar seu volume de jogo em lances mais perigosos. O Leverkusen encontrava dificuldades para conter o abafa. Entretanto, a sorte também esteve ao lado dos Aspirinas para o terceiro gol, aos 15 minutos. Foi um trabalho excepcional dos dois alas. Bakker estava na área para apertar uma saída com os pés do goleiro Anthony Morris e conseguiu forçar o erro. A sobra ficou com Jérémie Frimpong, que não precisou de muito esforço para anotar.

Ao menos, a Union St. Gilloise imediatamente deu um sinal de vida e compensou seu momento. O gol dos auriazuis aconteceu aos 20 minutos. Loïc Lapoussin roubou a bola, driblou a marcação e cruzou no capricho da esquerda, para Casper Terho. O substituto dominou e contou com um desvio no chute para estufar as redes. O tento fez os belgas crescerem. Um cruzamento perigoso atravessou a área, até sair ao lado da trave, enquanto Simon Adingra acertou o poste na sequência. O Leverkusen estava nas cordas e, em outro lance aos 30, os bloqueios de Hradecky e Bakker foram cruciais.

Um contra-ataque, porém, fez a reação da Union St. Gilloise desabar aos 34 minutos. O Bayer Leverkusen conseguiu o quarto gol. Mais uma vez houve a participação de Bakker, acionando Diaby. O atacante parou na defesa de Anthony Morris, mas Hlozek estava atento no rebote e encaminhou a classificação com o gol. Sem que os belgas acreditassem mais numa reviravolta, quase coube o quinto dos Aspirinas no fim.

O Bayer Leverkusen disputará semifinais continentais pela quarta vez em sua história. O grande momento veio em 1987/88, quando o clube conquistou a Copa da Uefa em cima do Espanyol. Depois, em 1994/95, ficaria entre os quatro melhores do mesmo torneio, derrotado nas semifinais pelo Parma. Já a última aparição é a mais lembrada, numa campanha que terminou com o vice da Champions League 2001/02, selada com o famoso golaço de Zinedine Zidane para coroar o Real Madrid em Glasgow. Chegar tão longe depois de tanto tempo prova como o momento é especial na BayArena.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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