Liga Europa

Guia da Liga Europa 2021/22: Com o fortalecimento do torneio, o que esperar de cada um dos 32 clubes

Time a time, fizemos uma breve análise de candidato numa edição mais graúda da Liga Europa

A reforma das competições da Uefa não apenas garantiu a criação da Conference League. As mudanças também fortaleceram a Liga Europa. O torneio secundário reduziu 16 participantes em sua fase de grupos. Passou a concentrar sobretudo as equipes classificadas das melhores ligas nacionais e também os repescados das preliminares da Champions. E tal força se tornou expressa após o sorteio das chaves: alguns grupos reúnem três ou quatro clubes tradicionais. A imprevisibilidade é imensa, bem maior que da própria Champions League neste momento.

Aproveitando o novo embalo ao redor da Liga Europa, preparamos um guia com uma análise sobre cada um dos 32 times. Falamos sobre o retrospecto recente, o início da temporada e os potenciais destaques na competição continental. Também teremos um guia sobre a Conference publicado nesta quinta.

Grupo A (Lyon, Rangers, Sparta Praga, Brondby)

Bruno Guimarães e Paquetá (Foto: Imago / One Football)

Lyon

O Lyon, em teoria, é candidato forte a chegar longe na Liga Europa. Os Gones ficaram de fora das copas europeias na última temporada, mas tinham chegado à semifinal da Champions League em 2019/20. Além disso, a equipe vem de uma boa campanha na Ligue 1, em que brigou pelo título até a reta final. A questão é saber quão rápida será a recuperação do time, que vem sentindo falta de Memphis Depay e ainda não se encontrou sob as ordens de Peter Bosz, com um início de temporada instável. O mercado de transferências garantiu boa dose de experiência com as chegadas de Jérôme Boateng, Emerson Palmieri e Xherdan Shaqiri. Quem também vem brilhando é Moussa Dembélé, de volta após empréstimo ao Atlético de Madrid. E o meio-campo permanece repleto de opções – com Bruno Guimarães, Lucas Paquetá, Maxence Caqueret, Houssem Aouar e Rayan Cherki garantindo múltiplas combinações.

O Rangers comemora diante de sua torcida (Foto: Imago / One Football)

Rangers

Participar da Liga Europa pela quarta edição consecutiva é até decepcionante para o Rangers, considerando o ótimo momento da equipe sob as ordens de Steven Gerrard. Depois da conquista do Campeonato Escocês, muita gente esperava os Teddy Bears na Champions, mas a equipe derrapou contra o Malmö. Também teria dificuldades diante do modesto Alashkert, num início de temporada que ainda interrompeu a sequência invicta na liga nacional. Mesmo assim, é time para almejar os mata-matas, sobretudo depois de duas campanhas até as oitavas de final. O mercado de transferências foi modesto, com destaque às chegadas de Juninho Bacuna e John Lundstram para o meio-campo. Mais importante, a base principal foi preservada em Ibrox. Destaques como Alfredo Morelos, Ryan Kent, James Tavernier e Ianis Hagi permanecem com os Gers, mesmo com alguns deles especulados em outros cantos. É um time bem servido o suficiente para ser competitivo em diferentes frentes.

Os jogadores do Sparta Praga comemoram vitória (MICHAL CIZEK/AFP via Getty Images)

Sparta Praga

O Sparta Praga tomou um curioso atalho para a Liga Europa, repescado à fase de grupos sem precisar jogar a última etapa classificatória, após cair na Champions. Os grenás chegaram a eliminar o Rapid Viena, antes de sucumbirem ao Monaco na penúltima etapa preliminar da Liga dos Campeões. Tentarão agora melhorar o retrospecto da fase de grupos passada, quando caíram cedo na Liga Europa. A equipe treinada pelo experiente Pavel Vrba (responsável pela ascensão do Viktoria Plzen) perdeu o confronto direto no Campeonato Tcheco durante o final de semana, mas segue na cola pela liderança. Já na Liga Europa, pode apresentar alguns bons valores. David Hancko e Lukas Haraslin vieram de Fiorentina e Sassuolo, respectivamente, e buscam reencontrar seu espaço. Já a grande estrela é o atacante Adam Hlozek, de 19 anos, que disputou a Euro 2020 com a República Tcheca. O prodígio vem arrebentando no início de temporada e deve ser vendido em breve.

Jogadores do Brondby se reúnem (Foto: Imago / One Football)

Brondby

A mera presença do Brondby na fase de grupos da Liga Europa representa bastante. Apesar da tradição de um dos maiores clubes da Dinamarca, os auriazuis não disputavam a fase principal do torneio desde 2005/06. O fim do hiato corresponde à reconstrução da agremiação após um longo jejum, em período no qual inclusive esteve ameaçada de falência. Nesta temporada continental, o Brondby sucumbiu diante do Red Bull Salzburg na última fase preliminar da Champions, mas fez jogo duro contra os favoritos do confronto. Todavia, o início no Campeonato Dinamarquês não é bom, com somente uma vitória em oito rodadas. Nils Frederiksen é o treinador desde 2019. Já em campo, o desafio é se virar com a ausência de Jesper Lindström, destaque no título que foi vendido à Bundesliga. A dupla de ataque formada por Simon Hedlund e Mikael Uhre está entre os destaques, assim como o meio-campista Morten Frendrup e o zagueiro Andreas Maxsö.

Grupo B (Monaco, PSV, Real Sociedad, Sturm Graz)

Ben Yedder comemora o gol do Monaco (Imago / OneFootball)

Monaco

O Monaco merecia melhor sorte na Champions League. Os alvirrubros passearam contra o Sparta Praga e depois caíram para o Shakhtar Donetsk apenas na prorrogação, num jogo em que eram superiores. Assim, terão que se contentar com a Liga Europa, mesmo depois de uma ótima campanha na Ligue 1. Niko Kovac mantém as bases de seu trabalho, mas ainda não engrenou no início do atual Francesão, com apenas uma vitória. No papel, ainda assim, é dos times mais fortes da competição continental nesta fase. A equipe não sofreu perdas significativas e trouxe boas peças no mercado, em especial o goleiro Alexander Nübel e o centroavante Myron Boadu. São novas opções a um elenco forte principalmente no ataque, onde nomes como Wissam Ben Yedder, Kevin Volland e Aleksandr Golovin se combinam. Vale prestar atenção no rendimento de algumas jovens revelações, a exemplo do volante Aurélien Tchouaméni e do zagueiro Benoît Badiashile – ou mesmo do ascendente Caio Henrique. Os monegascos estavam fora das copas europeias desde 2018/19, quando caíram logo cedo na Champions.

Götze, do PSV (Foto: Maurice van Steen/ANP Sport/Imago/One Football)

PSV

O PSV é outra equipe que poderia muito bem estar na fase de grupos da Champions League, por aquilo que apresentou nas preliminares do torneio. O começo de temporada dos Boeren é muito bom e o time passou fácil nos desafios iniciais, contra Galatasaray e Midtjylland. Diante do Benfica, porém, os holandeses foram superiores na maior parte do confronto e não converteram isso em gols. Acabam redirecionados à Liga Europa, torneio que disputaram nas últimas duas temporadas. O time dirigido por Roger Schmidt segue com 100% de aproveitamento na Eredivisie, com um futebol bastante ofensivo e muitos gols marcados. Mario Götze aparece entre as gratas surpresas, embora Cody Gakpo e Noni Madueke sejam as duas promessas do ataque prontas a estourar. Vale destacar também a contratação de Carlos Vinícius para o ataque, assim como de André Ramalho na zaga. O lateral Philipp Max e o volante Marco van Ginkel são importantes lideranças.

A Real Sociedad campeã da Copa do Rei (Foto: Imago / One Football)

Real Sociedad

A Real Sociedad atravessa um ótimo momento sob as ordens de Imanol Alguacil. A temporada passada dos txuri-urdin foi marcante, com a conquista da adiada Copa do Rei e também um início empolgante em La Liga, apesar da queda durante o segundo turno. Um desafio para os bascos será justamente manejar o elenco, já que as lesões foram bastante custosas. Tanto é que, na Liga Europa passada, o clube fez uma campanha relativamente modesta mesmo ao passar de fase e perder para o Manchester United nos 16-avos de final. Os destaques do time foram preservados, enquanto a diretoria garantiu novas alternativas para diferentes setores – como Mat Ryan e Alexander Sörloth. David Silva, Mikel Merino e Alexander Isak são as referências técnicas, enquanto Mikel Oyarzabal vem em excelente fase mesmo depois de não ter férias, por conta dos compromissos com a seleção. Vale ficar de olho também no garoto Ander Barrenetxea, em ascensão. Apesar da derrota para o Barcelona na estreia de La Liga, a Real já se recuperou com três vitórias consecutivas.

Kelvin Yeboah, do Sturm Graz (Foto: Imago / One Football)

Sturm Graz

Num grupo tão forte, o Sturm Graz acaba como patinho feio na luta pela classificação. Os austríacos chegaram a bater cartão na Champions durante a virada do século, mas não disputam uma fase de grupos desde a Liga Europa 2011/12. Terceiro colocado no último Campeonato Austríaco, o clube venceu o Mura na última fase preliminar. Já na liga nacional, os alvinegros ocupam atualmente a segunda colocação, mas sete pontos atrás do Red Bull Salzburg. Apesar da pouca idade, o técnico Christian Ilzer se destacou por classificar o Wolfsberger à própria Liga Europa há duas temporadas. Já em campo, o trio ofensivo formado por Manprit Sarkaria, Kelvin Yeboah (sobrinho do lendário Tony Yeboah) e Jakob Jantscher começa em alta. Olho também no volante esloveno Jan Gorenc Stankovic e no meia georgiano Otar Kiteishvili, destaques na temporada passada e que fazem parte de suas seleções.

Grupo C (Legia Varsóvia, Leicester, Napoli, Spartak Moscou)

Boruc, do Legia Varsóvia (Foto: Imago / One Football)

Legia Varsóvia

O Legia Varsóvia merece pelo menos respeito na chave, considerando seu desempenho nas preliminares das copas europeias nesta temporada. Os poloneses eliminaram Bodo/Glimt e Flora Tallinn na Champions, até caírem para o Dinamo Zagreb. Já na última fase qualificatória para a Liga Europa, superaram o favorito Slavia Praga. A contrapartida é o início instável em sua liga nacional. O Legia não disputava a fase de grupos das copas europeias desde a Champions 2016/17, e contou com bons destaques para encerrar o jejum. O veteraníssimo Artur Boruc é a figurinha carimbada no gol, em elenco que ainda inclui zagueiro Artur Jedrzejczyk e o armador Bartosz Kaputska, outros nomes que passaram pela seleção local. Também é interessante notar como o plantel reúne valores de outros países do Leste Europeu, a exemplo do centroavante Tomas Pekhart, do volante Igor Kharatin e do lateral Filip Mladenovic. E há uma comunidade lusófona considerável. O volante André Martins e o meia Josué até defenderam a seleção portuguesa, enquanto o brasileiro Luquinhas esteve entre os destaques das últimas temporadas, após ser trazido do Desportivo das Aves.

Kasper Schmeichel festeja com o troféu da FA Cup (Foto: Imago / One Football)

Leicester

O Leicester tinha credenciais para disputar o título da Liga Europa na temporada passada, mas a eliminação para o Slavia Praga nos 16-avos de final saiu amarga. Com as Raposas derrapando na reta decisiva da Premier League de novo, sem a vaga para a Champions, resta se contentar mais uma vez com o torneio secundário. Brendan Rodgers permanece com uma equipe bastante competitiva, algo provado nas finais da FA Cup e da Community Shield, apesar das oscilações nesta largada da Premier League. O mercado de transferências deu mais profundidade ao elenco, com destaque às compras de Boubakary Soumaré e Patson Daka, dois jovens em ascensão. Jamie Vardy e Peter Schmeichel ainda são os protagonistas de ponta a ponta do campo, embora a maior dose de talento se concentre no meio-campo. A combinação entre Youri Tielemans, Wilfred Ndidi e James Maddison é essencial às pretensões dos ingleses.

Koulibaly, Insigne e Di Lorenzo celebram o triunfo do Napoli contra a Juventus (Imago/One Football)

Napoli

O Napoli também esboçou pintar no G-4 da última Serie A, mas bobeou na rodada final e disputará a fase de grupos da Liga Europa pela segunda temporada consecutiva. Os celestes iniciam uma nova era sob as ordens de Luciano Spalletti, um treinador bastante experimentado nos torneios continentais, e começaram o Italianão com 100% de aproveitamento. Ainda é uma das equipes com mais recursos de seu país. Não são muitos os elencos que possuem à disposição talentos do calibre de Lorenzo Insigne, Hirving Lozano, Victor Osimhen, Matteo Politano e Dries Mertens no setor ofensivo. Fabián Ruiz, Piotr Zielinski e Kalidou Koulibaly também são jogadores valiosos nos setores mais atrás. Só o mercado de transferências que foi modesto, com os principais negócios se concentrando no empréstimo de André Zambo Anguissa e na vinda sem custos de Juan Jesus. A questão é se os napolitanos levarão a sério a Liga Europa, o que nem sempre parece acontecer. Na campanha passada, o time foi eliminado pelo Granada nos 16-avos de final.

Jordan Larsson, do Spartak (Foto: Imago / One Football)

Spartak Moscou

O Spartak Moscou é um clube mais acostumado à fase de grupos da Champions que da Liga Europa, mas que nas últimas temporadas não vinha aparecendo em qualquer uma das duas. A classificação para esta edição encerra duas temporadas de ausência nas copas europeias. Vice-campeão russo, o Spartak perdeu nas preliminares da Champions para o Benfica e foi repescado direto para a Liga Europa, sem precisar disputar a última fase qualificatória. E o momento não inspira confiança, com a nona posição na liga nacional. Rui Vitória assumiu o comando técnico nesta temporada e ganhou como principal reforço Victor Moses. O time reúne boas alternativas ofensivas, como Jordan Larsson, Quincy Promes e Ezequiel Ponce. Também há um bom número de atletas da seleção russa, como o volante Roman Zobnin, o ponta Zelimkhan Bakaev, o goleiro Aleksandr Maksimenko e o zagueiro Georgiy Dzhikiya.

Grupo D (Olympiacos, Frankfurt, Fenerbahçe, Antuérpia)

O Olympiacos comemora o título (Foto: Divulgação)

Olympiacos

O Olympiacos é um tradicional figurante da Champions, mas desta vez não passou das preliminares. Os campeões gregos perderam para o Ludogorets nos pênaltis e precisaram passar pelo Slovan Bratislava antes de se confirmar na Liga Europa. Vale lembrar que os alvirrubros disputaram os mata-matas do torneio secundário nas duas últimas temporadas, mas repescados da Liga dos Campeões. O técnico ainda é o português Pedro Martins, no cargo desde 2018, em raríssima longevidade na casamata de Pireu. A diretoria trabalhou bastante para buscar reforços, com menções aos brasileiros Rony Lopes e Tiquinho Soares, bem como ao goleiro Tomás Vaclík. A estrela da companhia é Mathieu Valbuena, em espinha dorsal que conta com outros tantos medalhões – a exemplo de Sokratis Papastathopoulos, Yann M'Vila, Kostas Fortounis e Youssef El Arabi. Dos nomes menos badalados, Mady Camara e Georgios Masouras são bons valores.

Kostic, do Frankfurt (Foto: Imago / One Football)

Eintracht Frankfurt

Na dança das cadeiras dos treinadores na Alemanha, o Eintracht Frankfurt se despediu de Adi Hütter, responsável pela histórica caminhada até as semifinais da Liga Europa em 2018/19. Oliver Glasner assumiu, após levar o Wolfsburg de volta para a Champions, mas não empolga neste início de trabalho. As Águias ainda não venceram na Bundesliga, com três empates em quatro rodadas, e foram eliminadas pelo modesto Waldhof Mannheim na Copa da Alemanha. Assim, a Liga Europa é o que resta para elevar os ânimos. O mercado foi movimentado em Frankfurt. Se por um lado o artilheiro André Silva saiu, por outro várias apostas chegaram. Rafael Santos Borré é o mais rodado, mas Jesper Lindström e Jens Petter Hauge indicam ótima margem de crescimento. O problema é achar o encaixe de um time que não se encontrou. Outras referências permanecem no grupo, como Kevin Trapp, Martin Hinteregger, Sebastian Rode e Daichi Kamada. Amin Younes tem sido um desfalque sentido neste início de temporada, enquanto a permanência de Filip Kostic foi uma ótima notícia da janela.

Mergim Berisha, do Fenerbahçe (Foto: Divulgação)

Fenerbahçe

Ver o Fenerbahçe de fora das copas europeias é algo raro, dado o poderio do clube no Campeonato Turco. Ausentar-se por duas temporadas seguidas, então, é algo que não acontecia desde os anos 1980. Assim, a volta dos Canários ao cenário continental é motivo de empolgação no Estádio Sükrü Saraçoglu. Depois de uma séria crise esportiva e institucional, o Fener sinaliza sua recuperação. Começou bem a nova Süper Lig, após terminar em terceiro na última campanha, e eliminou o HJK Helsinque nas preliminares da Liga Europa. Com a vaga assegurada no torneio, o clube se deu o luxo de fazer um fechamento de janela de transferências bombástico. O Fenerbahçe tirou Mergim Berisha do Red Bull Salzburg, além de emprestar Diego Rossi e trazer Max Meyer sem custos. O elenco dirigido pelo português Vítor Pereira mistura juventude e experiência. Entre os medalhões, Mesut Özil é o grande astro, mas também estão presentes opções como Luiz Gustavo, Enner Valencia e José Sosa. Outro talento na armação é Irfan Can Kahveci. O goleiro Altay Bayindir e o meia Muhammed Gümüskaya são os candidatos a xodó da torcida entre as promessas turcas.

Nainggolan, do Royal Antuérpia (Foto: Divulgação)

Royal Antuérpia

O Royal Antuérpia chegou a ficar 25 anos sem disputar as copas europeias, num período que incluiu uma longa passagem pela segundona do Campeonato Belga. A volta à fase de grupos aconteceu na temporada passada, quando a equipe derrotou o Tottenham e já se classificou aos mata-matas. Assim, as expectativas são naturais à segunda campanha consecutiva no certame. Nas preliminares, o Antuérpia derrotou o Omonia Nicósia nos pênaltis. O time anda cambaleando na atual edição da liga nacional, no modesto 12° lugar, mas tem potencial para mais. Brian Priske inicia seu trabalho como técnico, após ser campeão dinamarquês recentemente com o Midtjylland. Já o elenco busca novas referências, após as saídas de Lior Refaelov e Dieumerci Mbokani. Foram 15 reforços na atual janela, nenhum deles mais expressivo que Radja Nainggolan. Johannes Eggestein, Viktor Fischer e Ally Samatta são outros com experiência nas grandes ligas. E quem causa mais impacto é o centroavante Michael Frey: o artilheiro do Campeonato Belga fez oito dos dez gols do clube até o momento.

Grupo E (Lazio, Lokomotiv, Olympique, Galatasaray)

Immobile, da Lazio (Foto: Imago / One Football)

Lazio

A Lazio reapareceu na fase de grupos da última Champions League após 13 anos, mas não conseguiu fazer uma campanha tão consistente na Serie A e agora acaba retornando à Liga Europa. Os biancocelesti se despediram do ídolo Simone Inzaghi, mas até ganharam em certos aspectos com a contratação de Maurizio Sarri, um treinador mais vitorioso e mais ofensivo. O início na nova edição do Italiano deu alguns bons sinais, apesar da derrota para o Milan na rodada passada. A principal chave para as ambições laziali continua sendo Ciro Immobile, bem assessorado por Luis Alberto e Sergej Milinkovic-Savic. A saída de Joaquín Correa é a mais sentida da janela, mas os celestes ainda buscaram alguns nomes para tentar auxiliar na proposta de Sarri. Mattia Zaccagni é o mais interessante deles, enquanto Felipe Anderson volta ao clube e Pedro chega da rival Roma. Lucas Leiva e Luiz Felipe ajudam a compor a significativa colônia brasileira.

Guilherme, do Lokomotiv Moscou (Foto: Sergei Savostyanov/Imago/One Football)

Lokomotiv Moscou

O Lokomotiv Moscou disputou as últimas três edições da Champions League, mas sempre terminou na lanterna de seu grupo. Tentará referendar o momento através da Liga Europa, com a vaga direta após conquistar a Copa da Rússia. Os moscovitas começam bem a temporada, ainda invictos no Campeonato Russo depois de sete rodadas. Tentarão reverter o status de azarões no grupo mais difícil da competição continental. O técnico Marko Nikolic possui uma carreira bastante vitoriosa aos 42 anos, com títulos em quatro países diferentes. E o comandante contou com um mercado abastado em que o Lokomotiv gastou €30 milhões em reforços. A maioria dos novatos tem 22 anos ou menos, com Tin Jedvaj sendo o mais experiente do pacotão. Tentarão elevar o nível de um plantel liderado pelo goleiro Guilherme Marinato, que também possui o zagueiro Pablo. Dentre os jogadores locais, Fedor Smolov e Rifat Zhemaletdinov estão em boa fase.

Gerson com a camisa 8 do Olympique de Marseille (imago / OneFootball)

Olympique de Marseille

O Olympique de Marseille realizou uma das melhores janelas de transferências da Europa, e isso diz muito sobre as expectativas ao redor do clube. Tudo bem que satisfazer os anseios de Jorge Sampaoli não costuma ser fácil, mas os celestes compraram bem. Gerson, Luan Peres, Amine Harit, Cengiz Ünder e Konrad de la Fuente estão entre os novatos que já aparecem na equipe titular, enquanto o clube também assegurou a compra definitiva de Arkadiusz Milik e Leonardo Balerdi. Há força de sobra, ainda mais contando com os ídolos Dimitri Payet e Steve Mandanda. O Olympique permanece invicto na Ligue 1, com direito a uma ótima vitória sobre o Monaco na rodada passada. Alçado diretamente à fase de grupos da Liga Europa, é o favorito na chave ao lado da Lazio. E os marselheses precisarão mostrar serviço, já que fizeram duas péssimas campanhas em suas últimas aparições continentais. Após a final da Liga Europa em 2018, a equipe disputou os grupos do mesmo torneio em 2018/19 e da Champions 2020/21, mas ganhou apenas uma das 12 partidas disputadas.

Fatih Terim (Foto: Imago / One Football)

Galatasaray

Após cair para o Rangers na última fase classificatória da Liga Europa passada, a nova temporada continental do Galatasaray também começou traumática. Os Leões perderam os dois jogos para o PSV nas preliminares da Champions, com o placar agregado de 7 a 2. Recuperaram-se contra adversários mais acessíveis no qualificatório da Liga Europa, com vitórias sobre St. Johnstone e Randers. As oscilações no início do Campeonato Turco, ainda assim, pedem cautela. Campeão da Copa da Uefa à frente do clube em 2000, o lendário Fatih Terim segue firme no comando, iniciando esta quarta passagem em 2017. Como todo bom clube turco, o time elenca medalhões do calibre de Fernando Muslera, Arda Turan, Ryan Babel e Sofiane Feghouli. Mas também foi uma janela ativa na Türk Telekom Arena, apesar da saída de Radamel Falcao García. Alexandru Cicaldau e Victor Nelsson foram os negócios mais caros, enquanto Patrick van Aanholt veio de graça do Crystal Palace e Gustavo Assunção (filho do ex-volante Paulo Assunção) chegou por empréstimo do Famalicão. Olho no ponta Kerem Aktürkoglu e no centroavante Mostafa Mohamed, que despontaram na campanha passada.

Grupo F (Braga, Estrela Vermelha, Ludogorets, Midtjylland)

Lucas Piazon comemora o seu golaço pelo Braga (divulgação/ SC Braga)

Braga

O Braga é um conhecedor da Liga Europa, com sua sexta participação nas últimas sete temporadas. Como atual campeão da Taça de Portugal, os Arsenalistas pegaram um atalho direto à fase de grupos e chegam com o peso de cabeças de chave. Carlos Carvalhal é o treinador da equipe, que ainda não engrenou nas primeiras rodadas do Campeonato Português. E a legião brasileira ainda é um trunfo dos Minhotos. O goleiro Matheus é uma figura importante no clube, assim como o meia Galeno e o ponta Fábio Martins. Lucas Piazon se deu bem no início de sua jornada por lá. O Braga conta com a liderança do atacante português Ricardo Horta e a explosão do volante líbio Al Musrati. Destaca-se, por fim, o trânsito no mercado ao buscar os empréstimos de Diogo Leite junto ao Porto e de Chiquinho junto ao Benfica, além do lateral brasileiro Yan Couto no Manchester City.

Stankovic é o treinador do Estrela Vermelha – Foto: Jonathan Moscrop/Sportimage/One Football

Estrela Vermelha

Essa será a quinta temporada consecutiva em que o Estrela Vermelha chega à fase de grupos das copas europeias, a segunda seguida na Liga Europa. Contudo, o gosto da queda para o Sheriff Tiraspol nas preliminares da Champions foi ruim. Como resposta, os alvirrubros amassaram o Cluj para se garantir no certame secundário. A equipe treinada pelo aclamado Dejan Stankovic disputa palmo a palmo a liderança neste início de Campeonato Sérvio com o rival Partizan e se candidata de novo aos mata-matas da Liga Europa, depois de fazer o Milan passar aperto na campanha passada, durante os 16-avos de final. É um time de jogadores experimentados, como Milan Borjan, Milos Degenek, Aleksandar Katai e El Fardou Ben. A diretoria ainda conseguiu tirar o zagueiro Aleksandar Dragovic do Bayer Leverkusen. Sem tanta badalação, Mirko Ivanic e Guélor Kanga são dois motores no meio-campo.

Cicinho, do Ludogorets (Foto: Imago / One Football)

Ludogorets

A hegemonia do Ludogorets na Bulgária não tem ajudado muito o clube nas preliminares da Champions. A equipe não aparece na fase de grupos do principal torneio da Uefa desde 2016/17. E não cumpriu a missão por pouco nesta temporada. As Águias passaram por três fases classificatórias e superaram inclusive o Olympiacos, mas sucumbiram nos playoffs num duelo apertado com o Malmö. Menos mal que a Liga Europa está aí para preencher o calendário e o clube de Razgrad vai para sua quinta participação consecutiva. O técnico Valdas Dambrauskas assumiu o time no início do ano. Contou com um mercado reforçado, que incluiu Kiril Despodov do Cagliari e Bernard Tekpetey do Schalke 04, num momento em que a agremiação se despediu dos ídolos Claudiu Keseru e Cosmin Moti. Os brasileiros Cicinho, Alex Santana, Cauly e Wanderson são importantes na equipe. E vale prestar atenção em Dominik Yankov, grande promessa da seleção búlgara.

Evander, do Midtjylland (Foto: Jeff Holmes/Imago/One Football)

Midtjylland

Administrado pelos mesmos donos do Brentford, o Midtjylland possui uma estrutura competitiva muito forte, que levou o clube a dar um salto no Campeonato Dinamarquês durante os últimos anos. E a equipe desponta no continente outra vez, após disputar a fase de grupos da última Champions. Nesta temporada continental, a agremiação começou de novo na Champions e até eliminou o Celtic, mas não resistiu ao PSV. De qualquer maneira, parece capaz de aprontar, também com um bom início na liga nacional para ocupar atualmente a vice-liderança. O técnico Bo Henriksen é uma das novidades nesta temporada. E a diretoria assumiu de vez sua ligação com o Brasil: o lateral Paulinho, o meia Evander e o atacante Júnior Brumado ganharam as companhias de Marrony (Atlético Mineiro), Charles (Ceará) e Juninho (Palmeiras). O volante Jens Cajuste é uma revelação em alta, enquanto as pontas contam com os mais conhecidos Pione Sisto e Awer Mabil. Em contrapartida, a lista de perdas nesta janela foi grande e inclui as saídas de destaques como Sory Kaba, Frank Onyeka e Anders Dreyer.

Grupo G (Bayer Leverkusen, Celtic, Betis, Ferencváros)

Wirtz comemora o gol do Leverkusen (WOLFGANG RATTAY/POOL/AFP via Getty Images/One Football)

Bayer Leverkusen

O Bayer Leverkusen vem de uma temporada morna na Bundesliga, em que perdeu fôlego após o bom início de campanha e demitiu Peter Bosz também por conta da eliminação nos 16-avos de final da Liga Europa para o Young Boys. O substituto? Exatamente Gerardo Seoane, que comandou o clube suíço nos últimos anos. A transição não é das mais simples, considerando a estagnação recente dos Aspirinas, mas o time começou com certo destaque na nova temporada. E se alguns ídolos continuam saindo, a exemplo de Leon Bailey, a diretoria se mexeu no atual mercado e ainda conta com os ótimos pratas da casa. A bola da vez entre os reforços é o zagueiro Odilon Kossounou, trazido do Club Brugge. Enquanto isso, o elenco permanece recheado de jogadores prontos a ascender – como Exequiel Palacios, Paulinho, Moussa Diaby e Edmond Tapsoba, todos com 22 anos ou menos. Nenhum deles com a projeção de Florian Wirtz, que parece cada vez mais pronto ao estrelato. O Leverkusen soma 11 aparições nas fases de grupos das copas europeias nos últimos 12 anos.

O Celtic comemora a classificação (Foto: Divulgação)

Celtic

O Celtic sentiu a pancada pela temporada ruim em 2020/21. Os Bhoys perderam a chance do inédito decacampeonato na Escócia, tomando um vareio do rival Rangers na reconquista, e ainda fizeram uma campanha fraca na Liga Europa. O momento de transição não é simples e, além de ratear na retomada da liga nacional, a equipe sofreu nas preliminares europeias. Sucumbiu diante do Midtjylland na Champions e ainda sofreu para superar o AZ nos playoffs da Liga Europa. O técnico Ange Postecoglou começa seu trabalho sob desconfiança. Em meio à resposta, o Celtic também contratou diversos reforços neste mercado. Joe Hart e James McCarthy são os figurões, embora as grandes novidades sejam os pontas Kyogo Furuhashi e Liel Abada, que caíram nas graças da torcida de imediato. Sem mais Odsonne Edouard e Kristoffer Ajer, Callum McGregor e James Forrest são as antigas lideranças. Já o garoto David Turnbull cresce na hierarquia.

Joaquín comemora – Foto: Imago / One Football

Betis

O Betis muitas vezes faz menos promete no Campeonato Espanhol, mas a vaga na Liga Europa é digna da boa temporada dos verdiblancos em 2020/21. Manuel Pellegrini chegou para dar mais peso no Benito Villamarín e os sinais positivos foram claros, com o retorno à Liga Europa após três anos. O problema é que a temporada começou difícil aos andaluzes, com a primeira vitória em La Liga saindo apenas na quarta rodada. O mercado do Betis foi proveitoso, com reforços para diferentes setores e um elenco mais amplo para a frente continental. Rui Silva é um baita goleiro, Héctor Bellerín e Germán Pezzella adicionam rodagem à defesa, William José garantirá seus gols no ataque. E o mais importante é que, exceção feita a Emerson Royal, as perdas não são muito significativas. A maior dose de talento está do meio para frente, com Andrés Guardado, Sergio Canales, Nabil Fekir, Diego Lainez e Borja Iglesias entre as alternativas. O interminável Joaquín também segue com moral.

Os jogadores do Ferencváros comemoram com os ultras (ATTILA KISBENEDEK/AFP via Getty Images/One Football)

Ferencváros

O Ferencváros confirma sua relevância continental e participa da fase de grupos pelo terceiro ano seguido. Depois da Liga Europa em 2019/20, disputou a Champions na temporada passada. Agora, baixa um pouco o seu patamar, ao patinar nas preliminares justo no momento decisivo. Os alviverdes eliminaram o Slavia Praga no qualificatório da Liga dos Campeões, mas perderam as duas para o Young Boys, em jogos eletrizantes. Ainda assim, os húngaros são oponentes para se temer no Grupo G. O técnico contratado para esta temporada é o austríaco Peter Stöger, que chegou a treinar o Borussia Dortmund. A direção tirou o promissor ponta Zeljko Gavric do Estrela Vermelha. E a maioria dos destaques na Champions passada permanecem, apesar de algumas perdas pontuais. Os atacantes Myrto Uzuni e Tokmac Chol Nguen foram fontes importantes de gols na última temporada, não só para alimentar o centroavante Franck Boli. Mais atrás, o goleiro Dénes Dibusz é o dono da braçadeira de capitão.

Grupo H (Dinamo Zagreb, Genk, West Ham, Rapid Viena)

Orsic, do Dínamo Zagreb (Foto: Goran Stanzl/Imago/One Football)

Dinamo Zagreb

O Dinamo Zagreb fez uma campanha histórica na Liga Europa passada. Os croatas eliminaram o Tottenham e alcançaram as quartas de final, o que não ocorria com o clube desde a década de 1970. Porém, a retomada nesta temporada guardou sua decepção nas preliminares da Champions. O Dinamo já suou contra o Legia Varsóvia e acabou eliminado de forma incontestável pelo Sheriff Tiraspol. Restou voltar à Liga Europa. Ainda é uma equipe dominante em sua liga nacional e com fortes categorias de base, mas que perdeu dois jovens talentosos nesta janela – Josko Gvardiol e Lovro Majer. Da nova safra, o mais cotado é o meia Luka Ivanusec, que também ficou próximo de ser vendido. Bruno Petkovic, Arijan Ademi e Dominik Livakovic são outros protagonistas com mais idade. E não dá para ignorar Mislav Orsic, ponta que se consagrou como herói na epopeia de 2020/21. O técnico ainda é Damir Krznar, que assumiu em março, após a prisão de Zoran Mamic.

Bongonda e Onuachu, do Genk (Foto: Imago / One Football)

Genk

Desde o início da década passada, quando surgiu a geração de Thibaut Courtois e Kevin de Bruyne, o Genk consegue com frequência se classificar à fase de grupos das copas europeias. Os belgas não compareceram na temporada passada, mas esta é a terceira participação nos últimos quatro anos. A equipe veio repescada da Champions, após derrapar contra o Shakhtar Donetsk na penúltima fase qualificatória. Sem engrenar no Campeonato Belga, o time de John van den Brom deixa dúvidas sobre seu real potencial. O clube fez bons investimentos na janela, em especial ao comprar os promissores Ike Ugbo (Chelsea) e Mike Trésor (Willem II). Ambos ampliam a força de um setor que já contava com o artilheiro Paul Onuachu, bem como os pontas Theo Bongonda e Junya Ito. Outro ponto forte é a colônia colombiana na defesa, com os zagueiros Jhon Lucumí e Carlos Cuesta, além do lateral Daniel Muñoz. No meio desponta Kristian Thorstvedt, da seleção norueguesa.

Michail Antonio, do West Ham (Foto: Imago / One Football)

West Ham

Uma das sensações na temporada passada da Premier League foi o West Ham. Quando ninguém dava muito para o retorno de David Moyes ao comando do clube, os Hammers emendaram grandes vitórias e se classificaram à Liga Europa, depois de até flertarem com a Champions. Esta será a estreia dos londrinos numa fase de grupos continental, após caírem duas vezes nas preliminares durante a última década. Vale lembrar, no entanto, que o West Ham chegou a faturar a antiga Recopa Europeia em 1965 e foi vice em 1976. O time se mexeu bem no mercado, por mais que não tenha conseguido segurar Jesse Lingard. Nikola Vlasic foi a opção para a posição, enquanto Kurt Zouma, Alex Kral e Alphonse Areola oferecem mais consistência à defesa. De resto, os destaques são os mesmos e ajudam no bom início na Premier League. Declan Rice e Tomas Soucek formam uma ótima dupla de volantes, Saïd Benrahma vem bem na armação e Pablo Fornals contribui na ponta. Mas o melhor é mesmo Michail Antonio, repetidamente decisivo e aclamado por sua fase excepcional.

O Rapid Viena (Foto: Imago / One Football)

Rapid Viena

Anda difícil para o Rapid Viena competir pelo título do Campeonato Austríaco, apesar de sua história. A Liga Europa, no fim, vira um prêmio de consolação. Os alviverdes somam nove aparições na fase de grupos desde 2009/10, em 13 edições do certame. Tentam chegar aos mata-matas, o que só conseguiram duas vezes neste intervalo. O Rapid começou a atual temporada na Champions, mas foi eliminado pelo Sparta Praga. Na Liga Europa, se qualificou após superar Anorthosis e Zorya Luhansk. Mas de novo os vienenses não parecem ter forças dentro de sua liga doméstica, ocupando posições intermediárias neste começo e já 13 pontos atrás do Red Bull Salzburg. Dietmar Kühbauer dirige o clube desde 2018. Num elenco com um número relativamente baixo de estrangeiros, o centroavante Ercan Kara e o ponta Marco Grüll se destacam, assim como o grego Taxiarchis Fountas. Na zaga, há o rodado Kevin Wimmer, que já jogou na Premier League e na Bundesliga, mas retornou ao seu país nesta janela.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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