Champions League

Teve de tudo na virada inacreditável do Copenhague sobre o United, que se complicou na Champions

Depois de ficar duas vezes na frente no placar, o Manchester United sofreu a virada para o Copenhague nos acréscimos em jogo de sete gols

Lei do ex dupla, expulsão, dois pênaltis, bola no travessão, virada no fim e sete gols. Teve de tudo na inacreditável vitória de virada do Copenhague por 4 a 3 sobre o Manchester United, nesta quarta-feira (8), pela quarta rodada da fase de grupos da Champions League. Os Red Devils abriram 2 a 0 no primeiro tempo, mas se perderam com a expulsão de Marcus Rashford e sofreram o empate antes do intervalo. Com um a menos, o time comandado por Erik ten Hag colocou a cabeça no lugar e ficou novamente em vantagem na segunda etapa, mas dois gols na reta final asseguraram um triunfo histórico para a equipe dinamarquesa.

Revelado pelo Copenhague, o atacante Rasmus Hojlund marcou os dois primeiros gols dos visitantes e ficou muito perto de um hat-trick. Depois da expulsão de Rashford, aos 41 minutos da etapa inicial, Mohamed Elyounoussi e Diogo Gonçalves, de pênalti, deixaram tudo igual. No segundo tempo, Bruno Fernandes marcou de pênalti, mas Lukas Lerager e Roony Bardghji foram os heróis de uma virada que mudou completamente a situação do Grupo A.

O Manchester United, que até os 36 minutos do segundo tempo estava na segunda posição, segue com três pontos conquistados e caiu para a lanterna. Já o Copenhague, último colocado até os 43 minutos, chegou a quatro pontos e assumiu a vice-liderança. Enquanto isso, o Galatasaray perdeu para o líder Bayern de Munique e terminou a rodada em segundo lugar, tendo a mesma pontuação dos dinamarqueses.

A quinta rodada pode selar a eliminação do Manchester United. O time inglês vai enfrentar o Galatasaray em Istambul e não terá mais chances de classificação ao mata-mata da Champions League caso saia derrotado.

As formações

A escalação do Copenhague foi a mesma escolhida pelo técnico Jacob Neestrup. Kamil Grabara abriu o 4-3-3 no gol, enquanto Peter Ankersen, Danis Vavro, Kevin Diks e Elias Jelert formaram a defesa dinamarquesa. Os três nomes do meio-campo foram Lukas Lerager, Rasmus Falk e Diogo Gonçalves. Por fim, o trio de ataque teve Mohamed Elyounoussi pela direita, Elias Achouri pela esquerda e o capitão Viktor Claesson centralizado.

Erik ten Hag, por sua vez, só fez uma alteração em relação ao time titular na vitória por 1 a 0 sobre o Fulham, no sábado. Titular em todos os jogos do Manchester United na temporada, André Onana foi o goleiro mais uma vez. Os laterais Aaron Wan-Bissaka, pela direita, e Diogo Dalot, pela esquerda, começaram ao lado dos zagueiros Harry Maguire e Jonny Evans na defesa. Já no meio-campo, Scott McTominay e Christian Eriksen formaram uma dupla na primeira linha, com Alejandro Garnacho, Bruno Fernandes e Marcus Rashford, desfalque no final de semana, logo à frente. O dinamarquês Rasmus Hojlund iniciou como centroavante e fechava o 4-2-3-1.

Hojlund faz valer a lei do ex, mas expulsão de Rashford muda tudo

O primeiro tempo no Estádio Parken foi caótico do início ao fim. Com apenas três minutos de jogo, Marcus Rashford encarou a marcação pela direita e esperou a ultrapassagem de dentro para fora de Wan-Bissaka. O lateral dominou perto da linha de fundo e encontrou McTominay sozinho dentro da área. O escocês não titubeou e cruzou de primeira para o meio da pequena área, onde Rasmus Hojlund apareceu atrás de três defensores dinamarqueses e completou para o gol vazio, abrindo o placar.

Após o primeiro gol, a partida ficou parada por algum tempo. Primeiro para atendimento a Jonny Evans, que se lesionou e precisou ser substituído por Raphael Varane. Logo depois, um torcedor passou mal nas arquibancadas e o confronto foi paralisado enquanto era atendido. Quando a bola voltou a rolar, o United mostrou ainda ter fome e continuou tentando ser direto ofensivamente, mas quase foi castigado em um contra-ataque do Copenhague que só não terminou em finalização porque Onana saiu bem do gol e ficou com a bola depois de um cruzamento rasteiro promissor.

Mas não deu tempo para os donos da casa esboçarem uma reação rápida, já que os Red Devils ampliaram o marcador aos 27 minutos. Justamente quando o time inglês estava totalmente no campo de defesa, Bruno Fernandes interceptou tentativa de passe de cabeça perto da meia-lua e acionou Garnacho em velocidade pela esquerda. O argentino invadiu a área e finalizou rasteiro para exigir boa defesa de Neestrup. No rebote, Hojlund marcou seu quinto gol em quatro jogos na atual Champions League.

O atacante dinamarquês ainda teve duas oportunidades de chegar ao hat-trick. A primeira mal deu para ver de tão próxima que foi do replay do segundo gol, mas foi defendida por Neestrup. Pouco depois, nova subida rápida do United terminou em um chute estranho do camisa 11 com o pé esquerdo, mas que levou muito perigo por ter passado raspando à esquerda do gol.

O Manchester United se encaminhava para uma vitória tranquila, mas tudo mudou aos 41 minutos. Justamente na origem do lance que gerou a última chance de Hojlund, Rashford pisou em cheio no tornozelo de Jelert ao recuperar a bola no campo de defesa. O árbitro Donatas Rumsas não viu a falta, mas foi chamado pelo VAR e, depois de muita análise, apresentou o cartão vermelho direto ao atacante inglês.

Os Red Devils se perderam completamente com a expulsão, e o Copenhague parecia uma avalanche no fim do primeiro tempo. A equipe da casa aproveitou os 13 minutos de acréscimo e empatou o jogo antes mesmo do intervalo. Aos 45, Diogo Gonçalves aproveitou o cruzamento de Ankersen vindo da direita e chegou na segunda trave tocando para o meio da área. Elyounoussi estava atento e bateu rasteiro de primeira para diminuir.

O Copenhague insistiu nos avanços de Ankersen pela direita e foi premiado com um pênalti de Harry Maguire, que tocou na bola com o braço, em lance originado por um cruzamento do lateral e após um bate rebate com Varane e Diogo Gonçalves. O próprio português foi o encarregado da cobrança e não decepcionou, deslocando Onana e acertando o canto inferior direito do goleiro.

United fica em vantagem novamente, mas Copenhague vira no fim

O Manchester United voltou para o segundo tempo com Sofyan Amrabat no lugar de Eriksen. A substituição aumentou o controle da posse de bola dos Red Devils, que pouco ofereciam ofensivamente e cediam poucas oportunidades ao adversário. Nos primeiros 20 minutos, o Copenhague chegou apenas em finalizações de longa distância para fora ou nas mãos de Onana.

Mas nada é tranquilo quando se trata de jogos do atual United, e o caos voltou a reinar quando Bruno Fernandes levantou na área em cobrança de falta de muito longe e Maguire cabeceou no braço de Lerager. Donatas Rumsas foi chamado mais uma vez para olhar o monitor e marcou pênalti para os visitantes. Bruno Fernandes cobrou, bateu forte e alto mais para o canto direito de Neestrup e colocou a equipe de Manchester na frente aos 23 minutos.

Ainda com um jogador a mais e talvez inspirado pelo que fez no fim da primeira etapa, o Copenhague se lançou ao ataque na reta final. Aos 37, Falk e Christian Sorensen tiveram muita calma e paciência em jogada pela esquerda para encontrarem a melhor brecha possível para levantarem a bola na área do United, extremamente povoada. A dupla fez isso com perfeição, e Falk cruzou na segunda trave para a chegada de Lerager, nas costas de Diogo Dalot, tocar de pé direito, empatar em 3 a 3 o jogo e fazer o Parken explodir.

O Copenhague queria mais e conseguiu quatro minutos depois. A defesa do United não conseguiu afastar o cruzamento quase do meio de campo para área, a bola desviou na cabeça de Maguire e sobrou quase na marca do pênalti para o garoto Roony Bardghji, de 18 anos, dar um voleio de pé esquerdo. A bola pingou e foi com muita velocidade no canto esquerdo de Onana, que nada pode fazer.

A virada histórica parecia sacramentada, mas não foi bem assim. Nos acréscimos, foi a vez do Manchester United ir ao ataque de qualquer jeito e por muito pouco o confronto não terminou em 4 a 4. Aos 47, Maguire dividiu com a marcação na entrada da área em um lançamento longo, ficou com a sobra e soltou uma bomba que fez o travessão de Neestrup balançar, mas a bola subiu e foi para fora, para o alívio dos torcedores dinamarqueses.

Foto de Felipe Novis

Felipe NovisRedator

Felipe Novis nasceu em São Paulo (SP) e cursa jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Antes de escrever para a Trivela, passou pela Gazeta Esportiva.
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