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Tuchel: “Estou muito satisfeito com esses dois jogos, enfrentamos de igual para igual o melhor time da Europa”

Thomas Tuchel preferiu não colocar qualquer carga sobre o elenco e avaliou de maneira positiva as duas apresentações

O Bayern de Munique deixa a Champions League com interrogações maiores que nas duas últimas temporadas. A eliminação contra o Manchester City talvez fosse a mais digerível, pelo nível do adversário e pelo momento que atravessa. Contudo, a forma como a queda acontece e o contexto geral do clube geram necessários questionamentos. Os bávaros tiveram problemas em ambas as partidas, algo visível pelos repetidos erros, e mesmo os momentos de maior agressividade ofensiva não deram resultado, sem a contundência que se imaginava. Uma das questões que paira é sobre a montagem do elenco, entre escolhas de peças e a decisão de prescindir de um novo centroavante, bem como a troca de Julian Nagelsmann por Thomas Tuchel nos três meses finais da temporada. Diferente de outros tempos, Hasan Salihamidzic e Oliver Kahn não se mostram executivos confiáveis na tomada de decisões em Munique.

E se há um problema bastante explícito no Bayern, o discurso após a partida é de evitar as turbulências. Thomas Tuchel preferiu elogiar o time a fazer qualquer tipo de questionamento – algo até compreensível, para não minar o ambiente. De qualquer forma, as palavras do técnico soam um pouco alienadas ao que foi o confronto. Ele se disse satisfeito no geral e sublinhou a força do Manchester City, como se os bávaros fossem meros desafiantes diante dos virtuais favoritos. Na verdade, os alemães chegaram até mais cotados antes do confronto.

“Estou muito satisfeito com esses dois jogos contra o City. Enfrentamos de igual para igual o melhor time da Europa e também o que está em melhor forma. Deixamos eles no limite durante as duas partidas. Não acho que o placar reflete o que foi o confronto. Pelas poucas chances que concedemos nas duas partidas, fomos punidos. Causamos mais perigo contra o City em Munique que em Manchester. Mas, como na última semana, não tivemos a sorte necessária para reverter isso. Estou satisfeito com o desempenho”, analisou.

Tuchel foi bastante crítico com a atuação da arbitragem, mesmo em momentos no qual os bávaros foram beneficiados: “Duas coisas não estavam no nível necessário hoje: o campo e o árbitro. Daria para ele nota zero, de sua primeira até a última decisão. Não vi falta nem no pênalti que ele marcou para nosso time”.

Uma das discussões principais na imprensa alemã é sobre as necessidades do elenco, sobretudo em relação a um centroavante que substitua Robert Lewandowski. Tuchel preferiu colocar panos quentes no tema: “Ainda estamos nos conhecendo. Primeiro temos que tirar o máximo desse elenco antes de pensar em reforços. Não acho que vamos brigar por isso”.

Quem também veio a público comentar a situação do Bayern foi Joshua Kimmich. O meio-campista reconheceu que os jogadores não conseguiram resolver os problemas e que a questão vai além da mudança de treinador. Apesar disso, analisou como positiva a atuação dos bávaros.

“É difícil dizer o que aconteceria com um técnico diferente. Acho que vamos nos beneficiar muito com Tuchel. Lógico, é uma situação difícil para ele. Chegou e já tinha partidas muito importantes. Não há mais desculpas para os jogadores. Não podemos culpar o técnico ou mais alguém. Estamos no campo e precisamos resolver as coisas”, pontuou o volante. “É irritante criar tantas chances e não abrir o placar. Gostaria de ver como seria a partida se abríssemos o placar no primeiro tempo. Se você olhar para os 180 minutos desse confronto, somente em 20 ou 30 minutos nós não jogamos bem. Não acho que precisávamos de um milagre hoje. Poderíamos ter marcado três ou mais gols”.

Por fim, Leroy Sané foi mais um que preferiu ver o lado positivo da apresentação do Bayern: “Acho que foi um bom jogo do nosso time, muito forte. Eu tinha que ter feito um gol. É duro, porque perdemos a ida por 3 a 0. Tivemos eles sob controle, pressionamos muito bem e ganhamos muitas bolas no meio. Se tivéssemos marcado, gostaria de saber o que aconteceria. O City é um time experiente e sabe como controlar o jogo, mas é muito frustrante isso. Estou orgulhoso da gente. Temos que manter o espírito elevado”.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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