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Reinado incontestável: Lyon domina o Wolfsburg e conquista seu sétimo título na Champions Feminina, o quinto seguido

O Lyon mais uma vez reina na Europa: a equipe feminina do clube conquistou seu sétimo título na Champions League, o quinto consecutivo. A superioridade das francesas foi clara na decisão deste domingo, em duelo contra o Wolfsburg no Estádio Anoeta. O primeiro tempo guardou um massacre das Lyonnaises, que permitiu ao time abrir uma boa vantagem de dois gols. As Lobas reagiram na segunda etapa e chegaram a dar certo calor, a um tento do empate. Porém, no final, as heptacampeãs ratificaram sua noite gloriosa com o terceiro gol, que fechou o placar em 3 a 1 e esfriou as alemãs. A supremacia é inquestionável.

O primeiro tempo seria amplamente dominado pelo Lyon. As francesas pressionavam muito o Wolfsburg no campo ofensivo, ainda que as chances mais claras tenham demorado um pouco a aparecer. As Lyonnaises mal deixavam as alemãs passarem ao outro lado do campo, com raras escapadas nos contragolpes. Delphine Cascarino, em especial, infernizava as marcadoras com seus dribles e puxava o lado direito do ataque do Lyon. Aos poucos, as ameaças se tornavam maiores à goleira Friederike Abt.

O merecido gol do Lyon saiu aos 25 minutos. O lado direito seria naturalmente o mapa da mina, com o lance construído por Cascarino. Eugénie Le Sommer bateu e Abt fez a defesa parcial. Porém, diante do cochilo da zaga, a própria Le Sommer concluiu às redes. O Wolfsburg até esboçou sair mais na sequência do primeiro tempo, mas a imposição das francesas era notável, também com a participação ativa de Dzsenifer Marozsán. E o segundo tento se concretizou antes do intervalo. Numa bola que chegou mansa a Saki Kumagai na entrada da área, a japonesa acertou uma sapatada, que entrou no canto e não deu chances a Abt.

A resposta do Wolfsburg aconteceu no segundo tempo. O Lyon até começou indicando que poderia manter o ritmo, mas o gol anotado logo cedo pelas Lobas ajudou a mudar o equilíbrio da final. Aos 13 minutos, Pernille Harder arrancou pela esquerda e abriu o espaço para Fridolina Rolfö cruzar. A goleira Sarah Bouhaddi soltou e, na sobra, Ewa Pajor levantou para Alexandra Popp concluir de cabeça. O tento forçou as francesas a recuarem e deixou as alemãs com o controle da bola.

A partir de então, o jogo se desenrolaria durante a maior parte do tempo no campo de ataque do Wolfsburg. As Lobas trocavam passes, mas tinham dificuldades para encontrar suas melhores jogadoras e clarear os lances. O principal caminho vinha pelas pontas, sem conseguir romper a marcação do Lyon nos cruzamentos, com a defesa segura sob os cuidados da capitã Wendie Renard. Por vezes as francesas pareceram muito retraídas, o que gerava riscos naturais. Mas as alterações tardias deram um novo gás e, aos 43, saiu o gol do título. Depois de um escanteio mal rechaçado pela goleira Abt, Le Sommer bateu cruzado. A bola ia para fora, mas Sara Gunnarsdóttir meteu o pé e desviou para dentro. Se o Wolfsburg apostava antes em uma só bola, o tento desanimou qualquer reação.

O Lyon chegou à sua primeira decisão de Champions Feminina em 2009/10, quando acabou com o vice. Desde então, conquistou sete títulos e teve mais uma segunda colocação – diante do próprio Wolfsburg, em 2013. A qualidade do trabalho realizado pelas francesas é evidente, com algumas das melhores do mundo em diferentes setores. O resultado disso é tal hegemonia, sem que a própria ausência da lesionada Ada Hegerberg atrapalhasse as Lyonnaises nesta conquista. No masculino, um pentacampeonato consecutivo na Champions só tem paralelo com o Real Madrid de Di Stéfano, Puskás, Gento, Kopa, Santamaría e outras feras. Não é exagero equiparar este Lyon, em simbolismo e dominância, a uma versão feminina da velha máquina merengue.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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