Champions League
Tendência

Real Madrid abriu boa vantagem – e com a sensação de que ainda ficou barato ao Chelsea

O atual campeão teve um jogador a mais durante os últimos 40 minutos, mas não foi além de uma vitória por 2 a 0, que ainda o deixa bem encaminhado para as semifinais

Conseguir um bom resultado no Santiago Bernabéu é difícil até para os melhores times do mundo. O Chelsea espera se tornar um deles, após investir mais do que qualquer clube da história no mercado de transferências desta temporada, mas ainda está muito, muito longe. Fez o que podia para reduzir os prejuízos neste jogo de ida das quartas de final da Champions League e rodar a roleta no Stamford Bridge e, se a derrota por 2 a 0 o deixa com poucas possibilidades de avançar, ainda parece que ficou barato pelo que foi a partida.

O Real Madrid pecou por não ter aproveitado uma situação muito favorável, depois da expulsão de Ben Chilwell, aos 14 minutos do segundo tempo, para resolver logo a eliminatória. Mas foi o time maduro que sempre é na Champions League: correu poucos riscos e marcos os gols que precisava para dar um passo importante rumo à próxima fase. Os destaques, para variar, foram Vinícius Júnior, rápido demais e bom demais para a defesa inglesa, e Karim Benzema. Marco Asensio saiu do banco de reservas para fazer um gol importante e dar mais folga aos espanhóis.

Frank Lampard tinha o claro objetivo de apenas sobreviver ao Santiago Bernabéu e, em certa medida, até conseguiu. A derrota por 2 a 0 não é irreversível para um time que tem os jogadores que tem, mas será se ele não conseguir apresentar uma melhora coletiva significativa em apenas uma semana.

Escalações

Frank Lampard armou o Chelsea para defender. Três zagueiros, dois ou três volantes, dependendo da sua classificação de Mateo Kovacic, dois alas e apenas João Félix e Raheem Sterling como puros jogadores ofensivos. A ideia era claramente contra-atacar. Carlo Ancelotti manteve Luka Modric e Toni Kroos no meio-campo, ao lado de Federico Valverde, e entrou com três atacantes: Rodrygo, Karim Benzema e Vinícius Júnior. Camavinga fez a lateral esquerda, com David Alaba ao lado de Éder Militão na zaga.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Primeiro tempo

E quem diria, o Chelsea até foi o melhor time nos primeiros dez minutos. Teve uma escapada em contra-ataque com João Félix, que ganhou de Militão no mano a mano e bateu rasteiro para boa defesa de Courtois. Após mais algumas ações ofensivas dos ingleses, sem tanto perigo, o Real Madrid assumiu as rédeas. A defesa do Chelsea simplesmente não conseguia lidar com Benzema e Vinícius Júnior, que combinaram para a primeira finalização do francês, aos 12 minutos. Kepa defendeu. Valverde mandou torto de fora da área pouco depois.

No controle, ao Real Madrid era uma questão de encontrar os espaços e encaixar a jogada certa. O principal responsável por isso foi o lateral Carvajal, que encontrou um lindo passe por elevação para Vinícius Júnior. A finalização do brasileiro, no contrapé, foi muito bem defendida por Kepa, mas não havia ninguém para evitar que Benzema marcasse no rebote. O Chelsea respondeu imediatamente, com Kanté arrancando pelo meio. Reece James recebeu e cruzou à meia altura. Sterling se antecipou. Apesar do desvio em Miltão, Courtois fez uma grande intervenção.

Mas, tirando aquele início, em nenhum momento do primeiro tempo o Chelsea pareceu estar confortável em campo, e a estratégia de se defender e contra-atacar foi prejudicada pelo gol cedo. O Real Madrid não chegou a se retrair, mas ganhou a possibilidade de calcular melhor as suas investidas e não se arriscar tanto. Vinícius Júnior quase fez um golaço. Deixou Fofana para trás com muita facilidade e tentou uma cavadinha, desviada por Kepa no reflexo.

Benzema, Alaba e Valverde foram os autores de outros chutes certos do Real Madrid no primeiro tempo, embora nenhum com muito perigo. O placar refletiu a superioridade merengue até ali. Na realidade, talvez pudesse até ter sido um pouco mais amplo.

Segundo tempo

O Real Madrid quase abriu os trabalhos do segundo tempo com um golaço. Vinícius, completamente impossível para a defesa do Chelsea, fez jogada pela esquerda, passou por James e tocou à entrada da área. Benzema rolou à esquerda, e Modric chegou batendo colocado, muito perto do ângulo. O lance capital, porém, foi resultado de uma falta de inteligência gigantesca de Ben Chilwell. Kroos encontrou Rodrygo nas costas da defesa, e o lateral inglês preferiu ser expulso, com uma falta simples na entrada da área, a confiar que o brasileiro chutaria para fora ou que Kepa faria uma boa defesa. O cartão vermelho sepultou as chances de os visitantes fazerem alguma coisa.

Lampard, que havia colocado Cucurella no lugar de Koulibaly, deslocou o espanhol à ala esquerda e reconstruiu o seu trio de defesa com Trevoh Chalobah no lugar de João Félix. Ainda trocou o mais veloz Raheem Sterling por Kai Havertz e perdeu qualquer válvula de escape. O Chelsea basicamente não atacou mais e durante cerca de 10 minutos até pareceu que sairia do Bernabéu com um prejuízo bem menor do que o que o jogo indicava.

No entanto, aos 28 minutos, Kroos recebeu uma cobrança de escanteio rápida e acionou Vinícius. O brasileiro rolou à entrada da área, de onde Asensio bateu colocado, no cantinho, para fazer 2 a 0. O meia espanhol levou perigo também com um chute de fora da área, mas o Real Madrid não colocou o pé no acelerador para tentar aproveitar a superioridade numérica para resolver a parada.

E quase foi punido por isso porque, aos 48 minutos, Cucurella deu um bom passe para o meio da área. Militão escorregou, e Mason Mount girou batendo à queima-roupa. Rüdiger conseguiu um excelente bloqueio para evitar que o Chelsea saísse do Bernabéu com um resultado melhor que merecia.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
Botão Voltar ao topo