Por que o Borussia Dortmund deve ser punido pela Uefa na Champions League?
Na vitória por 7 a 1 contra o Celtic, torcida alemã exibiu faixas com as frases "Máfia da Uefa" e "Você não se importa com o esporte"
A segunda rodada da fase da liga na Uefa Champions League marcou o encontro entre Borussia Dortmund e Celtic, no Signal Iduna Parka, em Vestfália, na Alemanha.
Embalado após a primeira vitória fora de casa diante do Brugge, na Bélgica, o time alemão venceu os atuais campeões escoceses por 7 a 1, com destaque para Adeyemi, autor de um hat-trick na partida.
No entanto, antes da bola rolar, o que chamou a atenção foram as faixas de protesto à Uefa, exibidas não apenas na Muralha Amarela, como também em outros setores do estádio.
Borussia Dortmund deve ser punido pela Uefa após protestos
O estopim da possível punição veio do protesto dos torcedores, que exibiram a mensagem “Uefa Mafia” no setor mais famoso do Signal Iduna Park.
Além dessa faixa, uma segunda mensagem acusava a Uefa de desvalorizar o futebol e ignorar os interesses do esporte em si.
“Vocês não se importam com o esporte – tudo o que importa é o dinheiro”.
Outra faixa promovia o blog “Reclaim the Game“, onde é possível encontrar críticas às recentes mudanças nas competições de clubes da Uefa.
As faixas são reflexo de uma insatisfação entre os torcedores do Dortmund, especialmente em relação às reformas no formato da Champions League, implementadas a partir desta temporada.
As mudanças incluem a expansão do torneio de 32 para 36 equipes e a substituição da fase de grupos por uma fase de liga, onde cada clube joga oito partidas contra diferentes adversários.
O número de jogos da competição aumentou de 125 para 189, e o objetivo declarado da Uefa com essa reforma foi proporcionar mais partidas competitivas desde o início da competição.
Contudo, muitos torcedores, incluindo os do Dortmund, veem essas mudanças como uma forma de aumentar os lucros à custa do desgaste dos jogadores e da saturação do calendário de jogos.
No blog “Reclaim the Game“, torcedores argumentam que essas alterações diminuem a “magia das competições europeias” e fazem com que os jogadores corram mais riscos de lesões físicas na temporada.
Relembre alguns casos recentes de protestos em jogos da Uefa
Os torcedores do Borussia Dortmund não são novatos quando o assunto é protestar contra as decisões tomadas pela Uefa em competições internacionais.
Na temporada 2023/24, durante um confronto da fase de grupos da Champions League contra o Newcastle, alguns torcedores jogaram dinheiro falso e bolas de tênis no campo, criticando a mercantilização do futebol europeu.
Também foram exibidas várias faixas de protesto, algumas com as mesmas mensagens usadas contra o Celtic, acusando a Uefa de ser uma “máfia” e criticando figuras poderosas do futebol, como o presidente da FIFA, Gianni Infantino, o presidente do PSG, Nasser Al Khelaifi, e o ex-presidente da Juventus, Andrea Agnelli.
Naquele jogo, o Borussia Dortmund foi multado em 7,3 mil euros (R$ 43,8 mil) pela Uefa, não pela exibição das faixas, mas pelo arremesso de objetos no campo.
Embora nenhuma ação tenha sido tomada contra as faixas em si, a exibição da palavra “máfia” em manifestações anteriores, como no caso do Olympique de Marseille, resultou em punições.
Em 2022, o clube do sul da França foi multado em 20 mil euros (R$ 120 milhões) depois que torcedores exibiram um banner similar com a mensagem “Uefa Mafia” durante um jogo da Conference League, contra o Qarabag.
Na ocasião, a Uefa justificou a sanção ao classificar a mensagem como “provocativa e ofensiva”, um padrão que pode ser repetido no caso mais recente do Dortmund.
Agora, a entidade máxima do futebol europeu aguarda os relatórios oficiais da partida para decidir quais punições poderão ser impostas ao clube alemão.