Champions League

Eindhoven recebeu um eletrizante PSV 2×2 Sevilla, de três gols nos dez minutos finais

O Sevilla esteve duas vezes à frente do placar e foi bastante eficiente no segundo tempo, mas o PSV merecia um resultado melhor pelo volume de jogo e pela quantidade de ocasiões criadas

O Grupo B da Champions está entre os mais abertos dessa edição. O Arsenal é o virtual favorito, mas há chances para Lens, PSV e Sevilla. Tal noção se confirmou da melhor forma possível na Holanda, onde PSV e Sevilla fizeram um confronto bastante interessante em busca da afirmação. Foi uma excelente partida no Estádio Philips, com o empate por 2 a 2. Os gols até demoraram a vir, num primeiro tempo já movimentado. Os sevillistas ficaram à frente no placar duas vezes na segunda etapa, enquanto em ambas os boeren buscaram a igualdade – com o empate confirmado aos 50 minutos. Porém, a movimentação no placar não traduz totalmente o cenário. O PSV amassou durante grande parte do tempo e criou inúmeras oportunidades, mas com dificuldades para converter. Por outro lado, o resultado do Sevilla teve mais a ver com a eficiência, de um time que ainda teve gol anulado e duas bolas na trave na etapa final.

O PSV entrou num 4-3-3, com: Walter Benítez, Jordan Teze, André Ramalho, Olivier Boscagli, Sergiño Dest; Malik Tilman, Jerdy Schouten, Joey Veerman; Johan Bakayoko, Luuk de Jong, Noa Lang. Já o Sevilla, em seu 4-2-3-1, contava com: Orjan Nyland, Jesús Navas, Nemanja Gudelj, Sergio Ramos, Adrià Pedrosa; Fernando, Ivan Rakitic; Lucas Ocampos, Suso, Dodi Lukebakio; Youssef En-Nesyri.

PSV foi melhor na primeira etapa

O Sevilla teve um início de partida bastante positivo, em que propunha o jogo e saía para o ataque. O bom momento dos andaluzes em Eindhoven durou dez minutos, até que o PSV crescesse. Passou a rondar e a garantir as primeiras finalizações, até que Bakayoko assustasse numa batida desviada. A velocidade dos Boeren pelas pontas funcionava e Luuk de Jong aparecia para as conclusões. Sergio Ramos precisaria de uma ação providencial. Levaria um tempo para os sevillistas restabelecerem o equilíbrio.

Lucas Ocampos protagonizou a primeira chance clara do Sevilla, aos 30, num chute sem ângulo que passou perto do travessão. O final da primeira etapa, de qualquer forma, voltou a ficar com o PSV. Os Boeren pareciam resolutos a construir a vantagem, mesmo com dificuldades para criar chances claras. André Ramalho chegou a balançar as redes num lance impedido. Lang e Bakayoko davam calor com a velocidade na ligação, enquanto Tilman controlava o meio. Já aos 44, Luuk de Jong provou uma cabeçada e parou em Nyland. O primeiro tempo terminou sem gols, mas pendeu aos holandeses, com os espanhóis restritos aos contra-ataques.

O segundo tempo cheio de gols

O segundo tempo do PSV começou ainda quente. A equipe acionava bastante seus pontas e Lang forçaria a defesa de Nyland. Todavia, quase a sorte ajudou o Sevilla neste momento, aos oito minutos. Numa bola mal afastada por André Ramalho, Pedrosa aproveitou o presente e marcou, mas o tento acabou anulado por um toque de mão. José Luis Mendilibar até foi expulso, mas a sequência auxiliou no crescimento dos andaluzes. En-Nesyri mandou uma bola no travessão, quando saía sozinho com Benítez. Mas não que o PSV desistisse. O bombardeio teve também uma bola na trave de Lang e tiro por cima de Tilman, além de boas defesas de Nyland contra Bakayoko e o próprio Lang.

O Sevilla mexeu neste momento, com Óliver Torres e Djibril Sow. O gol saiu pouco depois, aos 23, num escanteio curto batido por Rakitic. Após o cruzamento de Navas, Sergio Ramos ganhou de cabeça na área e Gudelj mandou uma sapatada, num bonito movimento acrobático. A resposta do PSV viria com as entradas de Hirving Lozano e Ismael Saibari. Apesar da necessidade de reação dos holandeses, os espanhóis conseguiam administrar a situação. Entretanto, a equipe da casa também ganhou Armel Bella-Kotchap e Ricardo Pepi. Tinha sangue novo e mais ofensividade. Noa Lang aparecia muito e insistia, mas ficava no quase.

O alívio para o PSV veio apenas aos 38 minutos, com um pênalti. Sergio Ramos derrubou Tilman na área e o VAR confirmou a marcação. Aos 41, Luuk de Jong assumiu a cobrança e deslocou Nyland. A Lei do Ex aparecia em Eindhoven. Só não deu para comemorar por muito tempo. Logo na saída de bola, aos 42, o Sevilla empatou. Foi um lance muito bem construído pela direita, com um cruzamento perfeito do substituto Juanlu Sánchez. En-Nesyri apareceu na área e desferiu uma cabeçada imparável. Era a deixa para que o jogo se transformasse numa verdadeira loucura.

O Sevilla ainda poderia ter matado a partida aos 45. Lukebakio teve a chance num contra-ataque e parou na trave. O resultado era cruel com o PSV e, na base da insistência, o empate saiu aos 50, a partir de uma falta lateral cometida por Sergio Ramos. A bola foi levantada na área e pipocou por lá até Teze mandá-la para dentro. Ainda sobraram os últimos suspiros no estouro dos acréscimos. En-Nesyri teve uma última chance de resolver para os sevillistas, mas não aproveitou.

Tanto Sevilla quanto PSV ficam de fora da zona de classificação no Grupo B. O Lens soma quatro pontos, após vencer o Arsenal, contra três dos Gunners. O Sevilla tem dois e o PSV, só um. Na próxima rodada, os espanhóis recebem os ingleses e os holandeses visitam os franceses.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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