Champions League

O PSG teve muita autoridade para controlar o Dortmund e vencer sem sustos

O PSG fez uma partida soberana no Parc des Princes, em que enclausurou o Dortmund e construiu o resultado com dois gols rápidos no início do segundo tempo

O Grupo F da Champions League recebeu o rótulo de “grupo da morte” com razão. O nível é excelente na chave, composta apenas por equipes das cinco grandes ligas. O PSG entrou como cabeça de chave e dono do elenco mais caro. Deu um passo à frente para assumir a liderança, com uma partida cheia de autoridade no Parc des Princes nesta primeira rodada. O Borussia Dortmund ainda não engrenou no início da temporada e viajou a Paris para se defender. Os franceses dominaram a partida desde o primeiro tempo e, com um pouco de paciência, construíram o placar favorável no início da segunda etapa. Um pênalti facilitou as coisas, enquanto os 2 a 0 foram sacramentados por uma pintura de Achraf Hakimi.

Foi uma estreia com sobras do PSG, bem acima do que se nota na largada da Ligue 1. A equipe de Luis Enrique fez uma partida muito segura e mal levou sustos. Ainda não é um time tão redondo, por vezes com dificuldades para criar suas melhores tramas. Entretanto, contra um Dortmund bem mais interessado em se defender e em contra-atacar, o controle valeu o triunfo dos parisienses. Destaque sobretudo ao funcionamento do lado direito, onde aconteceu o melhor entendimento entre os jogadores. Hakimi foi o melhor em campo, dialogando bem com Ousmane Dembélé e Warren Zaïre-Emery.

O PSG vinha com mudanças em relação à derrota para o Nice, na última rodada da Ligue 1. A defesa se mantinha com Achraf Hakimi, Marquinhos, Milan Skriniar e Lucas Hernández à frente de Gianluigi Donnarumma. No meio, Manuel Ugarte fechava a cabeça de área com Vitinha e Warren Zaïre-Emery. Já na frente, Randal Kolo Muani fazia sua estreia como titular, com o apoio de Ousmane Dembélé e Kylian Mbappé. Já o Dortmund optava por um sistema com três atrás. Gregor Kobel tinha a zaga composta por Niklas Süle, Mats Hummels e Nico Schlotterbeck. Marius Wolf e Julian Ryerson eram os alas. No meio, Emre Can tinha a companhia de Julian Brandt e Marcel Sabitzer. Já a liberdade no ataque ficava com Donyell Malen e Karim Adeyemi.

PSG teve domínio amplo, mas infrutífero

O início da partida não teve uma superioridade tão clara. O PSG mantinha a bola por mais tempo e buscou algumas escapadas em velocidade com Mbappé. O Dortmund recuava e travava os espaços com cinco homens na proteção da última linha. Enquanto isso, os aurinegros claramente tentavam os contra-ataques quando ganhavam a chance de acelerar. O BVB perdeu Marcel Sabitzer logo cedo, com uma lesão muscular, dando lugar a Felix Nmecha. Já a primeira boa chance foi dos aurinegros, numa boa jogada individual de Malen. O atacante carimbou Donnarumma na batida.

O PSG, de qualquer forma, rodava mais a bola. E diante do controle, uma hora os espaços apareceriam. Dembélé chegou a penetrar pela esquerda numa bola cruzada que passou por todo mundo, inclusive por Kolo Muani, espirrando o taco. Já na sequência, Vitinha teve liberdade na entrada da área e pôde arriscar o chute sem muita pressão da marcação. Carimbou a trave de Kobel aos 19. Mesmo que o Dortmund tivesse um plano, não era executado da melhor forma, com perdas de bola muito rápidas na transição. A partir dos 20 minutos, o domínio do PSG se tornou mais claro. A equipe abria o jogo nas duas pontas. Faltava apenas mais contundência para as finalizações. Hakimi e Vitinha tiveram batidas bloqueadas antes dos 30.

Entre os jogadores que se destacavam no abafa do PSG estava o garoto Zaïre-Emery. Tinha personalidade para auxiliar nas subidas de Hakimi, muito ativo pelo lado direito. Era uma reta final de primeiro tempo jogada por um time só. Faltava encontrar o espaço. Numa cobrança de escanteio aos 39, Dembélé chutou fechado e Kobel espalmou. Já aos 40, os parisienses reclamaram de um pênalti por toque de mão de Süle, mas com um desvio antes que salvou o beque. A reta final da primeira etapa garantiu alguns escanteios aos parisienses, mas pouco frutíferos. Coletivamente, a equipe de Luis Enrique não oferecia tantas tramas.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

PSG resolve e administra

O segundo tempo voltou a favor do PSG. Logo no primeiro ataque, os parisienses ganharam um pênalti. Dembélé chegou à linha de fundo pela direita e centrou rasteiro. Mbappé foi rápido no gatilho e o chute bateu no braço de Süle. Ainda havia dúvidas sobre a marcação, mas o VAR confirmou. Mbappé assumiu a batida e abriu o placar aos quatro minutos, no cantinho de Kobel. Com o gol, o Dortmund se abriu mais. E isso concedeu mais espaços ao PSG para trocar seus passes. Uma linda tabela, de novo pela direita, rendeu a vantagem mais confortável aos 13. Vitinha e Hakimi se entenderam à perfeição. O português entregou ao marroquino, que deu uma finta seca em Hummels, passando lotado. Um leve toque na saída de Kobel definiu a pintura nas redes.

Parecia um pouco tarde para o Dortmund mudar, mas as trocas vieram aos 17, com Marco Reus e Niklas Füllkrug nos lugares de Brandt e Malen. Mas não que as substituições tivessem impacto tão positivo sobre o BVB. A equipe realmente conseguiu avançar ao campo de ataque, mas com pouca qualidade na construção e ainda riscos nos contragolpes. O time por vezes se defendia no limite. Novas trocas vieram no BVB, com Jamie Bynoe-Gittens e Ramy Bensebaini. O garoto precisou de três minutos para oferecer o melhor lance dos alemães, num chute da meia-lua que bateu na trave aos 34. Era um importante sinal de vida dos aurinegros, mas ainda pouco.

O PSG acionou seu banco apenas aos 35 minutos. Lee Kang-in e Gonçalo Ramos entraram nos lugares de Vitinha e Kolo Muani. O lusitano poderia ter anotado o terceiro em sua primeira participação. Recebeu um grande passe de Dembélé, mas chutou para fora. Não fazia falta. Danilo Pereira também entrou no PSG, mas a partida parecia resolvida, sem nenhum abafa concreto do Dortmund. No máximo, reclamariam de um pênalti de Marquinhos que não havia acontecido. Os seis minutos de acréscimos até soavam desnecessários. Nos minutos adicionais, Mbappé quis fazer por cobertura e pegou mal na bola, enquanto mandou outra para fora. Já Gonçalo Ramos teve um gol anulado por impedimento. Ficou nisso.

Os próximos compromissos

O Paris Saint-Germain terá um compromisso importante no próximo final de semana, com o clássico diante do Olympique de Marseille para tentar se recuperar na Ligue 1. Depois também mede forças com o Clermont, até encarar o Newcastle em St. James' Park na primeira semana de outubro. O Dortmund tentará melhorar sua pontuação na Bundesliga diante de Wolfsburg e Hoffenheim. Na próxima rodada da Champions, receberá o Milan no Signal Iduna Park.

PSG
19/09/23 - 16:00

Finalizado

2

-

0

Borussia Dortmund

PSG - Borussia Dortmund

UEFA Liga dos Campeões - Parc des Princes

1° Turno

PSG

PSG
4-3-3
99
Gianluigi Donnarumma
it
2
Achraf Hakimi
ma
37
Milan Skriniar
sk
5
Marquinhos
br
21
Lucas Hernandez
fr
4
Manuel Ugarte
uy
33
Warren Zaire Emery
fr
17
Vitinha
pt
10
Ousmane Dembele
fr
23
Randal Kolo Muani
fr
7
Kylian Mbappe
fr
Substitutos
19
Lee Kang-in
kr
8
Fabian Ruiz
es
26
Nordi Mukiele
fr
1
Keylor Navas
cr
15
Danilo Pereira
pt
28
Carlos Soler
es
29
Bradley Barcola
fr
9
Goncalo Ramos
pt
80
Arnau Tenas
es

Borussia Dortmund

Borussia Dortmund
3-5-2
1
Gregor Kobel
ch
25
Niklas Sule
de
15
Mats Hummels
de
4
Nico Schlotterbeck
de
26
Julian Ryerson
no
20
Marcel Sabitzer
at
23
Emre Can
de
19
Julian Brandt
de
17
Marius Wolf
de
21
Donyell Malen
nl
27
Karim Adeyemi
de
Substitutos
18
Youssoufa Moukoko
de
11
Marco Reus
de
14
Niclas Fullkrug
de
7
Giovanni Reyna
us
35
Marcel Laurenz Lotka
pl
8
Felix Nmecha
de
33
Alexander Meyer
de
9
Sebastian Haller
ci
5
Ramy Bensebaini
dz
43
Jamie Bynoe Gittens
gb
Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo